A Telefônica Brasil – Vivo (VIVT3) entregou resultados bastante sólidos, mais uma vez, com aumento relevante do lucro e promessa de melhora dos dividendos para os próximos anos.
Pós-pago liderou crescimento no segmento Móvel da Vivo
A Receita Core (que exclui os negócios legados de voz fixa, internet e TV com tecnologia de cabo) cresceu 8,7% na comparação com o 4T22.
Dentro da categoria Core, a receita do segmento Móvel cresceu 8,4%, com destaque para o pós-pago, que segue ganhando clientes, e mais do que compensando a redução de clientes pré-pagos.
Menor cancelamento da história e maior receita média por usuário em 4 anos
É importante ressaltar que esse aumento na base de clientes tem acontecido junto com a melhora de outros indicadores cruciais para o negócio, como o menor churn (cancelamento) da história e a maior receita média por usuário (ARPU) dos últimos 4 anos. Além da menor competição da Oi, isso também mostra bom nível de satisfação dos clientes; caso contrário, a companhia não conseguiria aumentar preços e manter a taxa de cancelamento tão baixa.
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Serviços fixos aumentaram em 10% sua receita
Ainda na categoria Core, a receita dos serviços fixos cresceu quase 10%, ajudada pela venda de serviços para empresas (B2B), mas principalmente pela expansão do negócio de Fibra, que chegou a R$ 1,6 bilhão de faturamento no trimestre.
Hora de conectar clientes à rede da Vivo
Vale a pena lembrar que, se nos últimos anos a Vivo investiu muito para expandir a infraestrutura da rede de Fibra (ou seja, aumentar o número de casas passadas), a partir de agora a estratégia será mais focada em conectar clientes à rede (aumentar o número de casas conectadas).
Como você pode perceber no gráfico acima, hoje a relação Casas Conectadas/Casas Passadas é de 23%, e a Vivo acredita ser possível ultrapassar 30% de penetração. O importante é entender que o crescimento de receita daqui para a frente deve ser maior do que o crescimento de capex, o que ajudará a geração de caixa.
No consolidado, a Receita Líquida atingiu R$ 13,5 bilhões, crescimento de 6,9% vs o 4T22, um pouco pelo segmento não-core (recuo de -16% vs 4T22). Ainda assim, superou com folga a inflação, o que não era trivial antes da venda de ativos da Oi.
Eficiência nos custos
Além disso, a Vivo segue bastante eficiente em termos de custos, com alta de apenas 4,8% no período, ajudada por menores gastos com terceirizados e digitalização da operação.
Com isso o ebitda do trimestre saltou 10% na comparação anual, e chegou a R$ 5,7 bilhões, com expansão de 1,1 p.p. de margem.
Por fim, o lucro de R$ 1,6 bilhão (+42,1% vs. 4T22) superou com folga as expectativas, ajudado pela melhora do resultado operacional, mas também por menor pagamento de IR.
Com relação à geração de caixa, apesar da queda trimestral por conta de um ajuste sazonal do capital de giro, o fluxo de caixa livre (FCL) atingiu R$ 8,1 bilhões em 2023, alta de 11% frente ao ano anterior, já reflexo da menor necessidade de investimentos.
Fluxo de caixa livre amplia vantagem sobre lucro líquido
Aliás, é importante notar que o FCL de R$ 8,1 bilhões superou com folga o lucro líquido anual, de R$ 5,0 bilhões, e corrobora a intenção da companhia de distribuir pelo menos 100% do lucro líquido em proventos aos acionistas nos anos de 2024, 2025 e 2026.
Apenas para tentar quantificar essa notícia, em 2023 a Vivo distribuiu R$ 4,8 bilhões em proventos, e o lucro líquido esperado para 2024 ronda os R$ 5,5 bilhões.
Ou seja, se não tivermos grandes surpresas, podemos esperar um incremento de pelo menos 10% nos dividendos deste ano, com boas possibilidades de esse número ser ainda maior.
Por apenas 5x Valor da Firma/Ebitda, com dividendos crescentes e ótimos resultados operacionais, a Vivo segue com recomendação de compra na Empiricus Research.
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