Entender o mecanismo da Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) em uma empresa é fundamental para quem está pensando em investir em ações de uma organização.
Afinal, a DFC fornece um parâmetro sobre a capacidade de um empreendimento gerar caixa, o que a torna mais saudável financeiramente e com melhores perspectivas futuras.
O que é DFC?
A Demonstração do Fluxo de Caixa é um documento contábil extremamente importante, pois descreve as entradas e saídas de dinheiro de uma empresa durante um período de tempo. É utilizada para captar uma visão detalhada da movimentação financeira, incluindo as origens e a aplicação de recursos.
Esse relatório ajuda a traçar um retrato da saúde financeira de uma organização, detalhando como ela administra seu dinheiro para cumprir suas obrigações, financiar suas operações e investir para o futuro.
Por meio da Lei nº 11.638/2007, o relatório passou a ser obrigatório para as organizações de capital aberto e para todas que declaram um patrimônio líquido superior a R$ 2 milhões.
Vale destacar que a DFC é subdividida em três categorias principais: atividades operacionais (relacionadas à produção e venda de bens e serviços), atividades de investimento (compra e venda de ativos a longo prazo) e atividades de financiamento (emissão e resgate de dívidas e ações, além do pagamento de dividendos).
A Demonstração do Fluxo de Caixa é uma ferramenta poderosa para gestores e investidores entenderem a capacidade que uma organização tem para gerar caixa.
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Quais as vantagens da DFC?
A DFC oferece uma série de vantagens para os gestores e investidores, dentre as principais delas estão:
- Visão clara da liquidez da empresa: fornece um quadro transparente da capacidade de uma empresa gerar caixa;
- Informação sobre a eficácia das atividades operacionais: ao analisar o fluxo de caixa, os investidores entendem a eficácia com que a empresa transforma lucros em dinheiro;
- Auxílio na tomada de decisões de investimento: para investidores e potenciais acionistas, a DFC ajuda a decidir se a companhia gera caixa positivo e tem liquidez;
- Fornecimento de base para previsões: ajuda os gestores a planejar investimentos futuros e preparar-se para quaisquer desafios financeiros potenciais;
- Complemento à Demonstração do Resultado do Exercício (DRE): oferece um panorama sobre onde a empresa está realmente gerando e gastando dinheiro.
Além disso, ela também facilita a identificação de possíveis fraudes contábeis, uma vez que esses atos são altamente prejudiciais para os investidores.
Qual a diferença entre DFC e DRE?
Tanto a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) quanto a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) são relatórios financeiros fundamentais para qualquer empresa. No entanto, elas servem a propósitos distintos e oferecem informações diferentes sobre a saúde financeira do negócio.
A DRE fornece uma visão do desempenho financeiro durante um período específico. Ela registra todas as receitas, custos e despesas para mostrar o lucro ou prejuízo líquido.
A grande diferença para a DFC é que ela dá o resultado pelo regime de competência. Por exemplo: vamos considerar que no mês de janeiro o custo com matéria-prima de uma empresa foi de R$ 20 mil, mas o pagamento será só em fevereiro. Nesse caso, o custo aparece no DRE, mas ainda não entra no DFC.
Isso acontece porque a DFC apresenta informações sobre o fluxo de dinheiro, mostrando onde ele foi gasto (saídas de caixa) e de onde ele veio (entradas de caixa). Dessa forma, se a empresa faz vendas para receber em outros períodos, ela entra na DFC no período em que o dinheiro realmente entrou na empresa, e no DRE no período em que a venda foi feita.
Portanto, enquanto a DRE mostra se a empresa obteve lucro ou prejuízo durante o período, a DFC fornece uma visão do movimento real de dinheiro, revelando a capacidade da empresa gerar caixa.
Como fazer o DFC?
Basicamente existem dois métodos para se fazer a DFC: o método direto e o método indireto. Cada um deles possui as suas próprias particularidades.
No método direto é levado em conta os recebimentos dos clientes, as despesas e pagamentos que foram feitos para fornecedores em valores brutos.
Já no método indireto não são considerados os valores brutos de entrada e saída, mas sim o ajuste do lucro líquido. Também são incluídas as variações das contas patrimoniais da organização que estão relacionadas ao DRE.
Qual a estrutura do DFC?
Segundo o Pronunciamento Técnico CPC nº 03, a apresentação de fluxo de caixa é baseada em três atividades principais seguidas do resultado, sendo elas as:
Atividades operacionais
Nesse grupo estão as contas relativas à produção e entrega de produtos e serviços por parte da empresa. Devem ser consideradas as despesas e os custos de produção, bem como as contas a receber e os pagamentos feitos à vista.
Atividades de investimentos
Aqui estão as contas relacionadas aos investimentos feitos por uma organização em ativos com perspectiva de gerarem frutos em um futuro. Por exemplo: uma empresa adquire um imóvel ou então um determinado maquinário.
Atividades de financiamento
Nessa conta estão relacionados os valores ligados a captação de recursos, podendo ser tanto de capital próprio, quanto de capital de terceiros. Tudo depende da estratégia adotada pela organização e do caixa disponível na empresa.
Qual a importância da análise do DFC antes de investir?
Para quem vai investir a análise do DFC é fundamental, pois mostra como está a saúde financeira da empresa, o que diminui o risco de colocar dinheiro em uma organização que está beirando a falência.
Todavia, ainda que seja um indicador que dê um panorama para o investidor, ele não pode ser considerado de forma isolada, visto que outros fatores como perspectiva de longo prazo, liquidez, alavancagem, dentre outros precisam ser analisados.
Por isso, a análise da Demonstração do Fluxo de Caixa faz parte da análise fundamentalista, que também considera outros fatores conforme mostramos acima.
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A Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) é um relatório contábil que mostra a movimentação de dinheiro numa empresa durante um período específico. Ela serve para analisar a capacidade da geração de caixa, avaliar a liquidez e solvência, auxiliar na tomada de decisões e complementar outras demonstrações financeiras.
Entender a DFC envolve a análise de três seções principais: atividades operacionais, investimento e financiamento, que mostram o fluxo de caixa gerado pelas atividades do dia a dia. As atividades de investimento revelam como o dinheiro foi usado ou gerado por investimentos em ativos de longo prazo. Por fim, as atividades de financiamento registram os fluxos de caixa de empréstimos, emissão e recompra de ações, pagamento de dividendos, etc.
A DFC se divide em três atividades: atividades operacionais, atividades de investimento e atividades de financiamento. Cada uma delas representa um grupo diferente de contas dentro do relatório.
O cálculo da DFC pode ser feito por dois métodos: direto e indireto. O método direto rastreia todas as entradas e saídas de caixa reais das atividades operacionais da empresa. O método indireto começa com o lucro líquido do período e ajusta as contas para transformá-lo em um valor de caixa. As contas ajustadas podem incluir depreciação, variações em ativos e passivos operacionais, entre outros.
Os três grupos do fluxo de caixa, que correspondem às seções da DFC, são: atividades operacionais, atividades de investimento e atividades de financiamento.