Economia

Mercado Imobiliário: entenda como funciona e como investir nesse setor

O mercado imobiliário envolve compra, venda e investimento em imóveis físicos e comerciais. Saiba como começar a investir.

Por Equipe Empiricus

24 abr 2025, 09:00

Imagem representando o mercado imobiliário, que envolve compra, venda e investimento em imóveis físicos e comerciais.

O mercado imobiliário é um dos pilares da economia, sendo historicamente uma das formas mais tradicionais de acumulação de patrimônio no Brasil e no mundo. 

Associado à ideia de segurança e valorização ao longo do tempo, ele vai muito além da compra e venda de imóveis: trata-se de um setor complexo, que envolve diversos segmentos, instrumentos financeiros e oportunidades para diferentes perfis de investidor.

O que é o mercado imobiliário?

O mercado imobiliário é o setor da economia que abrange todas as atividades relacionadas à compra, venda, locação, financiamento, construção e desenvolvimento de imóveis residenciais, comerciais, industriais e rurais. Envolve desde o planejamento urbano e o uso do solo até o financiamento habitacional e a especulação com imóveis.

Esse mercado tem forte impacto na geração de empregos, no crescimento econômico e na arrecadação de impostos. 

O setor imobiliário também é um termômetro da economia: quando os juros estão baixos, os financiamentos se tornam mais acessíveis, estimulando a compra e construção de imóveis. Em contrapartida, os juros altos tendem a desacelerar a atividade.

Além disso, o mercado imobiliário tem uma característica peculiar: os ativos são físicos, tangíveis e duráveis. Isso contribui para a percepção de segurança entre os investidores, ainda que o setor também esteja sujeito a riscos como vacância, inadimplência e desvalorização regional.

Como funciona o investimento imobiliário?

O investimento imobiliário consiste na aplicação de recursos com o objetivo de obter retorno por meio de aluguéis, venda com lucro ou valorização do imóvel ao longo do tempo. 

Ao contrário do que muitos pensam, não é preciso comprar um imóvel físico para investir no setor: hoje existem diversos instrumentos financeiros que permitem essa exposição com menos capital e mais liquidez.

De forma geral, investir no mercado imobiliário pode ter dois objetivos principais:

  • Geração de renda: por meio da locação de imóveis ou recebimento de dividendos em ativos atrelados ao setor.
  • Valorização patrimonial: comprando ativos que se valorizem ao longo do tempo e possam ser vendidos com lucro.

O funcionamento do mercado depende de diversos fatores, como oferta e demanda, ciclo imobiliário, localização, taxa de juros, crédito disponível e condições macroeconômicas. Por isso, é essencial que o investidor compreenda o momento do mercado antes de tomar decisões.

Quais são as formas de investir no mercado imobiliário?

Atualmente, é possível investir no mercado imobiliário de diferentes maneiras, desde a compra direta de imóveis até aplicações em produtos financeiros ligados ao setor.

1. Compra direta de imóveis

É a forma mais tradicional e conhecida de investimento. Envolve a aquisição de imóveis residenciais, comerciais ou terrenos, com o objetivo de alugar ou revender com lucro. A vantagem está no controle direto sobre o ativo e na previsibilidade de receita com aluguel.

No entanto, exige alto capital inicial, envolve custos com manutenção, impostos, documentação e vacância, além de oferecer menor liquidez.

2. Fundos Imobiliários (FIIs)

Os FIIs são veículos de investimento coletivo que aplicam em ativos ligados ao setor, como edifícios comerciais, shoppings, galpões logísticos e até títulos de crédito. Os investidores compram cotas dos fundos, que são negociadas na bolsa de valores (B3), e recebem rendimentos mensais, geralmente isentos de imposto de renda para pessoas físicas.

Os fundos imobiliários são uma forma prática e acessível de entrar no mercado, com liquidez diária, diversificação e gestão profissional. É possível começar com valores baixos, o que democratizou o acesso ao investimento imobiliário no Brasil.

3. LCI (Letra de Crédito Imobiliário)

A LCI é um título de renda fixa emitido por instituições financeiras para financiar o setor imobiliário. Ao investir em uma LCI, o investidor empresta dinheiro ao banco, que utiliza esses recursos para conceder crédito imobiliário a seus clientes. Em troca, o investidor recebe uma remuneração acordada no momento da aplicação.

As LCIs são isentas de imposto de renda para pessoas físicas, têm baixo risco, especialmente por serem cobertas pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), até o limite de R$ 250 mil por CPF e por instituição

4. CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários)

O CRI também é um título de crédito lastreado em recebíveis imobiliários, como parcelas de financiamentos ou aluguéis. É emitido por companhias securitizadoras e, geralmente, oferece rentabilidade superior à da LCI, mas com risco um pouco maior.

É importante lembrar que os CRIs não têm a cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), por isso exigem análise mais criteriosa. Mesmo assim, fazem parte da estratégia de muitos investidores qualificados que buscam diversificação e rendimento atrativo.

5. Participação em empreendimentos ou consórcios

Outra alternativa é investir diretamente em projetos de incorporação imobiliária, por meio de sociedades ou plataformas de crowdfunding. O investidor aporta capital em estágios iniciais de um empreendimento e participa dos lucros futuros com a venda das unidades. 

Apesar do potencial de retorno elevado, esse tipo de investimento também envolve riscos relevantes e menor liquidez. Os consórcios também são uma forma indireta de investir no setor, embora não sejam indicados para quem busca rentabilidade imediata.

Vantagens de investir no mercado imobiliário

Investir no setor imobiliário pode trazer diversos benefícios:

  • Valorização do imóvel: com o tempo, imóveis bem localizados tendem a se valorizar acima da inflação, gerando ganhos relevantes ao investidor.
  • Proteção contra a inflação: muitos contratos de aluguel e títulos imobiliários são corrigidos por índices inflacionários, ajudando a preservar o poder de compra.
  • Renda passiva: seja por meio de aluguéis ou dividendos de FIIs, o setor oferece fluxo de caixa constante.
  • Diversificação: o setor imobiliário tem baixa correlação com outros ativos, como ações ou câmbio, funcionando como proteção em cenários de volatilidade.

Cuidados e riscos no investimento imobiliário

Apesar das vantagens, o investimento no mercado imobiliário também apresenta riscos:

  • Vacância e inadimplência: no caso de imóveis físicos e FIIs, a ausência de inquilinos pode comprometer a geração de renda.
  • Desvalorização regional: fatores como segurança, mobilidade e planejamento urbano podem impactar a valorização do imóvel.
  • Baixa liquidez: imóveis físicos podem demorar para serem vendidos.
  • Risco de crédito: especialmente em LCIs e CRIs, é essencial avaliar o emissor e os garantidores do título.
  • Custos e burocracia: na compra direta, há despesas com ITBI, cartório, escritura e reforma, além da gestão do imóvel.

Avaliar esses aspectos é essencial para não comprometer o retorno esperado. A análise de localização, perspectiva de valorização, qualidade do ativo e do emissor são etapas cruciais do processo de decisão.

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Mercado imobiliário hoje: o que observar?

O comportamento do mercado imobiliário é influenciado por diversos fatores econômicos e sociais. A taxa de juros, por exemplo, tem impacto direto sobre os financiamentos e o apetite por crédito. Em momentos de juros baixos, o setor tende a crescer, já que os financiamentos ficam mais baratos e há maior incentivo à construção civil.

Importantes transformações têm se destacado no setor, como o crescimento do home office, a busca por imóveis maiores e a valorização de áreas periféricas. Além disso, há o  crescimento de plataformas digitais que facilitam o acesso ao mercado, inclusive por meio de investimentos fracionados e tokenizados.

Ficar atento aos ciclos do setor, aos lançamentos, à performance dos FIIs e aos dados de valorização regional é uma forma de entender melhor o momento do mercado e aproveitar as oportunidades certas.

Como em qualquer estratégia, o sucesso depende de análise, diversificação e alinhamento com os objetivos pessoais. Entender como funciona o setor e suas dinâmicas permite decisões mais conscientes, seja para quem está começando ou para quem já tem experiência no mercado imobiliário.

O que é o mercado imobiliário?

É o setor da economia que envolve atividades como compra, venda, locação, construção e financiamento de imóveis residenciais, comerciais e rurais.

Como funciona o investimento no mercado imobiliário?

Funciona por meio da aquisição de imóveis ou aplicações financeiras ligadas ao setor, com o objetivo de gerar renda passiva ou valorização patrimonial.

Quais são as vantagens de investir em imóveis?

Imóveis oferecem valorização no longo prazo, proteção contra a inflação, geração de renda e baixa correlação com outros ativos financeiros.

O que são FIIs no mercado imobiliário?

São Fundos de Investimento Imobiliário que aplicam em imóveis físicos ou títulos do setor. Eles distribuem rendimentos mensais e são negociados na bolsa.

Quais os riscos do investimento imobiliário?

Vacância, inadimplência, desvalorização do imóvel, baixa liquidez e risco de crédito em títulos como LCI e CRI são os principais riscos a considerar.

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