A Weg (WEGE3) divulgou hoje (25) seu resultado referente ao 3T23, que veio abaixo das nossas expectativas e do consenso em termos de crescimento, mas com margens e retorno sobre o capital investido (ROIC) resilientes.
Após o trimestre anterior ter entregado um crescimento de faturamento na casa dos 2 dígitos, o 3T23 mostrou números mais tímidos.
A receita operacional líquida (ROL) da companhia atingiu R$ 8,1 bilhões, praticamente estável na comparação anual (+2%).
O destaque positivo foi, novamente, o mercado externo, enquanto o interno entregou uma performance aquém do esperado. Com isso, o mercado externo segue sendo a principal fonte de receita da Weg, sendo responsável por 53% da ROL, enquanto o restante é proveniente do mercado interno.
Mercado interno
Na operação doméstica, o segmento de Equipamentos Eletrônicos e Industriais (EEI) cresceu 4% na comparação anual, sustentado pela demanda estável por produtos de ciclo curto (principalmente nos setores de óleo & gás e papel & celulose), mas com acomodação na demanda por motores elétricos.
Como ocorrido no trimestre passado, a detratora foi a vertical de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (GTD), com uma queda anual de 6%. O mercado de geração solar distribuída segue com a demanda retraída em função do alto custo de financiamento e mudanças regulatórias.
GTD foi o destaque positivo da Weg no mercado externo
Já no mercado externo, o GTD foi o destaque positivo pelo terceiro trimestre consecutivo, com crescimento de 49% na comparação anual. Os negócios de transmissão e distribuição seguiram se beneficiando da forte demanda por transformadores para parques de geração de energia renovável (eólica e solar) na América do Norte.
Na vertical de geração, a companhia sinalizou que o desempenho foi resiliente e segue com uma carteira de pedidos saudável para os próximos trimestres.
Lucro líquido foi de R$ 1,3 bi no trimestre
O movimento de acomodação dos preços das principais matérias-primas consumidas pela Weg seguiu em curso no 3T23, principalmente do aço e do cobre. Em conjunto com um melhor mix de produtos e ganhos de eficiência, a margem bruta alcançou 32,4% (+1,8 ponto percentual em relação ao 3T22).
O ebitda da Weg foi da ordem de R$ 1,7 bilhão (11% ano contra ano) e a margem ebitda foi de 21,5% — ganho de 1,7 ponto percentual na comparação anual.
Na última linha, a companhia reportou lucro líquido de R$ 1,3 bilhão no trimestre, com margem líquida de 16%. O retorno sobre o capital investido (ROIC) segue bastante superior ao período pré-pandemia e acumulou atrativos 35,4%.
Com uma forte geração de caixa de R$ 5,1 bilhões nos primeiros nove meses do ano, a companhia segue com um balanço bastante equilibrado, fundamental principalmente em momentos de altas taxas de juros, como o atual.
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WEGE3: resultado pouco expressivo pesa sobre as ações
Por fim, neste trimestre, a Weg mostrou números pouco expressivos, diferentemente do que vinha reportando nos últimos resultados.
Apoiado pelo valuation mais salgado (24 vezes lucros para o ano que vem) da companhia (o qual é justificado, dada a qualidade do negócio e histórico de crescimento), a frustração com a performance operacional está refletindo no preço das suas ações no pregão de hoje.
Olhando para frente, para sustentar os seus múltiplos atuais, a companhia precisará retomar seu nível de crescimento histórico. Dentre as principais avenidas de crescimento, acreditamos que a integração da Regal Rexnord — maior compra da história da companhia — ao longo dos próximos meses contribuirá para impulsionar os resultados da Weg.
Seguimos confiantes na capacidade da companhia em continuar expandindo seu negócio com rentabilidade, como feito nas últimas décadas. A Weg (WEGE3) é uma recomendação de compra da Empiricus Research.