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Vivo (VIVT3) traz boas notícias no 3T22 para os entusiastas de dividendos; saiba mais

Receita líquida da Vivo cresceu 10,6% neste terceiro trimestre e aumento no número de casas com fibra ótica trouxe bons resultados

Por Ruy Hungria

28 out 2022, 14:59 - atualizado em 20 dez 2022, 17:28

Vivo
Imagem: Rafael Borges/Money Times

A Vivo (VIVT3) divulgou os resultados do 3T22 e, mesmo com uma vulnerabilidade característica de seu tipo de negócio, mostrou números positivos.

A companhia é reconhecidamente uma das mais consistentes pagadoras de dividendos do país. Trata-se de um negócio essencial para todas as pessoas, estável e que tem forte geração de caixa. 

Negócios assim são ótimos, mas suas ações geralmente são muito sensíveis a qualquer perspectiva de piora na remuneração dos acionistas. 

Eles normalmente não amam o business, não são defensores ferrenhos da gestão e nem do propósito das companhias. A única coisa que os mantém no quadro acionário são os dividendos, e qualquer sinal de queda nos yields é suficiente para uma fuga de investidores e underperformance das ações.

Os investimentos da Vivo em fibra e 5G, a aquisição de ativos da Oi e o aumento da parcela do lucro operacional que vai para os bancos depois do aumento da Selic são todos fatores que apontam para redução do yield no curto prazo, e isso tem pesado sobre o desempenho das ações.

Mas os números do 3T22, além de sólidos, trouxeram uma melhora nas perspectivas de remuneração, especialmente por conta de um impacto positivo de créditos fiscais, que turbinaram o lucro contábil e, consequentemente, a parcela que poderá ser distribuída na forma de dividendos. 

Vamos aos números da VIVT3

A receita líquida consolidada cresceu 10,6% no trimestre, para R$ 12,2 bilhões. Mais importante: a receita core, que exclui os serviços que não fazem parte da estratégia de crescimento futuro da companhia (voz fixa e cabo) cresceu 13% no trimestre, mostrando boas perspectivas para o futuro. 

Aliás, vale lembrar que no 3T22 a receita não core caiu para 6,8% do total, ante 9,1% no 3T21. À medida que essa parcela continua caindo, menos ela impacta o crescimento consolidado da Vivo. 

No segmento móvel,  o crescimento foi de 15%, com melhora em todas as linhas (pós-pago, pré-pago, e aparelhos). O churn do pós-pago subiu um pouco na comparação com o 2T22, mas segue em níveis muito saudáveis. 

No segmento Fixo, a receita core cresceu 11,2%, impulsionada pelo aumento da rede de fibra, que adicionou 4 milhões de casas passadas no período. A receita de IPTV (televisão associada à conectividade de fibra) aumentou +2,6% no período. Outro destaque positivo foi a linha de serviços para empresas (B2B), que além da conectividade, oferece soluções de cloud, TI, equipamentos e cibersegurança, entre outros, e cresceu 19% na comparação anual. 

No entanto, a receita fixa consolidada cresceu apenas +2,1%, atrapalhada pela queda dos negócios legados (-18% vs 3T21) que, como já dissemos, têm perdido participação e em breve deixarão de ser uma pedra no sapato desse segmento. 

Excluindo efeitos não recorrentes que ajudaram os números do 3T21, os custos cresceram +9,4% no trimestre, menos do que a receita, principalmente pela redução na provisão para devedores duvidosos e alta de apenas +4% nas despesas comerciais e de infraestrutura, já refletindo os efeitos positivos de uma maior digitalização do negócio. 

Com isso, tivemos um incremento de +12,3% no Ebitda Recorrente, que subiu para R$ 5 bilhões e contou com um ganho de +0,6 ponto percentual de margem, um pouco acima do que o mercado esperava. 

Mas a grande surpresa veio na linha do Lucro Líquido. Com aumento do endividamento para os investimentos em Fibra e aquisição dos ativos da Oi, esperávamos que um maior pagamento de dívidas atrapalhasse o lucro. O mercado trabalhava com um lucro de aproximadamente R$ 800 milhões, mas um impacto positivo de créditos fiscais ajudou a companhia a apresentar um resultado líquido de R$ 1,4 bilhão, alta de 9% na comparação com o 3T21. 

VIVT3 vale ou não vale a pena?

Enquanto a geração de caixa livre segue impactada pelos fatores já mencionados (a queda em comparação ao 3T21 foi de -30%), o efeito positivo dos créditos fiscais, mesmo que não recorrente, deve resultar em aumento nas perspectivas para pagamento de dividendos, o que é boa notícia para nós. 

Ao negociar por 4x Ebitda e um yield de pouco mais de 6%, a Vivo segue em nosso portfólio de Vacas Leiteiras, que busca as melhores pagadoras de dividendos da B3.

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Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.