Criptomoedas

ICO: entenda o que é e como funciona uma oferta inicial de criptomoedas

Um ICO ocorre quando um projeto lança uma criptomoeda nova para ser negociada no mercado. Entenda melhor como ele funciona e se vale a pena participar de um ICO.

Por Equipe Empiricus

10 nov 2022, 20:27 - atualizado em 31 jul 2023, 10:17

Imagem representando um ICO, mostrando uma criptomoeda na frente de um gráfico financeiro.

O mercado de criptomoedas uma realidade que chegou para ficar no mundo financeiro. E assim como as empresas possuem a sua disposição o prcesso de IPO quando querem abrir o seu capital na bolsa, o mesmo também ocorre com as criptomoedas, através de um ICO (Initial Coin Offering).

Foi por meio desse tipo oferta inicial de moedas que novos tokens e criptomoedas surgiram no mercado digital nos últimos anos.

Por isso, entender o funcionamento da ICO é importante para que o investidor encontre oportunidades únicas de rentabilidade logo no começo. Mas, por meio de projetos inovadores que estão começando a despontar no mercado.

O que é um ICO?

A sigla ICO refere-se ao Initial Coin Offering que, em tradução livre, significa Oferta Inicial de Moedas. Se trata de um processo de oferta que lança novas criptomoedas e tokens no mercado, com a intenção de encontrar investidores interessados.

A título de comparação, a Oferta Inicial de Moedas é semelhante ao IPO, realizado por empresas que estão em busca de entrar para a bolsa de valores, e ao Crowdfunding, que é um sistema de financiamento coletivo.

Os aportes financeiros, realizados pelos investidores que querem apoiar projetos ICO, não precisam ser em dinheiro, já que em sua grande maioria, os mesmos são lançados juntos a uma blockchain. Assim, os investidores podem usar suas criptomoedas, como Bitcoin e Ether, regulamentadas pela rede Ethereum.

Por contarem com processos menos burocráticos, as Startups vêm apostando em Ofertas Iniciais de Moedas, para conseguir o financiamento necessário de seus projetos. Dessa forma, as mesmas recorrem a blockchain a fim de desenvolver seu próprio token.

Por outro lado, devido à maior flexibilidade junto ao mercado, os ICOs podem ser usados para esquemas de fraude, ao contrário dos IPOs que possuem regulamentação rígida.

Como funciona um ICO?

Com o surgimento de criptomoedas como o Bitcoin, muitas portas se abriram para novas moedas no mercado, dando início, inclusive, à criação dos tokens. Esse acontecimento beneficiou pessoas físicas e jurídicas, que tinham o interesse de criar um projeto e disponibilizá-lo para investidores.

Nesse sentido, um ICO pode ser representado por uma criptomoeda ou por um token. No caso dos tokens, o investidor poderá ter acesso a produtos e serviços que o projeto oferece, ao adquiri-los.

Assim, ao entrar para a blockchain, os desenvolvedores irão realizar o lançamento de seu ICO e estipular um período de arrecadação. Durante esse período, os investidores poderão conhecer melhor o projeto e entender se vale a pena investir ou não. 

Dessa maneira, quanto maior o aporte realizado pelo investidor, maiores serão seus benefícios futuros, caso o projeto cresça e dê bons frutos.

Por fim, quando a Oferta Inicial de Moedas é encerrada, o projeto passa a fazer parte oficialmente da Blockchain. A partir daí o investidor que comprou as criptomoedas ou tokens poderá realizar diversas ações, como negociações, trocas e, até mesmo, saques em dinheiro fiat, por meio da moeda de seu interesse (real, dólar ou euro).

Qual o propósito de um ICO?

De forma geral, o propósito de um ICO é garantir a captação de recursos financeiros de forma prática, barata e inovadora, propiciando o crescimento de startups e projetos que, na maioria das vezes, contam com ótimos profissionais, mas pouco incentivo.

O que torna a Oferta Inicial de Moedas ainda mais sedutora, é que suas etapas são realizadas de forma online e podem ser feitas de qualquer lugar do mundo. O que torna tudo muito mais rápido e realizável.

Diferenças entre ICO, Crowndfunding e IPO

Por mais que os processos de ICO e IPO sejam parecidos, existem algumas diferenças fundamentais que caracterizam cada um deles. Isso porque o IPO está ligado à oferta inicial que uma empresa faz, antes de levar suas ações para a bolsa de valores.

Nesse sentido, a captação do IPO é pública e realizada por meio de moeda fiduciária, como real, euro e dólar. Então, o investidor que adquirir ações da empresa (seja ela total ou parcial), terá direito a parte dos ganhos que a mesma realizar com o tempo. Ganhos esses que serão reverberados na alta das ações.

Por outro lado, as ações também podem apresentar queda e se desvalorizar com o tempo. Isso ocorre devido ao desempenho da organização, o contexto político e econômico naquele momento, entre outros.

Já no caso do ICO, a captura de recursos está ligada ao mercado de Criptoativos. Dessa forma, ao invés de oferecer ações, são vendidos tokens e moedas virtuais, criadas para o projeto.

Diferente dos IPOs, a Oferta Inicial de Moedas não é regulamentada pela CVM, o que a torna menos estruturada e fiscalizada.

Outra grande diferença entre a Oferta Inicial de Moedas e os IPOs, é que as ICOs dizem respeito a empresas novas, que estão em busca de verba para crescer o seu negócio. Já nos IPOs, as empresas são estruturadas e têm reconhecimento nacional e internacional, movendo grandes somas de dinheiro e alcançando bilhões.

Por fim, o Crowdfunder se diferencia da Oferta Inicial de Moedas por contar com projetos que buscam financiamento coletivo por meio de doações, diferente da ICO, que oferece retorno financeiro, de acesso ou serviços para seus investidores.

Exemplos de ICO já realizados

A cada ano, surgem novos exemplos de IInitial Coin Offering. Apenas nos anos de 2014 a 2021 os números ultrapassaram a marca de 15 mil.

O primeiro ICO da história é atribuído ao lançamento de criptomoedas MasterCoin (hoje chamada Omni), em 2013.

Além da Mastercoin, alguns casos de sucesso são recorrentemente lembrados, nos fazendo compreender a relevância desse tipo de oferta para o mercado.

Confira os principais exemplos abaixo:

NXT (2013)

Com um valor de lançamento irrisório de US$ 0,0000168, a NXT representa um dos maiores ICOs de toda a história. O desenvolvedor desse projeto alcançou a marca de US $17 milhões em 21 bitcoins. Ao final do ano de 2013, mais precisamente no mês de novembro, a NXt tinha um valor de mercado avaliado em US$ 800 milhões.

Ethereum (2014)

A ICO da Ethereum lançou a segunda maior criptomoeda do mundo, mudando a forma como as Ofertas Iniciais de Moedas são realizadas nos dias atuais. Nesse sentido, a blockchain propiciou a criação de novas ofertas de ativos virtuais, e descortinou um horizonte de possibilidades para a criação e comercialização de diversos tipos de token, oferecendo um protocolo aberto a qualquer programador.

Infelizmente, no ano de 2016, US$ 50 milhões em Ether foram roubados por hackers, o que levou a Ethereum a se dividir em duas plataformas. Uma delas é a nova Ethereum, que conta com a moeda ETH, e a original é conhecida como Ethereum Classic (ETC).

Basic Attention Token (2017)

Outro sucesso absoluto foi a moeda Basic Attention Token (BAT). A cripto atingiu a impressionante marca de US$ 35 milhões, 30 segundos após a abertura de seu ICO.

O criador desse projeto foi o Brendan Eich, ex-CEO da Mozilla, que desenvolveu a Start Up Brave no ano de 2017, por meio da qual a moeda foi criada.

Telegram (2018)

Um dos apps mais conhecidos da atualidade, o Telegram, utilizou a ICO em duas oportunidades, com o objetivo de arrecadar financiamento em favor do projeto Telegram Open Network (TON).

O projeto TON foi um sucesso, e arrecadou cerca de US$ 1,7 bilhão ao todo, contando as duas operações.

Entretanto, no ano de 2019, diversos órgãos reguladores norte-americanos proibiram o lançamento do projeto TON. Em decorrência dessa situação, no ano de 2020, o Telegram recebeu uma multa de US$ 18,5 milhões do governo estadunidense, e teve que devolver cerca de US$ 1,2 bilhão para seus investidores.

Como participar de um ICO?

Para participar de um ICO, é importante ficar atento às novidades do mercado de criptoativos e identificar oportunidades interessantes. Existem sites como o Coincodex e o Coinpaprika que oferecem informações relevantes sobre o assunto.

Dito isso, confira abaixo o passo a passo para entrar em um ICO:

  1. Registre-se por meio do site do projeto: todo projeto confiável costuma ter um site explicando tudo o que você precisa saber;
  2. Tenha Bitcoin ou Ether: você precisará de moedas para apoiar o projeto. Foque em moedas mais aceitas e populares, como o Bitcoin e o Ether;
  3. Mova seus Bitcoins ou Ether para uma carteira que você controla: uma carteira de criptomoedas (wallet) própria irá proteger os seus ativos, garantindo maior segurança nas transações;
  4. Compre tokens ICO: ao escolher o projeto ideal e se cadastrar, você deverá enviar as criptos para o endereço da campanha;
  5. Receba os tokens da ICO no seu endereço: ao realizar os passos acima, você receberá os tokens relativos ao projeto no endereço da carteira que você cadastrou.

Vale a pena investir em um ICO?

Muitas Ofertas Iniciais de Moedas levaram seus investidores a ficarem milionários, o que pode sugerir que investir em criptomoedas que estão sendo lançadas seja uma boa ideia. Porém, é preciso lembrar que esse é um investimento de alto risco, e que os investidores que chegam primeiro são aqueles que realizam as apostas mais perigosas.

Então, para investir em algo do tipo, é preciso pesquisar e compreender muito bem o projeto que está sendo oferecido, avaliando os riscos do ICO. Além disso, o dinheiro do investimento em ICO não poderá fazer falta, em caso de perdas. Por isso, você deve despender uma soma específica para esse propósito.

Assim, para evitar cair em golpes, é preciso se certificar que a equipe de desenvolvimento da ICO é real, que a proposta tem solidez e faz sentido para você. Entenda se esse projeto terá chances reais de crescimento e caso as respostas para todas essas questões sejam positivas, considere investir seu dinheiro.

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