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Depreciação: o que é e como calcular a desvalorização de um ativo com o tempo

A depreciação é o processo de desvalorização que afeta bens e ativos fixos tangíveis. Saiba por que o cálculo de depreciação é importante para a saúde financeira contábil de uma empresa.

Por Equipe Empiricus

29 jun 2023, 09:44 - atualizado em 19 fev 2024, 12:13

Imagem de uma pessoa usando a calculadora e conferindo dados para representar a depreciação.

A depreciação é um conceito fundamental para aqueles que lidam com a gestão financeira de bens e ativos. Ela consiste no processo de desvalorização que afeta um bem com o passar do tempo, devido a fatores como o desgaste físico e a obsolescência tecnológica. 

Compreender o conceito de depreciação é essencial para avaliar a saúde financeira de uma empresa e tomar decisões estratégicas de investimento e gestão de recursos. 

O que é a depreciação?

Como o próprio termo sugere, depreciação é o processo de desvalorização que afeta bens e ativos fixos tangíveis (como equipamentos, maquinários, imóveis) e intangíveis (como patentes, marcas e software) ao longo do tempo. Esse processo ocorre por conta de uma série de fatores, como mudanças no mercado e obsolescência.

A depreciação é uma forma de reconhecer o desgaste e a perda de valor de um ativo ao longo de sua vida útil, e é um conceito importante para a gestão financeira e contábil de empresas.

Em outras palavras, a depreciação nada mais é que uma despesa “não-caixa” que representa a perda de valor de um ativo. Por meio da matemática financeira do cálculo desse custo, é possível avaliar quanto um bem perdeu de valor desde a sua aquisição.

Qual a diferença entre depreciação e amortização?

Embora os termos depreciação e amortização sejam usados muitas vezes de forma intercambiável, na prática se referem a processos distintos. Como dito anteriormente, depreciação é a perda de valor de um ativo ao longo do tempo, enquanto a amortização se refere à alocação sistemática do custo de um ativo ao longo do seu período de vida útil.

Ou seja, a depreciação é usada para calcular a perda de valor de ativos tangíveis, enquanto a amortização é usada para calcular a perda de valor de ativos intangíveis – como patentes, marcas e softwares. Enquanto a depreciação é baseada na deterioração, a amortização é baseada no consumo ou obsolescência do ativo intangível.

Como funciona a depreciação?

A depreciação ocorre por meio da alocação do valor do ativo fixo – tangível ou intangível – ao longo do seu período de vida útil. 

Por exemplo, suponha que uma empresa compre um equipamento por R$ 50 mil e que ele tenha uma vida útil estimada de 10 anos. Nesse caso, a empresa pode optar por depreciar o equipamento em uma base anual, a uma taxa de 10% por ano. Na prática, significa que a empresa irá reconhecer uma despesa de depreciação de R$ 5 mil por ano durante os próximos 10 anos.

A taxa de depreciação é geralmente baseada na expectativa de vida útil do ativo e no seu valor residual, que é o valor que se espera que ele valha ao final de sua vida útil. Alguns ativos, por exemplo, têm um valor residual mínimo, enquanto outros não têm valor residual.

O método de depreciação utilizado também pode variar, sendo os métodos mais comuns o linear, o degressivo e o somas dos dígitos. Em geral, a depreciação é usada para alocar o custo do ativo fixo ao longo de sua vida útil, a fim de refletir de forma mais precisa seu valor econômico ao longo do tempo.

Para que serve a depreciação?

A depreciação serve para diversos fins, sendo um instrumento essencial para a gestão financeira e contábil das empresas. Alguns dos principais usos da depreciação incluem:

  • Avaliação do valor do ativo: a depreciação ajuda a avaliar quanto um ativo perdeu de valor desde sua aquisição, o que é importante para a gestão de ativos de uma empresa;
  • Cálculo do lucro líquido: sendo uma despesa “não-caixa”, a depreciação aponta o lucro líquido de uma empresa, refletindo de forma mais precisa seu desempenho financeiro.
  • Cálculo do Imposto de Renda: é uma despesa dedutível no imposto de renda, o que pode reduzir o imposto a pagar pela empresa.
  • Tomada de decisões: é um indicador importante para a tomada de decisões de investimento, financiamento e contabilidade da empresa, podendo ser utilizada para decidir quando é necessário substituir um ativo, ou para avaliar a viabilidade econômica de um projeto.

Quais são os bens depreciáveis e não depreciáveis?

Os bens depreciáveis são aqueles ativos que perdem valor ao longo do tempo, seja por desgaste físico, obsolescência tecnológica ou outros fatores. Alguns exemplos comuns de bens depreciáveis incluem:

  • Equipamentos e maquinários;
  • Veículos;
  • Imóveis comerciais e industriais;
  • Ferramentas e instrumentos de trabalho;
  • Softwares e sistemas de tecnologia.

Por outro lado, os bens não depreciáveis são aqueles que não perdem valor ao longo do tempo ou têm uma vida útil indefinida. Incluem-se nessa lista bens como:

  • Terrenos;
  • Obras de arte e antiguidades;
  • Investimentos financeiros de longo prazo, como ações e títulos.

Vale ressaltar, porém, que os bens não depreciáveis podem sofrer outras formas de depreciação, como a obsolescência funcional ou a perda de valor de mercado. Além disso, a definição de bens depreciáveis e não depreciáveis pode variar de acordo com o contexto e a legislação aplicável.

Tipos de depreciação

Existem diversos métodos de calcular a depreciação de um ativo, e um deles pode ser mais adequado para diferentes tipos de ativos e situações. Em geral, a depreciação pode ser classificada em quatro tipos principais: 

  • Depreciação linear
  • Depreciação acelerada
  • Depreciação acumulada
  • Depreciação gerencial

Depreciação linear

A depreciação linear é o método mais simples e comum de calcular a depreciação de um ativo. Nesse método, o valor depreciado é calculado de forma constante ao longo do tempo, de acordo com a vida útil estimada do ativo. 

Para calcular a depreciação linear, é necessário conhecer o valor do ativo, seu valor residual (o valor que se espera que o ativo ainda tenha ao final de sua vida útil) e sua vida útil estimada em anos. 

Depreciação acelerada

Na depreciação acelerada, o valor depreciado é maior nos primeiros anos de vida útil do ativo e vai diminuindo ao longo do tempo. Esse método reflete a ideia de que muitos ativos perdem valor de forma mais acentuada nos primeiros anos de uso, devido ao desgaste físico e à obsolescência tecnológica.

Existem diferentes formas de calcular a depreciação acelerada, mas as mais comuns são o método da soma dos dígitos dos anos (DDA) e o método dos saldos decrescentes. Em ambos os métodos, o valor depreciado é maior nos primeiros anos de vida útil do ativo.

Depreciação acumulada

A depreciação acumulada contabiliza o valor total de um ativo ao longo de sua vida útil. Dessa forma, a cada período contábil, o valor depreciado é somado ao valor depreciado dos períodos anteriores, formando um valor acumulado. Esse valor acumulado é subtraído do valor original do ativo para calcular o valor contábil líquido do ativo. 

A depreciação acumulada pode ser vista como uma forma de acompanhar o desgaste e a obsolescência de um ativo ao longo do tempo. Ela também é importante para fins contábeis, pois permite que a empresa registre o valor do ativo e a depreciação acumulada separadamente no balanço patrimonial.

Depreciação gerencial

Por fim, a depreciação gerencial é um método de cálculo que varia de acordo com as necessidades e estratégias da empresa, não seguindo uma fórmula específica. Esse método pode levar em consideração fatores como o mercado em que a empresa atua, a vida útil real do ativo, a taxa de obsolescência tecnológica, entre outros.

A depreciação gerencial pode ser utilizada para fins de gestão de ativos, permitindo que a empresa tome decisões mais informadas sobre quando e como substituir seus ativos. No entanto, ela não é adequada para fins contábeis, pois não segue um método de cálculo padronizado.

Como calcular a depreciação?

Para calcular a depreciação, é necessário ter em mente o valor do ativo, sua vida útil e seu valor residual. Com essas informações em mãos, é possível escolher um dos métodos de depreciação mencionados anteriormente e utilizar a fórmula correspondente. Veja como calcular a depreciação linear e a depreciação acelerada, por exemplo:

Depreciação linear

A depreciação linear é calculada subtraindo o valor residual do valor do ativo e dividindo o resultado pela vida útil. A fórmula é a seguinte:

Depreciação linear = (Valor do ativo – Valor residual) / Vida útil

Por exemplo, se uma empresa adquiriu uma máquina por R$ 100 mil, com uma vida útil de 5 anos e um valor residual de R$ 20 mil, a depreciação anual seria calculada da seguinte forma:

Depreciação anual = (100 mil – 20 mil) / 5 = R$ 16 mil

Depreciação acelerada

Existem diferentes métodos de depreciação acelerada, mas um dos mais comuns é o método da soma dos dígitos, quando a depreciação é calculada levando em consideração a vida útil do ativo e aplicando uma taxa maior de depreciação nos primeiros anos de uso. A fórmula é a seguinte:

Depreciação acelerada = (Vida útil x (Vida útil + 1) / 2) x (Valor do ativo – Valor residual) / Total dos dígitos

Por exemplo, se um ativo tem uma vida útil de 5 anos, os dígitos seriam: 5 + 4 + 3 + 2 + 1 = 15. Se o valor do ativo é R$ 100 mil, o valor residual é R$ 20 mil e a depreciação é calculada no terceiro ano de uso, a depreciação seria calculada da seguinte forma:

Total dos dígitos = 5 + 4 + 3 + 2 + 1 = 15

Depreciação no terceiro ano = (5 x 6 / 2) x (100 mil – 20 mil) / 15 = R$ 16 mil


Cada método de depreciação tem suas próprias fórmulas e taxas, portanto, é importante que as empresas escolham o método mais adequado para seus ativos e consultem um contador para garantir que o cálculo esteja correto.

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