Economia

Risco país: entenda o que é, o que ele representa e como é calculado

O risco país é um índice utilizado para identificar a probabilidade de uma nação deixar de honrar os seus compromissos. Saiba como o risco país é calculado.

Por Equipe Empiricus

29 jan 2023, 23:09 - atualizado em 07 dez 2023, 09:00

Imagem representando o risco país, mostrando pessoas em um mapa-mundi com um gráfico de risco no fundo.

Investir em títulos de outros países exige uma grande dose de cautela e análise. Sendo que um dos pontos a se avaliar é o Risco País.

O Risco país é um índice que contribui para os investidores tomarem uma decisão de investimentos mais segura tanto para investir externamente quanto internamente.

O que é risco país?

Risco país é um indicador econômico usado para saber qual é a possibilidade de um país ficar insolvente, ou seja, deixar de honrar com seus compromissos.

Nesse sentido, quanto mais elevado o risco, maior será a chance dele não ter capacidade para arcar com suas dívidas, e consequentemente, deixar de pagar os seus credores.

Para se chegar ao número são avaliados diversos fatores como o déficit fiscal do país, a inflação vigente, a instabilidade política e social etc.

Portanto, um descontrole fiscal, política monetária expansionista, um processo de impeachment, tudo isso contribui para que o risco se eleve, retraindo investimentos estrangeiros.

Como funciona o risco país?

O risco país funciona como uma medida que mostra o grau de estabilidade econômica de uma determinada nação em relação aos investimentos.

Por meio dessa ferramenta os investidores têm mais base para fazer escolhas acertadas, uma vez que entendem os riscos de uma organização na qual estão investindo.

Por exemplo, uma empresa pode apresentar uma boa solidez em sua análise fundamentalista, mas sua matriz estar situada em um país com um risco alto.

Mesmo que essa companhia seja sólida, as instabilidades econômicas desse país podem comprometer os seus resultados. Por isso é importante analisar esse indicador.

Esclarecendo que ele não serve somente para quem investe no exterior, como também para investimentos internos. Dessa forma, se o risco Brasil se eleva, o investidor precisa ficar mais cauteloso em relação aos ativos que escolhe para compor a sua carteira.

Indicadores de risco

Agora que já falamos o que é, e como funciona, vamos mostrar quais são os principais indicadores que podem ser usados. São eles:

  • EMBI+;
  • CDS;
  • Rating Soberano.

EMBI+

EMBI+ é a sigla de Emerging Markets Bond Index Plus, que traduzido ao português significa Índice de Títulos de Países Emergentes.

Esse indicador é calculado pelo JP Morgan e compara o desempenho diário dos títulos emitidos por 19 países do mercado emergente. Entre eles estão o Brasil, Argentina, México, Rússia, África do Sul, dentre outros.

O cálculo é feito por meio de uma média ponderada do spread dos papéis da dívida pública e comparada aos títulos do tesouro americano. Vale destacar que estes últimos são considerados isentos de risco.

Desse modo, quanto maior a diferença em relação ao título americano, maior será o risco oferecido. O EMBI+ usa os pontos-base como unidade de medida, sendo que 100 pontos equivalem a um percentual de juros.

Por exemplo, se o Risco Brasil for de 500 pontos, isso quer dizer que a remuneração dos títulos públicos deve ser ao menos 5 pontos percentuais acima dos títulos do tesouro americano.

CDS

CDS é a sigla de Credit Default Swap sendo ele uma espécie de seguro para evitar o risco de crédito de um ativo.

Ele é emitido por seguradoras. Como é de presumir, quanto maior for o valor do CDS, maior é o risco que um título oferece, assim como acontece com qualquer outro tipo de seguro.

Portanto, ele acaba servindo como uma avaliação de risco para os investidores, que diante de um CDS elevado, precisam de mais retorno para o investimento valer a pena.

Rating Soberano

Por fim, o Risco Soberano é uma classificação feita por uma agência de risco, sendo as mais famosas a Fitch Ratings, Standard & Poor’s (S&P) e a Moody’s.

Cada uma delas têm os seus próprios critérios para avaliar se um país é ou não um bom pagador. De modo geral, as nações são divididas em duas grandes categorias: grau de investimento e grau de especulação.

Dentro de cada uma dessas categorias são definidas notas, sendo que quanto maior a nota, menor são as chances de calote e consequentemente menor o risco.

Como o risco país impacta a economia?

O risco é determinante para atrair ou espantar investidores. Um país com alto risco tende a ter mais fuga de capital o que interfere diretamente no câmbio e na inflação.

Isso gera um impacto negativo para as empresas que recebem menos investimentos e veem suas ações serem desvalorizadas. Os próprios governos também sofrem, uma vez que precisam pagar juros mais elevados aos investidores, o que aumenta a dívida pública.

Como avaliar o risco país ao investir?

Conforme vimos, quanto mais elevado o risco, maior será o retorno necessário sobre os títulos emitidos por ele.

Por isso, deve-se pegar a rentabilidade dos títulos americanos, multiplicar pelo risco país e dividir por cem. Por exemplo, vamos imaginar um país cujo risco seja 500.

Considere que os juros pagos pelo Tesouro Americano sejam de 3% ao ano. Portanto, os títulos do Tesouro desse país deveriam ser:

  • (3% * 500) / 100 = 1500 / 100 = 15%

Logo, para valer a pena investir em títulos nesse país, a remuneração nesse exemplo, deveria ser de 15%. No entanto, como há mais risco de calote, é preciso avaliar também o seu perfil como investidor.

Para quem é mais conservador é aconselhável investir em países de baixo risco, pois ainda que a remuneração seja menor, o risco também é.

Foi possível entender o que é o risco país? Se sim, compartilhe esse conteúdo e contribua para melhorar o conhecimento de mais pessoas.

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