Economia

Taxa DI: saiba como funciona e como calcular essa taxa

A taxa DI corresponde a uma média das taxas de juros praticadas pelos bancos na realização de depósitos entre si. Saiba como a taxa DI é calculada.

Por Equipe Empiricus

23 out 2022, 00:14 - atualizado em 03 dez 2023, 22:29

Imagem representando a Taxa DI, mostrando uma pessoa calculando taxas e dados financeiros.

Tanto para quem investe em renda fixa quanto variável, entender alguns conceitos econômicos é essencial para a tomada de decisão. E um deles é a taxa DI.

Afinal, se você já faz algum tipo de aplicação, certamente já se deparou com o termo taxa DI. Isso acontece porque ela é usada como parâmetro para vários títulos e ativos.

O que é a taxa DI?

A taxa DI representa os juros que um banco paga para outro quando tomam empréstimos entre si. A sigla DI faz referência às iniciais Depósito Interbancários.

Mas por que um banco empresta dinheiro de outro? Essa é uma pergunta muito comum, afinal se os bancos tomam dinheiro de investidores e emprestam para empresas e pessoas físicas não teria lógica emprestar de outras instituições.

No entanto, há uma norma do Banco Central que impede os bancos brasileiros de fecharem o dia com um saldo negativo em caixa. Isso gera menos risco de uma quebra no sistema financeiro, inclusive controlando a própria alavancagem das instituições.

No entanto, como um banco pode ter mais saques e empréstimos do que depósitos e investimentos no dia, é comum que naquela data o seu fluxo de caixa fique no vermelho.

Para cumprir a norma do Banco Central, a instituição toma um dinheiro para pagamento em um curtíssimo prazo, ou seja, de apenas um dia, de outro banco.

Nesse caso o banco que está tomando o empréstimo emite um título chamado CDI (Certificado de Depósito Interbancário) para o banco que está emprestando o dinheiro, pagando uma taxa de juros por isso.

A média das taxas praticadas pelos bancos nesse tipo de empréstimo é chamada de taxa DI. E normalmente ela costuma ser muito próxima da taxa Selic.

Como ela funciona?

Para compreender o funcionamento da taxa CDI é preciso que você saiba quais são os órgãos que estão envolvidos. Portanto, além dos bancos, há uma outra instituição chamada Central de Custódia de Liquidação Financeira de Títulos Privados, a CETIP.

Ela foi fundada em 1984, sendo que em 2017 se juntou a BM&FBovespa dando origem à B3 (Bolsa, Brasil, Balcão). Em suma, a CETIP é uma empresa de capital aberto que oferece serviços de integralização do mercado financeiro.

Portanto, quando você faz um DOC ou um TED é ela quem operacionaliza essas transferências. Em vista disso, a CETIP também é a responsável por intermediar as negociações entre os bancos.

Dessa forma, todos os CDIs são realizados e registrados pela Cetip. E por ter uma grande quantidade de dados dos CDIs, ela consegue calcular a média das taxas cobradas.

Como é feito esse cálculo?

Para calcular a taxa DI hoje a Cetip usa um critério de apuração. São consideradas, portanto, as operações de depósitos interbancários prefixados com prazo de um dia útil.

Outro ponto adotado é que só são consideradas as negociações feitas entre dois conglomerados diferentes.

Nesse sentido, o número de negociações elegíveis para o cálculo deve ser igual ou superior a 100 e a soma dos volumes de operações elegíveis precisa ser igual ou superior a R$ 30 bilhões.

Se algum desses dois requisitos não for preenchido no dia da apuração, então a taxa DI do dia será igual à Selic Over. Se ela não for divulgada, será considerada a Selic Over do dia anterior.

Todavia, se os requisitos forem cumpridos, o cálculo da taxa DI é feito da seguinte forma:

  • DIi = [(VRi/VEi)252-1] x 100

Onde:

  • DIi = taxada i-ésima negociação, possuindo um arredondamento de 2 casas decimais;
  • VRi = valor do resgate da i-ésima negociação com duas casas decimais;
  • VEi = valor da emissão da i-ésima negociação com duas casas decimais.

Para que a taxa DI é utilizada?

Ela é usada como parâmetro para vários tipos de investimentos de renda fixa, e também pode ser adotada como um benchmark para diversos fundos de investimentos.

Quando se tem a taxa acumulada mensal, o gestor de um fundo de investimento pode tomar suas decisões para que os investidores tenham uma rentabilidade maior do que o CDI.

Como ela é muito próxima da taxa Selic, serve também de referência para investimentos mais arriscados. Por exemplo, se o CDI anual for de 12% ano ano, para valer a pena arriscar o dinheiro, a rentabilidade tem que ser maior do que essa.

Ela também serve de parâmetro de remuneração de diversos títulos de renda fixa como o CDB por exemplo, que tem a sua rentabilidade amparada no CDI.

Outros tipos de investimentos como a LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) também costumam ter o rendimento amparado no CDI.

Quais investimentos são referenciados pelo CDI?

Ainda que sirva de Benchmark para alguns fundos, o CDI é usado como referencial para alguns tipos de investimentos como falamos acima. Agora, vamos entender cada um deles.

CDB

O CDB é o Certificado de Depósito Bancário. Ele é emitido por um banco contra uma pessoa física ou jurídica que faz um empréstimo para essa instituição.

A remuneração por esse empréstimo pode acontecer de forma prefixada quando a instituição determina a taxa de juros no ato do contrato, híbrida quando uma parte é atrelada a um índice e outra parte a um percentual fixo de juros, ou então pós-fixada.

Nesse último caso, a remuneração segue um índice que geralmente é o CDI.

LCI

As Letras de Crédito Imobiliário também são emitidas por um banco para captar dinheiro de investidores. A diferença para o CDB é que nesse caso o capital levantado precisa ser usado para investir no setor imobiliário.

A remuneração paga pode ser prefixada, pós-fixada ou híbrida. No caso da remuneração pós-fixada o índice mais usado é o CDI. Uma outra diferença deste ativo para o CDB, é que o investidor é isento do pagamento do Imposto de Renda sobre a rentabilidade.

LCA

LCA é a sigla de Letra de Crédito do Agronegócio e funciona de forma similar ao LCI. A diferença é que o capital levantado pelo banco deve ser usado para financiar os serviços de instituições voltadas para o agronegócio.

Os títulos também são remunerados de forma prefixada, híbrida ou pós-fixada, sendo que nessa última opção o referencial também costuma ser o CDI. E assim como o LCI, a LCA também é isenta do Imposto de Renda sobre o ganho de capital.

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Qual a diferença entre CDI, Taxa DI e Selic?

A Selic é a taxa básica de juros da economia, também conhecida como taxa livre de risco, que é definida pelo Copom (Comitê de Políticas Monetárias) a cada 45 dias.

Ela serve de parâmetro para a taxa DI, que é ligeiramente inferior. Normalmente ela costuma ser 0,10% menor do que a taxa Selic.

Isso ocorre porque se ela fosse maior, seria mais vantajoso para os bancos venderem os seus títulos públicos para fazer caixa no dia do que emprestar dinheiro de outras instituições através da emissão do CDI.

Por sua vez, o CDI é um título, parecido com o CDB, mas que não pode ser adquirido por uma pessoa física e nem empresas, ele só pode ser adquirido por um banco quando esse tomar um empréstimo de outro.

Portanto, a taxa DI é a média de juros praticadas pelos bancos através da emissão do CDI, que costuma ser ligeiramente inferior à taxa Selic. Portanto, CDI e taxa DI não são a mesma coisa, assim como Selic e taxa DI também não são.

Qual a importância dessa taxa?

Essa taxa tem uma grande importância para o mercado, pois ela é usada para orientar os investidores e empresas na decisão dos seus investimentos.

Investidores

Quando alguém decide investir, a taxa funciona como uma espécie de parâmetro. Além disso, para quem tem um perfil mais conservador e investe em renda fixa, é ela quem definirá a rentabilidade daquele investimento.

Nesse sentido, quando você investir em um CDB, LCI ou LCA e ouvir a expressão que aquele título está remunerando 100% do CDI, sabe que o valor da rentabilidade é exatamente igual a esse título.

Para encontrar esse valor você pode acessar a calculadora DI, que é oferecida no próprio site do Banco Central. Ela é gratuita e permite fazer diversas simulações e até mesmo projeções futuras do seu investimento.

Também é possível acompanhar a taxa DI histórica que mostra a evolução dela ao longo dos anos. Os resultados começam em julho de 1994 e podem servir de guia para projeções futuras.

Empresas

No caso das empresas, essa taxa serve de parâmetro comparativo para a rentabilidade do capital próprio. Ou seja, o lucro gerado pelo negócio dividido pelo capital que foi investido.

Se a rentabilidade sobre o capital próprio for inferior ao CDI, é mais vantajoso o empreendedor mudar de ramo, ou vender a empresa e investir em um ativo seguro. Entretanto, se ela for superior, isso mostra que a organização está sólida.

Portanto, como você pode ver no decorrer deste artigo, essa taxa é um importante parâmetro para a economia, tanto para os investidores, quanto para as próprias empresas.

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