Junto as estratégias de política fiscal, política monetária e políticas econômicas gerais que ajudam a manter o país em um estágio de crescimento equilibrado e sustentável, a política cambial é uma das opções que um Banco Central tem para controlar certos aspectos da economia.
Muitas vezes, a política cambial é pressionada por eventos que ocorrem no exterior e que fogem ao nosso controle, mas ao adotar as medidas corretas é possível reduzir os efeitos negativos.
O que é Política Cambial?
A política cambial refere-se a uma série de medidas adotadas para controlar as taxas de câmbio e fazer com que se mantenha um equilíbrio entre o valor da moeda nacional e as outras. Isso ajuda a manter a economia de um país saudável.
A moeda mais utilizada em termos de comparação é o dólar americano, devido à sua força e importância na economia global.
Para que serve a Política Cambial?
A política cambial possibilita manter as taxas de câmbio em padrões razoáveis, impedindo, por exemplo, que os efeitos de uma moeda com valor muito acima do real sejam altamente prejudiciais ao nosso mercado.
Assim, é possível manter um equilíbrio entre a entrada e saída de moeda estrangeira de um país, mantendo os índices nos parâmetros esperados pelo governo.
Pois, em alguns momentos, é interessante que a moeda nacional passe por uma valorização, mas em outros é desejável que ela desvalorize um pouco a fim de controlar índices econômicos.
Como funciona a Política Cambial?
A política cambial funciona conforme os objetivos econômicos do governo. Então, para a definição das taxas é considerado diversos fatores, como o fluxo de capital, o comércio internacional, a estabilidade financeira, as reservas de moeda estrangeira e a inflação.
Além disso, o Banco Central irá analisar as seguintes questões antes de definir as taxas:
- Dependência do país de financiamentos externos;
- Quantidade de importações de commodities energéticas e agrícolas;
- Quantidade de exportações de itens valiosos;
- Quantidade de investimentos externos recebidos;
- Se a atração de capital especulativo é interessante para a economia.
Efeitos da política de câmbio no dia a dia
A política cambial afeta a vida de todos os brasileiros, mesmo daqueles que não participam diretamente do mercado financeiro. Veja os principais efeitos no dia a dia:
- Compra e venda de mercadorias: quando as taxas de câmbio estão favoráveis às exportações, há uma redução da oferta interna, provocando aumento de preço dos produtos e inflação. Em contrapartida, se há uma diminuição drástica das exportações, o mercado interno perde a força, podendo levar ao aumento do desemprego;
- Aumento dos preços no mercado: quando o real passa por uma desvalorização, produtos e insumos importados tendem a subir de preço;
- Viagens: viajar ao exterior quando o real está em baixa terá um custo elevado, já que será necessária uma maior quantidade da nossa moeda para adquirir euros ou dólares, por exemplo;
- Transferências internacionais: quando as taxas de câmbio estão desfavoráveis, as transferências internacionais se tornam menos vantajosas.
Tipos de Política Cambial
No Brasil, o Banco Central possui três tipos de políticas cambiais a serem adotadas. As principais são:
Flutuante
É a política adotada no Brasil desde 1999 e tem por princípio o câmbio livre, em que as taxas são determinadas pelas flutuações naturais do mercado, conforme a oferta e demanda.
Embora a variação seja livre, o Banco Central ainda pode intervir para aumentar ou reduzir o preço da moeda quando os números estão fora de controle.
Fixo
A moeda tem um preço fixo e não sofre nenhuma variação em relação às outras. Isso ocorre em países onde há um grande controle governamental. Mas para manter essa política de câmbio o país deve possuir uma reserva gigantesca de moeda estrangeira.
Banda Cambial
Nessa política cambial, a flutuação da moeda é possível em uma faixa pré-estabelecida. É um modelo que se encaixa entre o câmbio flutuante e o fixo.
A política cambial brasileira fica a cargo do Banco Central do Brasil.
O regime de câmbio adotado no Brasil desde 1999 é o flutuante, em que as taxas flutuam conforme o mercado.
A moeda mais utilizada no Brasil é o Real, sendo a moeda oficial desde 1994.
O dólar americano é representado pela sigla US$.
A sigla BRL é usada para representar o real brasileiro.