Investimentos

Vivo (VIVT3) mantém acionistas ansiosos para a aprovação de concessão; ações sobem 8% no mês

As ações da Vivo cresceram na contramão do Ibovespa, na expectativa do andamento do acordo com a Anatel. Leia mais.

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Por Camila Paim

04 out 2024, 15:33 - atualizado em 04 out 2024, 15:33

Vivo Telefônica Brasil VIVT3

Imagem: Divulgação/Vivo

Na contramão da maioria dos ativos de renda variável, as ações da Vivo (VIVT3) subiram 8% no mês de setembro, enquanto o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, encarou uma queda de cerca de 3%. 

Ruy Hungria, analista de ações da Empiricus Research, avalia que essa alta está atrelada às expectativas positivas na mudança do regime de serviços fixos de concessão da Vivo para autorização.

Acordo da Vivo com Anatel deve ser concluído até o fim do ano

O regime de concessão das telefonias é um legado da aquisição da Telesp, sobre o monopólio do serviço. “As telefônicas precisavam arcar com obrigações como expansão, manutenção e universalização da infraestrutura, que na época da privatização faziam sentido”, contextualiza o analista. 

A evolução das tecnologias de comunicação, entretanto, tornaram o telefone fixo obsoleto o que enxugou drasticamente a receita do serviço, mas as obrigações bilionárias de manutenção e universalização permaneceram. 

Por isso, desde 2022, foi aberto um processo pela Vivo, de compensação, com a Anatel

Em troca da desistência do processo, a agência reguladora autorizou a Vivo a migrar do regime para autorização. Além disso, a Vivo também tem a obrigação de investir cerca de R$ 5 bilhões na rede, para que o serviço de telefonia chegue em cidades que ainda possuem competição inadequada, até 2028.

O acordo foi aceito pela Vivo e até o fim do ano deve sair a aprovação do TCU e AGU. 

Desobrigações da telefonia podem gerar economia bilionária para a VIVT3

Segundo estimado pela Vivo alguns anos atrás, o efetivo desligamento da rede legada permitiria à empresa alcançar economias de aproximadamente R$ 1 bilhão por ano.

Sem as obrigações de capex, descomissionamento da rede de cobre e serviços como atendimento ao cliente, estima-se que as economias sejam maiores que R$ 300 milhões por ano, calcula Hungria.

“As vantagens vão além: a mudança abre a possibilidade da venda de ativos, como torres, estações de energia, imóveis e a rede de cobre, com potencial de gerar alguns bilhões para os cofres da companhia”, avalia o analista

Além disso, ele adiciona que a mudança de regime abriria a possibilidade de reversão de provisões relacionadas à concessão. 

Essas economias, em sua visão, seriam muito positivas para um aumento na distribuição de dividendos da Vivo e foco no desenvolvimento dos braços de 5G e fibra ótica, que possuem ótimos potenciais de retorno. 

“Por 4,3x EV/Ebitda e 8% de yield esperados para 2025, VIVT3 permanece no portfólio”, destaca o analista. Além da Vivo, outras 4 empresas são recomendadas pela Empiricus Research para investir em outubro em busca de dividendos. Confira neste relatório gratuito a lista completa da carteira de dividendos de outubro.

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Sobre o autor

Camila Paim

Jornalista formada na Universidade de São Paulo (USP), com mobilidade acadêmica na Université Lumière Lyon 2 (França). Trabalhou com redação de jornalismo econômico e mercado financeiro, webdesign e redes sociais, além de escrever sobre gastronomia e literatura.