Se a moeda de um país não possui muita credibilidade no mercado internacional ou se os investidores desconfiam das ações econômicas que estão sendo tomadas em determinado local, a moeda pode sofrer um ataque especulativo, o que resulta em sua desvalorização e no lucro para aqueles que orquestraram tal movimento.
O ataque especulativo pode ser prejudicial para os investidores locais e para toda a economia do país, influenciando até mesmo nos preços de itens básicos e no custo de vida.
O que é Ataque Especulativo?
O ataque especulativo é caracterizado pela ação de grandes investidores estrangeiros na moeda de um país, fazendo com que ela perca valor. De forma prática, há uma venda em massa da moeda local e a compra de uma moeda de referência, por exemplo o dólar.
Com esta movimentação o dólar sobe, o que faz com que a moeda atacada fique desvalorizada em relação à moeda de referência.
De forma geral, moedas de câmbio fixo são mais suscetíveis a essa situação, embora os ataques também possam atingir aquelas de câmbio flutuante.
Essa ação é movida por dois objetivos principais: o desejo de lucrar sobre uma moeda que terá dificuldades de se proteger, ou se defender quando a moeda local não oferece a segurança que os investidores buscam.
Como ocorre um Ataque Especulativo?
O ataque especulativo ocorre quando os investidores acreditam que uma moeda está alta demais e por isso começam a vendê-la acreditando na desvalorização. Para isso, eles realizam uma leitura completa da atual situação econômica do país.
Causas e consequências do Ataque Especulativo
A principal causa desse tipo de ataque é uma política econômica com sinais de vulnerabilidade, como por exemplo:
- Reservas internacionais limitadas, que podem reduzir a capacidade de um país de controlar as oscilações do mercado de câmbio;
- Aumento da dívida pública;
- O número de importações é maior do que as exportações.
Já as consequências são sempre negativas e podem desestabilizar completamente a economia de um país. O primeiro impacto é a redução ainda maior das reservas internacionais em uma tentativa de controlar a situação. Depois ocorre um aumento da taxa de juros e, por fim, há uma retração econômica.
Ataque Especulativo no Brasil
O Brasil também já foi vítima de ataques especulativos, sendo que o mais famoso foi a crise cambial de 1999. Naquela época, a economia brasileira passava por um momento instável devido à crises financeiras ao redor do globo e medidas desastrosas tomadas internamente.
Houve tentativas de controlar a situação, como a alteração para o sistema de flutuação cambial. Entretanto, o resultado não foi o esperado e o Brasil precisou reduzir ainda mais suas reservas internacionais. Por fim, o Banco Central teve que ceder à desvalorização da moeda.
Formas de proteção contra Ataque Especulativo
A melhor forma de impedir um ataque à moeda de um país é criando uma política econômica que gere confiança nos investidores e fortaleça a indústria local.
Entretanto, quando a situação já está ocorrendo, há algumas medidas que podem freá-la ou impedir que os danos sejam desastrosos. Uma delas é usar as reservas internacionais para aumentar a oferta da moeda de referência no mercado, assim é possível evitar a sua valorização descontrolada.
A segunda forma é elevar a taxa de juros, assim os investidores podem se sentir atraídos por outros investimentos e desistir do ataque. Por fim, vale destacar que o ataque especulativo só é interessante para os investidores estrangeiros. Pois, se os locais atacarem sua própria moeda, eles também serão prejudicados pelos problemas econômicos decorrentes.
O Banco Central tem a missão de atuar na linha de frente contra um ataque especulativo, definindo medidas para contornar o problema.
Em via de regra, os investidores estrangeiros são os principais beneficiados, pois poderão pegar os lucros da operação e usar em outro lugar, sem serem afetados pelos problemas econômicos gerados no país sob ataque.
Ataques especulativos não são tão comuns, mas o Brasil pode sim sofrer um ataque em algum momento, assim como sofreu em 1999.
O câmbio é caracterizado pela troca de uma moeda por outra, como quando alguém viaja aos Estados Unidos e troca reais por dólares.
O dólar é forte por ser emitido em uma economia estável, onde há grande capacidade de investimento e reservas suficientes para lidar com crises e oscilações.