O investimento em criptomoedas tem suas particularidades quando comparado ao mercado tradicional de ações, como por exemplo um modelo de plataforma específico para negociações: a exchange.
As corretoras de criptomoedas atuam como intermediárias na compra e venda de ativos, além de permitirem o armazenamento e conversão das moedas digitais.
O que é uma exchange de criptomoedas?
Assim como o mercado de ações, o mercado cripto também oferece a possibilidade de negociação por intermédio de empresas especializadas. As exchanges nada mais são que corretoras específicas para este fim, mas com características próprias e ainda mais funcionalidades.
As exchanges permitem ao investidor comprar e vender ativos, bem como trocar, converter e armazenar criptomoedas. Essas plataformas são mais intuitivas e ágeis quando comparadas aos outros métodos de negociação de criptoativos, oferecendo um layout mais prático para que as transações aconteçam.
Vale lembrar, entretanto, que as corretoras de criptomoedas não atendem a uma regulamentação. Ainda assim, costumam ser auditadas por empresas de avaliação de risco e seguem uma série de regras de validação e segurança de dados.
Como funcionam as exchanges?
As exchanges funcionam de maneira independente e de acordo com suas próprias regras, mas seguem a padrões preestabelecidos no mercado cripto. Na prática, atuam como uma “ponte” entre compradores e vendedores de ativos digitais – neste caso, as empresas por trás de cada projeto.
Além de permitir a negociação dos ativos, também oferecem a custódia para quem opta por manter as criptomoedas sob proteção de uma empresa ao invés de uma carteira própria. Para negociar, o usuário precisa abrir uma conta na plataforma e escolher as criptos de sua preferência.
O “cardápio” das exchanges é formado por criptomoedas clássicas, stablecoins, tokens de governança e NFTs – a depender da gama de produtos parceiros da corretora. Algumas dessas empresas oferecem ainda produtos e serviços voltados para pagamentos em Bitcoin, bem como assistência e análise de investimentos.
As principais corretoras de cripto do Brasil
Existem diversas exchanges de criptomoedas em funcionamento no Brasil. Confira as principais opções e particularidades de cada uma delas:
Mercado Bitcoin
A Mercado Bitcoin foi fundada em 2013 e tem sede em São Paulo. Considerada uma das maiores plataformas de ativos digitais da América Latina, é o primeiro unicórnio cripto do Brasil. Hoje, conta com um dos portfólios em operação mais completos do mercado.
Com mais de 1 milhão de usuários, a MB permite a realização de operações de compra, venda e gerenciamento de criptomoedas, além de ferramentas adicionais, como conta digital, conversor de moedas e custódia.
BitcoinTrade
Fundada em 2017, a BitcoinTrade tem sede no Rio de Janeiro e foi comprada recentemente pela startup argentina Ripio. Com mais de 500 mil clientes cadastrados, a plataforma oferece serviços em toda a América Latina e tem criptoativos exclusivos sob custódia.
Além disso, permite o armazenamento offline de ativos por meio de servidores criptografados e registrados e tem um dos melhores sistemas de segurança do mercado.
Binance
Maior exchange do mundo em volume de negociação, a Binance chegou ao Brasil no final de 2019. Apesar de não ter sede fixa no país, oferece serviços de câmbio e negociação em língua portuguesa e tem uma plataforma robusta e ágil.
Estabelecida no mercado internacional, a corretora tem sua própria criptomoeda: a Binance Coin (BNB), que atualmente é considerada a quarta mais valiosa do mercado.
Coinext
Outra exchange que se destaca dentre as opções brasileiras é a Coinext, que tem sede em Belo Horizonte e atua desde 2018 no mercado nacional. Criada com o objetivo de democratizar o acesso a esse mercado, tem ativos acessíveis e diversas criptos promissoras em seu portfólio.
Apesar de ser a corretora mais jovem do país, é conhecida por sua credibilidade e segurança. A plataforma trabalha com um sistema de backup externo e opera sob mecanismos de validação reforçados.
Ripio
Fundada em 2014 e de origem argentina, a Ripio surgiu como uma carteira cripto, mas adaptou seus serviços ao longo dos últimos anos para se tornar uma plataforma completa de corretagem.
Em 2020, a exchange firmou parceria com a Visa para permitir a compra e venda de criptomoedas por meio de cartões de crédito e débito. Já em 2021, adquiriu a BitcoinTrade e hoje conta com um dos portfólios mais extensos do mercado nacional.
Como abrir uma conta e usar uma exchange?
A abertura de conta em uma exchange costuma ser simples e gratuita: basta entrar no site da corretora de sua preferência e fazer um cadastro, seguido da criação de um login e senha. Algumas plataformas exigem ainda comprovantes de residência e extratos bancários para validar as informações e garantir maior segurança.
Aprovado o cadastro, você deve transferir dinheiro da sua conta corrente tradicional para a exchange, a fim de ter saldo para realizar as negociações. Ao enviar o montante em reais, você pode convertê-lo para a cripto desejada ou ainda realizar operações de forma direta – como ocorre no home broker de corretoras tradicionais.
A segurança desses portais é validada por meio do mecanismo de ativação em duas etapas (2FA), além de outros requisitos legais que podem ser acionados a fim de proteger os ativos sob custódia. A partir disso, é possível negociar diferentes criptomoedas em uma mesma plataforma.
As exchanges de criptomoedas costumam operar 24 horas por dia e 7 dias por semana, diferentemente do mercado tradicional.
Vantagens e desvantagens das exchanges
O uso de uma exchange como intermédio das operações envolvendo criptomoedas tende a ser a opção mais segura para quem está começando a investir nesse mercado. Porém, isso não significa que a segurança está totalmente garantida.
Como outros investimentos, há riscos que devem ser avaliados antes da abertura de conta. Confira os prós e contras das corretoras:
Vantagens das exchanges
As exchanges oferecem ao investidor a possibilidade de comprar e vender criptos de forma otimizada por meio de uma plataforma intuitiva e dinâmica – ao contrário de uma negociação direta (peer-to-peer), que ocorre dentro da blockchain e exige maior conhecimento em programação.
Além disso, as corretoras disponibilizam um portfólio completo de criptomoedas, permitindo a negociação de qualquer tipo de ativo em um só lugar. Outros fatores de destaque são:
- Abertura de conta gratuita;
- Taxas menores em relação a fundos e ETFs disponíveis no mercado tradicional;
- Isenção de Imposto de Renda para investimentos de até R$ 35 mil;
- Investimento inicial baixo, permitindo depósitos entre R$ 20 e R$ 50;
Desvantagens das exchanges
Apesar de serem produtos práticos para quem está começando a investir (ou mesmo para aqueles que não têm tempo suficiente para negociar de forma direta), as exchanges de criptomoedas têm seus riscos.
O principal está relacionado a hackers que podem comprometer o sistema da companhia, ocasionando perda de dados e saldo do usuário. Em 2021, corretoras como a japonesa Liquid e a Binance sofreram com ataques cibernéticos que resultaram em perdas bilionárias para os clientes.
Além disso, outro fator que desestimula o mercado cripto é a falta de regulamentação de um órgão fiscalizador – como a CVM para o mercado financeiro. Dessa forma, as plataformas também “sofrem” sem a anuência de um centralizador das operações.
Porém, apesar de não serem reguladas, muitas dessas redes têm reforçado as suas políticas de segurança e auditoria para garantir maior proteção aos clientes.
- Não quer criar conta em exchanges e nem ficar acompanhando o sobe-e-desce do mercado cripto? Veja aqui 5 opções para investir em criptomoedas de forma descomplicada, sem precisar sair da bolsa brasileira.
É seguro investir por meio de uma exchange?
O investimento em criptomoedas por meio das exchanges é a maneira mais tradicional e garantida de diversificar a carteira por meio da modalidade. Apesar de envolver riscos – como em qualquer outra ferramenta –, oferece praticidade e agilidade para os usuários.
Antes de investir, porém, é importante que você avalie a reputação da corretora, bem como sua política de segurança. Pesquise o valor de mercado e a quantidade de ativos disponíveis na plataforma e informe-se sobre o atendimento ao cliente.
Ao realizar o cadastro, lembre-se ainda de criar uma chave reforçada e de não utilizar qualquer tipo de dispositivo excetos os seus. É importante que você negocie os montantes em uma máquina confiável, e nunca de um dispositivo público.
Por fim, se você não confia 100% na integridade da exchange para manter suas criptomoedas armazenadas, a dica é apostar em uma carteira de criptomoedas (wallet) própria. As cold wallets, por exemplo, não se conectam à internet, diminuindo o risco de acesso de terceiros ao sistema de origem dos seus ativos. Já as hot wallets são dispositivos de armazenamento à parte das corretoras.
Independentemente da escolha, a exchange pode ser uma ferramenta ágil para começar a investir em cripto com segurança, mas é importante que seja utilizada em conjunto com outros dispositivos de segurança.