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XP Malls (XPML11) encaminha compra de parte do portfólio da SYN Prop & Tech (SYNE3); veja em detalhes

Negociação é baseada na compra da fração ideal de 6 shopping centers e deve movimentar R$ 1,85 bilhão

Por Caio Araújo

28 fev 2024, 10:58 - atualizado em 28 fev 2024, 11:01

xpml11 fii fundos imobiliários

Na noite de ontem (28), o XP Malls (XPML11) comunicou a assinatura de memorando de entendimentos (MOU) vinculante para a aquisição de parte do portfólio de shoppings da SYN Prop & Tech (SYNE3), companhia de properties listada em Bolsa.

A negociação é baseada na compra da fração ideal de 6 shopping centers, conforme relacionado abaixo:

  • (i) 51% do Grand Plaza Shopping, localizado em Santo André (SP);
  • (ii) 32% do Shopping Cidade São Paulo, localizado em São Paulo (SP);
  • (iii) 70% do Shopping Metropolitano Barra, localizado no Rio de Janeiro (RJ);
  • (iv) 52,5% do Tietê Plaza Shopping, localizado em São Paulo (SP);
  • (v) 85% do Shopping Cerrado, localizado em Goiânia (GO); e
  • (vi) 23% do Shopping D, localizado em São Paulo (SP).

O valor total da transação é de R$ 1,85 bilhões, um dos maiores valores da história do setor. A parcela de R$ 300 milhões já foi paga no momento da assinatura do MOU, enquanto R$ 630 milhões serão pagos no momento da assinatura do contrato de compra e venda (CCV). Na sequência, serão liquidadas duas tranches de R$ 370 milhões e R$ 550 milhões, pagas em dezembro de 2024 e 2025, respectivamente – ambas serão corrigidas pelo CDI contado a partir da data de assinatura do CCV.

Cap rate da negociação gira em torno de 8%

De acordo com os dados reportados no fato relevante, o NOI caixa projetado para os próximos 12 meses é de R$ 12 milhões para o portfólio adquirido, o que gera um cap rate em torno de 8% para a transação, patamar acima da carteira imobiliária do XPML11 atualmente, que fica próximo de 7,5%.

Devido ao parcelamento da transação, é possível que o fundo receba um rendimento de dois dígitos no primeiro ano (cap rate de aproximadamente 15%, de acordo com nossas estimativas). 

Além disso, a aquisição do portfólio equivale a R$ 15,2 mil por metro quadrado, abaixo do preço que o portfólio do XPML11 é negociado atualmente (cerca de R$ 22,7 mil por metro quadrado). 

Em média, o portfólio da SYN conta com ocupação de cerca de 95%, em linha com a média nacional para o setor. Os destaques da negociação são os Shoppings Cidade São Paulo (presente no portfólio do FII), Grand Plaza e Tietê Plaza, que representam 79% do NOI das participações negociada – média de NOI caixa de R$ 162 por metro quadrado, acima do portfólio do XPML11 atualmente (R$ 121 por metro quadrado).

Por outro lado, os empreendimentos Shopping D e Shopping Cerrado possuem taxas de vacância acima de 10%, o que merece atenção e exigirá maior esforço da gestão. 

XPML11: recomendação de compra

Caso a transação seja concluída, o XPML11 deve elevar a exposição da sua receita imobiliária ao estado de São Paulo de 53% para 61%, o que é favorável diante da relevância da região no PIB nacional e seu grande potencial de consumo.

Os ativos envolvidos na transação permanecem administrados pela SYN, em linha com a estratégia de aquisições do XPML11, que consiste em adquirir empreendimentos operados por companhias especializadas no segmento. 

Cada vez mais, o XP Malls se consolida como um dos maiores players do setor, totalizando uma Área Brutal Locável (ABL) de quase 300 mil metros quadrados após a aquisição. Com um dos portfólios mais robustos e diversificados da indústria, as cotas do XPML11 seguem entre as recomendações da Empiricus.

Sobre o autor

Caio Araújo

Administrador de empresas formado pela Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV) e profissional da Empiricus Research desde 2016. Com certificação CNPI, é o analista de Real Estate e responsável pela série Renda Imobiliária, que atua no mercado de fundos de investimento imobiliários.