Junho começa com as atenções do investidor para a Zona do Euro, que ainda não iniciou o ciclo de política monetária de aumento de juros. Ontem o resultado da inflação ao consumidor, além de persistente, mostrou preocupação.
Os últimos dados divulgados, ainda que esperados, trouxeram para o núcleo de inflação acumulado em 12 meses um aumento de 3,5% em abril para 3,8% em maio e a inflação ao consumidor também acumulada em 12 meses findos em maio chegando a 8,1%, com a inflação na energia quase em 40%.
Neste contexto, o dado de hoje para o PMI industrial registrou 54,6 pontos em maio, ante 55,5 pontos em abril. Ainda acima de 50 pontos, indicando expansão do setor, as pressões inflacionárias nos custos das empresas foram os principais entraves para a leitura para baixo, indicando uma tendência de menor produção ao longo dos próximos meses enquanto a inflação persistir.
O cenário para a União Europeia coloca em xeque a sustentabilidade do consumo e, consequentemente, de crescimento econômico, o que leva a uma maior probabilidade de o ciclo de alta dos juros começar em maior magnitude na reunião de julho, em 0,50 ponto percentual. A conclusão é que as grandes economias estão cada vez mais sendo levadas para o consenso de preços mais altos e menor crescimento ao longo de 2022.