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Vivo compra fatia da plataforma de telemedicina Conexa; qual o impacto disso para a empresa? Vale a pena investir em VIVT3?

Aquisição feita pela Vivo Ventures faz parte da estratégia de encontrar investimentos que tenham sinergia com o portfólio de clientes, avalia analista

Por Juan Rey

14 dez 2023, 10:50 - atualizado em 14 dez 2023, 10:50

Vivo (VIVT3)
Imagem: Rafael Borges/Money Times

A Telefônica Brasil (VIVT3) informou na última quarta-feira (13) o investimento de R$ 25 milhões em ações da Conexa Saúde. A transação foi realizada por meio da Vivo Ventures, fundo de capital de risco corporativo da companhia.

A Conexa é uma plataforma independente de telemedicina que oferece serviços de saúde física e mental de forma online.

Na opinião do analista Ruy Hungria, da Empiricus Research, a aquisição é mais um passo da Vivo na estratégia de encontrar investimentos que tenham algum tipo de sinergia com o portfólio de clientes da companhia.

A empresa já havia lançado o Vivo Money, que oferece empréstimo aos clientes, e parcerias com empresas de educação.

“É uma tentativa de se diferenciar da concorrência e, ao mesmo tempo, poder agregar alguma receita ao resultado da companhia. Dentro de alguns anos, pode ser que a Vivo seja vista como uma plataforma completa de vários serviços plugados no ecossistema”, afirmou Hungria.

A operação não muda o jogo para a Vivo. Para se ter ideia, a transação de R$ 25 milhões é ínfima perto do valor de mercado atual da companhia, de R$ 90 bilhões.

No entanto, lembra o analista, “cada tijolinho pode no fim do dia fazer você se tornar uma plataforma muito mais forte do que a concorrência. Na minha visão, a Vivo está criando opcionalidades, aquilo que você paga e espera pouco, mas que pode trazer retorno positivo lá na frente”.

Ainda segundo Hungria, o mercado ainda não coloca no preço das ações a Vivo Ventures e seus negócios. “Não consideramos nas premissas quando estamos calculando o valor justo da Vivo. Mas existe a chance disso trazer uma boa surpresa em termos de criação de valor”.

VIVT3: ação está em preço atrativo e deve aumentar fluxo de dividendos

As ações da Vivo apresentaram alta de 48% em 2023, até o fechamento de mercado da última quarta-feira (14).

Apesar do ótimo desempenho, Hungria vê espaço para mais. Além do core business surpreendendo trimestralmente com resultados melhores que o esperado, a redução de capital solicitada pela companhia e aprovada pela Anatel deve destravar até R$ 5 bilhões em dividendos aos acionistas.

Adicionalmente, a queda da Selic vai ajudar na redução de despesas com juros da companhia, o que também pode se traduzir em mais proventos.

A Vivo investiu pesado nos últimos anos, tanto na infraestrutura de fibra quanto na compra dos ativos da Oi, que agregaram muitos clientes ao portfólio.

“Foram dois investimentos transformacionais para a companhia, mas que demandaram muito dinheiro e endividamento. Tudo isso atrapalhou o fluxo de dividendos nos últimos anos. Daqui para frente esse fluxo vai se normalizar e os dividendos vão voltar”, avalia Hungria. 

Com a combinação de aumento na distribuição de proventos e valuation atrativo, as ações da Telefônica Brasil (VIVT3) são recomendadas pela Empiricus Research.

“A Vivo hoje negocia por menos de 5 vezes no indicador EV/Ebitda, o que é um nível bastante pressionado de múltiplos. Além disso, entendemos que o mercado concederá à ação múltiplos maiores quando ela voltar a pagar esses dividendos”, finaliza Ruy Hungria.

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Confira a entrevista completa do analista no Giro do Mercado:

Sobre o autor

Juan Rey

Jornalista pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Contato: juan.rey@empiricus.com.br