
A ferramenta de RLP (Retail Liquidity Provider) tem ganhado cada vez mais atenção no mercado financeiro brasileiro, especialmente entre os traders.
O provedor de liquidez é uma funcionalidade importante para quem atua com frequência na bolsa de valores, uma vez que tem impacto direto sobre o preço de execução das ordens, a velocidade de resposta e os custos das operações realizadas por pessoas físicas.
O que é RLP?
O Retail Liquidity Provider é um mecanismo que permite que as corretoras atuem como provedores de liquidez para as ordens enviadas por seus próprios clientes pessoas físicas.
Isso significa que, ao invés de enviar a ordem diretamente para o livro de ofertas da bolsa de valores, a corretora pode executar a operação internamente, oferecendo liquidez diretamente para o investidor.
A ferramenta é opcional e gratuita, mas, para que seja ativada o cliente deve autorizar expressamente sua utilização. Desde que foi regulamentada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e adotada pela B3, a RLP vem ganhando espaço como uma solução eficiente para melhorar a qualidade de execução.
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Como funciona a RLP?
A operação da RLP ocorre no momento em que o investidor pessoa física envia uma ordem de compra ou venda de um ativo específico, como minicontratos de índice (WIN) ou minicontratos de dólar (WDO).
Se o cliente estiver com o serviço de RLP ativo, a corretora pode “interceptar” essa ordem e executá-la internamente, desde que consiga oferecer, no mínimo, as mesmas condições disponíveis na bolsa.
Esse modelo é permitido apenas para determinados ativos com alta liquidez e normalmente operados por investidores de varejo.
O fluxo básico de funcionamento é o seguinte:
- O investidor envia a ordem de compra ou venda via plataforma;
- O sistema da corretora verifica se há possibilidade de execução via RLP;
- Caso a corretora possa oferecer um preço igual ou melhor do que o do livro da bolsa, a ordem é executada internamente;
- O investidor recebe a confirmação de execução, normalmente com redução de custos e melhor preço.
Importante: a operação com RLP não altera a dinâmica do mercado e não prejudica a formação de preço, já que é necessário igualar ou melhorar as condições do book da B3. O objetivo do modelo é justamente oferecer mais liquidez e melhorar a execução para o varejo, sem interferir no livre funcionamento do mercado.
Quais as vantagens de operar em RLP?
A RLP oferece benefícios tanto para os investidores como para as corretoras — e, em última instância, contribui para um mercado mais eficiente.
1. Melhor execução de ordens
Como a corretora é obrigada a oferecer um preço igual ou melhor ao da B3, o investidor pode obter preços mais vantajosos e mais rápidos, reduzindo o risco de slippage (diferença entre o preço desejado e o efetivamente executado).
2. Menor custo de operação
Muitas corretoras oferecem isenção na taxa de corretagem e até reduções nos emolumentos para ordens executadas via RLP. Isso pode representar uma economia importante, principalmente para quem realiza várias operações no dia.
3. Maior liquidez para o varejo
A presença de um provedor de liquidez interno agiliza a execução de ordens, evitando que o investidor fique “na fila” aguardando contrapartes no livro da bolsa — o que pode ser decisivo em momentos de alta volatilidade.
4. Redução de latência
Como a ordem não precisa sair da corretora e ir até o book da B3, há uma redução no tempo de execução, o que é especialmente útil para quem opera com estratégias mais rápidas.
5. Transparência e proteção regulatória
A CVM e a B3 estabeleceram regras rígidas para o funcionamento da RLP, garantindo que o investidor nunca saia prejudicado. Toda execução precisa ser registrada e auditável, e o cliente pode optar por desativar o serviço a qualquer momento.
Quais são as regras para operar RLP?
Apesar das vantagens, a RLP só pode ser utilizada dentro de um conjunto de regras definido pela B3 e pela CVM, com o objetivo de garantir transparência, isonomia e segurança para o investidor. A seguir, destacamos os principais pontos:
Autorização do cliente
A RLP é um serviço opcional, ou seja, só pode ser ativada mediante autorização expressa do cliente. Geralmente, isso é feito diretamente na plataforma da corretora ou no aplicativo, com possibilidade de cancelamento a qualquer momento.
Igualdade de condições
A corretora só pode executar a ordem internamente se oferecer igual ou melhor preço do que o disponível no livro de ofertas da bolsa. Caso contrário, a ordem deve seguir o fluxo normal.
Ativos elegíveis
Inicialmente disponível apenas para minicontratos de índice (WIN) e dólar (WDO), a RLP passou a ser autorizada também para ações e ETFs de alta liquidez, conforme definido pela B3.
Registros e auditoria
Todas as operações feitas via RLP são registradas, com identificação do cliente, do provedor de liquidez e do horário de execução. Esses dados são auditáveis e precisam estar disponíveis para fiscalização.
Proibição de conflito de interesses
A corretora não pode priorizar o próprio interesse ou de seus agentes em detrimento dos clientes. Qualquer abuso na execução via RLP pode ser penalizado, inclusive com a suspensão da autorização para operar com o serviço.
A RLP é segura para o investidor?
Sim. A RLP foi criada para beneficiar o investidor pessoa física, e seu funcionamento é regulado por normas rígidas, com total supervisão da CVM e da bolsa de valores. A execução precisa seguir critérios claros de transparência e benefício mútuo, sem colocar o cliente em desvantagem.
Além disso, a adesão é facultativa, o que dá liberdade para o investidor experimentar o serviço e avaliar os impactos em sua rotina operacional. Muitos traders que operam mercados futuros e estratégias de curto prazo relatam ganhos de eficiência ao ativar a funcionalidade.
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Operar através do RLP vale a pena?
A resposta depende do perfil do investidor e da frequência com que ele opera ativos. Para quem realiza operações diárias ou com alta rotatividade, por exemplo, a redução de custos e a melhora na execução podem representar um ganho importante no longo prazo.
Por outro lado, para quem opera ocasionalmente ou com foco em longo prazo, o impacto da RLP tende a ser menor, embora ainda possa gerar benefícios em termos de agilidade e economia.
A dica é: se sua corretora oferece o serviço e você atua nos produtos elegíveis, experimente ativar e compare o desempenho com as execuções tradicionais. A experiência prática costuma ser o melhor termômetro para avaliar o valor real da ferramenta.
Fato é que a RLP representa uma inovação importante no mercado brasileiro, trazendo uma prática já consolidada em outras bolsas ao redor do mundo. Com operação regulamentada, segura e opcional, a ferramenta atua como uma aliada para quem busca mais agilidade e competitividade ao operar na bolsa.
Entender o funcionamento da RLP e como ela pode influenciar suas ordens é parte importante da jornada de quem deseja operar com mais consciência e aproveitar o que há de mais moderno no mercado financeiro.
RLP é a sigla para Retail Liquidity Provider, um serviço que permite às corretoras executarem ordens internamente, oferecendo liquidez diretamente ao investidor pessoa física.
A ativação da RLP é opcional e deve ser feita pelo cliente, geralmente por meio da plataforma ou aplicativo da corretora. O investidor pode cancelar a qualquer momento.
Atualmente, o serviço de RLP é permitido para minicontratos de dólar (WDO) e de índice (WIN), que são produtos com alta liquidez e presença forte do varejo.
Não. A corretora só pode executar a ordem via RLP se oferecer um preço igual ou melhor que o disponível no livro da B3, garantindo isonomia nas negociações.
Sim, especialmente para quem faz operações frequentes. A RLP pode reduzir custos, melhorar a execução e trazer mais agilidade às ordens de compra e venda.