Também conhecido como split, o desdobramento de ações é uma prática frequente entre empresas de capital aberto e, por vezes, gera dúvidas entre os investidores que atuam na bolsa de valores.
O processo envolve a divisão das ações existentes, aumentando o número de ativos em circulação, mas mantendo o valor total do investimento. Entender o funcionamento do desdobramento de ações e suas implicações é essencial para compreender as estratégias adotadas pelas empresas e como elas impactam o mercado financeiro.
O que é Desdobramento de Ações?
O desdobramento de ações, também conhecido como split, é uma operação financeira realizada por empresas de capital aberto. Nesse processo, a companhia decide aumentar a quantidade de ações em circulação, sem afetar o valor total do capital da empresa.
Essa prática resulta na divisão do preço das ações na mesma proporção do desdobramento, tornando-as mais acessíveis para os investidores – sem alterar o valor global do investimento.
Em outras palavras, o desdobramento não impacta o valor de mercado da empresa, sendo uma estratégia para ajustar o preço das ações e torná-las mais atrativas e acessíveis no mercado.
Como funciona o Desdobramento de Ações?
A divisão de ações ocorre por meio de uma operação que aumenta a quantidade de ações disponíveis sem impactar o valor total do capital da empresa. Para isso, é feita uma divisão na proporção de 1:2, 1:3 ou 1:10, o que significa que o investidor terá sua quantidade de ações multiplicada por duas, três ou dez vezes.
Apesar do aumento no número absoluto de ativos disponíveis, não ocorre uma alteração proporcional no valor total do investimento. Por exemplo, se um acionista detém uma participação de 0,001% na empresa X antes do desdobramento, ele continuará a ter essa mesma proporção após o split.
Dessa forma, o desdobramento visa ajustar o preço das ações, tornando-as mais acessíveis e atraentes para os investidores.
Desdobramento de ações x agrupamento de ações
Ambas as práticas corporativas são utilizadas pelas empresas como estratégia para ajustar os preços de suas ações no mercado. Entretanto, a diferença fundamental entre o desdobramento de ações e o agrupamento de ações está na direção do movimento dos preços e na quantidade de ações envolvidas.
Enquanto o desdobramento visa tornar as ações mais atrativas para os investidores, o agrupamento combina múltiplas ações em uma única ação, reduzindo o número total de ações em circulação.
Por que empresas fazem Desdobramento de Ações?
O split é feito por uma série de motivações, com destaque para os seguintes motivos:
- Acessibilidade para investidores: tornar as ações mais acessíveis para investidores individuais, especialmente quando o preço por ação está alto. Um desdobramento de 2 para 1, por exemplo, dobraria a quantidade de ações em circulação e reduziria pela metade o preço de cada ação.
- Aumentar a liquidez: aumentar o número de ações em circulação pode aumentar a liquidez no mercado, tornando mais fácil comprar e vender ações. Um desdobramento de 3 para 1 triplicaria a quantidade de ações em circulação e reduziria a um terço o preço de cada ação.
- Ajustar preços de mercado: manter o preço das ações em uma faixa desejada para atrair investidores e manter a competitividade no mercado. Se o preço de uma ação está muito alto, um desdobramento pode trazer o preço para uma faixa mais desejável.
- Aumentar visibilidade: tornar as ações mais atrativas para potenciais investidores, aumentando a visibilidade no mercado de ações. Um desdobramento pode atrair mais investidores, pois o preço por ação é mais acessível.
Ou seja, a estratégia visa, em linhas gerais, ajustar o perfil das ações no mercado, adaptando-se a diferentes circunstâncias e facilitando o investimento por parte de uma variedade maior de investidores.
Empresas que já fizeram Desdobramento de Ações
Diversas companhias de capital aberto já adotaram a estratégia como parte de sua gestão financeira. Algumas multinacionais se destacam nesse cenário, como a Ambev, a Magazine Luiza e a Gol.
- Ambev: Em dezembro de 2010, a Ambev anunciou um desdobramento na proporção de 1:5. A operação não alterou o montante financeiro do capital social total, tornando as ações mais acessíveis.
- Magazine Luiza: Um dos destaques do setor varejista, a Magazine Luiza já passou por três desdobramentos: 1:8 em 2017, 1:8 em 2019 e 1:4 em 2020. Com o objetivo de evitar preços extremamente altos, os acionistas viram suas ações multiplicarem significativamente.
- Gol: Em 2015, a companhia aérea Gol realizou um desdobramento na proporção de 1:35. O capital social não foi alterado, mantendo-se aproximadamente em R$ 2,62 bilhões.
- Banco do Brasil: O desdobramento de ações mais recente ocorreu com o Banco do Brasil, que em dezembro de 2023 anunciou o split de 100% das ações do banco.
Esses casos de desdobramento de ações evidenciam a flexibilidade e as estratégias adotadas por empresas para se adaptarem às condições do mercado e manterem a atratividade de seus ativos.
O desdobramento de ações, também conhecido como split, é uma prática em que uma empresa divide suas ações, multiplicando a quantidade de ativos disponíveis na mesma proporção. O objetivo é ajustar o preço das ações, tornando-as mais acessíveis.
Empresas realizam desdobramentos para ajustar o preço de suas ações, aumentar a acessibilidade aos investidores e melhorar a liquidez. Essa estratégia não altera o valor total do capital da empresa.
O desdobramento ocorre na proporção determinada pela empresa (por exemplo, 1:2, 1:3). Os acionistas recebem mais ações, mantendo a mesma participação percentual no capital total.
Diversas empresas já realizaram desdobramentos, incluindo a Ambev, que adotou a proporção de 1:5, o Magazine Luiza, com três desdobramentos, e a Gol, na proporção de 1:35.
Os principais impactos incluem tornar as ações mais acessíveis aos investidores, aumentar a liquidez no mercado e ajustar os preços para evitar valores extremamente altos. O desdobramento não altera o valor total do investimento.