Renda Fixa

Tesouro Prefixado: vale a pena investir? Saiba como funciona esse título do Tesouro

O Tesouro Prefixado é um título do Tesouro Direto tem sua rentabilidade fixada no momento do investimento. Saiba melhor como o Tesouro Prefixado funciona.

Por Equipe Empiricus

13 set 2022, 14:01 - atualizado em 31 jul 2023, 09:43

Imagem representando o Tesouro Prefixado, mostrando pilhas de moeda junto a plantas crescendo.

O Tesouro Prefixado é uma opção para quem busca um investimento mais rentável do que a poupança e sem o risco de um ativo de renda variável, como ações na Bolsa de Valores.

Além disso, como o próprio nome sugere, ao investir no Tesouro Prefixado o investidor sabe antecipadamente qual será a rentabilidade que terá na data do resgate.

Vale dizer que ele é uma das alternativas disponibilizadas pela Secretaria do Tesouro Nacional, sendo que o investimento é bem simples, e mesmo quem tem pouco capital pode fazê-lo.

O que é o Tesouro Prefixado?

O Tesouro Prefixado é um título disponibilizado pelo Tesouro Nacional que possui taxas de juros determinadas no momento da contratação. Portanto, ao escolher essa opção, o investidor sabe exatamente quanto receberá.

Há dois tipos de títulos do Tesouro Prefixado: um no qual os juros são pagos somente no resgate e outro onde os juros são depositados semestralmente para os investidores.

Como funciona o Tesouro Prefixado?

O Tesouro Prefixado funciona como uma espécie de empréstimo que um investidor faz ao Governo Federal. Assim sendo, o dinheiro captado é recompensado com uma taxa de juros e investido no bem-estar social da população.

Por se tratar de um investimento garantido pelo próprio Governo Federal, ele é considerado um investimento de renda fixa, ou seja, baixo risco. Portanto, independentemente do valor aplicado nos títulos do Tesouro, ele está assegurado pelo governo.

Rentabilidade do Tesouro Prefixado

Como o nome sugere, a rentabilidade do título é determinada antes do investimento. Nesse sentido, ela é uma rentabilidade prefixada.

No entanto, é válido destacar que o rendimento é nominal e não real, uma vez que não é descontada a inflação no momento da contratação. Por isso, o investidor precisa se atentar a isso no momento da contratação.

Vencimento do Tesouro Prefixado

O vencimento do Tesouro Prefixado muda de ano para ano. Em 2022, por exemplo existem dois títulos em negociação com pagamento de juros na data de resgate: Tesouro prefixado 2023 e Tesouro prefixado 2026.

Além deles também há o Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2031. Nesse caso, o resgate é mais estendido, mas o pagamento de juros acontece a cada seis meses.

Portanto, é preciso se atentar ao vencimento do título, e evitar a construção da reserva de emergência dessa forma, uma vez que se você precisar vendê-lo antes, terá a perda da rentabilidade que não é diária.

Liquidez do Tesouro Prefixado

Ainda que os juros sejam pagos no resgate, os títulos do Tesouro Direto possuem liquidez diária. Contudo, ao se desfazer dele antes do investimento, o investidor está revendendo-o no mercado secundário.

Nesse contexto, o valor será calculado pela chamada marcação a mercado, que é o quanto alguém está disposto a pagar pelo título naquele momento. Se esse valor for inferior ao que você pagou, você não só deixará de ganhar a rentabilidade como também perderá dinheiro.

Tributação do Tesouro Prefixado

A tributação do Tesouro Prefixado segue a mesma lógica de investimentos como o CDB, ou seja, incide-se o Imposto de Renda de forma regressiva de acordo com o resgate, conforme mostra a tabela abaixo:

PrazoAlíquota
Até 180 dias22,5%
Entre 181 e 360 dias20%
Entre 361 e 720 dias17,5%
Acima de 720 dias15%

Além do IR, também é cobrado IOF em caso de resgates abaixo de 30 dias. A tabela possui alíquotas regressivas, começando em 96% no primeiro dia e chegando a 0% no 30º dia de investimento, e a partir de então não há mais a cobrança do imposto.

Taxas do Tesouro Prefixado

Há basicamente duas taxas cobradas para investimentos nos Títulos do Tesouro: uma delas é a Taxa de Administração que é cobrada pela corretora de valores ou banco. Ela pode variar e também ser zerada em alguns casos.

A outra é a taxa de custódia, cobrada pela própria B3 pela guarda do título enquanto ele estiver aplicado. Ela é de 0,20% ao ano. Lembrando que o valor é cobrado até o saldo de R$ 1,5 milhão.

Riscos do Tesouro Prefixado

Há basicamente dois tipos de riscos ao investir no Tesouro Prefixado. Um é o governo dar um calote na dívida interna, o que é uma chance remota, uma vez que isso nunca aconteceu no Brasil.

O outro risco é o valor da inflação ser superior à rentabilidade do título entre a data do investimento e o prazo de resgate. Nesse caso, ao resgatar o valor, o montante terá menos poder de compra do que tinha no dia do seu investimento.

Quais são os títulos do Tesouro Prefixado disponíveis?

Há dois títulos do Tesouro Prefixado que são negociados pelo Tesouro Nacional. Um no qual os juros são pagos no resgate, e o outro onde os juros são pagos semestralmente, sendo eles:

  • Tesouro Prefixado – LTN;
  • Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F).

Tesouro Prefixado – LTN

O Tesouro Prefixado (LTN) é a antiga Letra do Tesouro Nacional, a LTN. Ele tem 100% da sua rentabilidade prefixada e é determinado no momento do investimento.

Há dois prazos de resgate para ele: 2023 e 2026. Vale lembrar, contudo, que os prazos mudam de ano para ano, e por isso é necessário se atentar no momento de investir.

Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F)

O Tesouro Prefixado com Juros Semestrais é a antiga Nota do Tesouro Nacional Série F, conhecida como NTN-F. A sua rentabilidade também é determinada no ato do investimento.

Entretanto, a principal diferença é que a cada seis meses o investidor recebe o pagamento de juros. Além disso, o prazo de resgate é mais estendido, e atualmente há um título sendo negociado com vencimento em 2031.

Quais outros títulos do Tesouro Nacional?

Além do título prefixado existem também os títulos pós-fixados e híbridos negociados pelo Tesouro Nacional. São eles:

  • Tesouro Selic;
  • Tesouro IPCA+.

Tesouro Selic

O Tesouro Selic é uma modalidade pós-fixada e é a mais usada para a construção da reserva de emergência, uma vez que a rentabilidade é diária.

Como o próprio nome sugere, o seu rendimento segue a taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia determinada pelo Copom (Comitê de Políticas Monetárias) a cada 45 dias.

Essa modalidade de investimento é mais indicada quando há perspectiva de aumento na taxa Selic para conter a pressão inflacionária no país.

Tesouro IPCA +

O Tesouro IPCA + é uma modalidade híbrida de investimento. Ou seja, uma parte segue um índice e outra é determinada no momento da aquisição do título.

Por exemplo, em um investimento no Tesouro IPCA + 5%, a rentabilidade segue o IPCA, que é o Índice de Preço ao Consumidor Amplo apurado mensalmente pelo IBGE, e a outra parte é determinada no momento da contratação, que são os 5%.

A vantagem desse investimento é que ele sempre será acima da inflação, mas por outro lado, em um cenário de baixa inflação ou até mesmo deflação, essa pode não ser uma alternativa muito interessante.

Como investir no Tesouro Prefixado?

Para investir no Tesouro Prefixado é simples. Primeiramente é necessário abrir uma conta em uma corretora de valores ou bancos credenciados a negociar títulos do Tesouro Direto.

Depois será preciso manifestar o interesse em adquirir o título do Tesouro. A instituição então fará o seu cadastro que precisará ser confirmado via e-mail. Uma vez cadastrado, você já pode investir.

A própria corretora ou banco disponibilizará um simulador gratuito ou um app para você escolher as alternativas disponíveis de acordo com seus objetivos.

É importante destacar que você pode adquirir uma fração de um título do tesouro. Por exemplo, um título que custa R$ 300 é possível adquirir 10% dele no valor de R$ 30. Por isso o investimento é visto como democrático.

O acompanhamento da rentabilidade do título pode ser feito pela própria corretora ou banco que você escolheu. Como algumas corretoras isentam seus clientes da taxa de administração é preciso fazer uma boa pesquisa antes de investir.

Vale a pena investir no Tesouro Prefixado?

Todo e qualquer tipo de investimento precisa considerar os seus objetivos. Nesse sentido, se a intenção é construir a reserva de emergência, o Tesouro Prefixado não é um dos mais indicados.

Afinal, a rentabilidade só acontece no resgate ou semestralmente de acordo com a opção escolhida, e se você precisar vendê-lo antecipadamente, ainda que consiga, poderá amargar prejuízo, uma vez que o preço é negociado com marcação à mercado.

Por outro lado, se você já tem uma reserva de emergência construída e quer investir com foco em um prazo maior, essa pode ser uma alternativa interessante de investimento.

No entanto, é preciso avaliar antes da decisão, as perspectivas da inflação da economia durante o período do investimento bem como a expectativa de crescimento da taxa Selic.

Pois, se houver a possibilidade da taxa Selic ser maior do que os juros acordados no Tesouro Prefixado, essa pode não ser a melhor opção, assim como se a inflação do período também for maior do que a taxa acordada.

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