Economia

Tributação Progressiva: o que é, como funciona e quando ela vale a pena?

A tributação progressiva é aquela que incide de forma crescente, ou seja, aumentando a medida que base de cálculo aumenta. Saiba como ela funciona.

Por Equipe Empiricus

10 out 2022, 22:49 - atualizado em 07 dez 2023, 08:57

Imagem representando a Tributação Progressiva, mostrando uma pessoa fazendo cálculos em uma calculadora.

A tributação progressiva do Imposto de Renda se aplica em alguns casos específicos de planos previdenciários. Por isso, é muito importante conhecer a sua dinâmica.

Afinal, além da tributação progressiva existe também a regressiva, e cada uma delas possui as suas particularidades, vantagens e desvantagens.

O que é a tributação progressiva?

A tributação progressiva é uma forma de cobrança de imposto que cresce junto com o valor aplicado. O Imposto de Renda progressivo é um bom exemplo.

Afinal, a alíquota do Imposto de Renda cresce na medida em que a sua renda aumenta. Além disso, ela é também muito usada para investimentos em planos de previdência privada.

Vale dizer que ela funciona em sentido inverso da tributação regressiva no qual o valor da alíquota cai na medida em que o tempo passa.

A maioria dos investimentos feitos em renda fixa e variável no mercado financeiro seguem a tabela regressiva do imposto de renda, com exceção dos investimentos em previdência complementar.

Como funciona a tributação progressiva?

De modo resumido, nesse regime de tributação, quanto maior for o montante que será resgatado, maior será a incidência da alíquota do Imposto de Renda.

Por isso, para investimentos com intenção de resgate de longo prazo, a tributação progressiva não é tão interessante. Ele é mais indicado para quem deseja fazer resgates mais rápidos.

Um ponto a se considerar é que se você opta pelo plano de previdência progressivo, dá para migrá-lo para um plano com tributação regressiva posteriormente.

Entretanto, quem faz um plano de tributação regressiva não pode mudar para a progressiva. Essa é uma questão que merece bastante a atenção.

Pois, você pode fazer um investimento pensando em resgatá-lo no longo prazo, contudo, podem surgir imprevistos no caminho e você precisa do dinheiro antes do tempo. Nesse caso a tributação regressiva pode te prejudicar.

Por isso, muitas pessoas optam pelo regime progressivo para se proteger dos imprevistos e depois de algum tempo migram para o regime regressivo.

Qual é a tabela de tributação progressiva?

A alíquota da tributação de previdência progressiva, conforme dissemos, cresce de acordo com o montante investido. Assim sendo, ela segue a seguinte tabela:

Valor investidoAlíquotaParcela a deduzir
Até R$ 1.903,99Isento
De R$ 1.903,99 a R$ 2.826,657,5%R$ 142,80
De R$ 2.826,66 a R$ 3.751,0515%R$ 354,80
De R$ 3.751,06 a R$ 4.664,6822,5%R$ 636,13
Acima de R$ 4.664,6827,5%R$ 869,36

Vale dizer que os valores dessa tabela mudam com determinada frequência, por isso é importante sempre acompanhar a tributação de planos de previdência.

Diferente das alíquotas da tabela progressiva, a alíquota da tabela regressiva não é calculada sobre o montante aplicado, mas sim sobre o prazo de resgate, sendo ela:

Tempo de vigência do planoAlíquota
Até dois anos35%
De dois a quatro anos30%
De quatro a seis anos25%
De seis a oito anos20%
De oito a dez anos15%
Acima de dez anos10%

Além do regime de tributação é preciso se atentar a um outro fator importante no momento de pagar o imposto: o plano escolhido.

Existem basicamente dois planos de previdência que você pode escolher:

No caso do PGBL a incidência de imposto é sobre o valor total dos seus investimentos e mais rendimentos, independentemente se a escolha do regime tributário for progressiva ou regressiva.

Já se você optar pelo VGBL a tributação será baseada apenas no rendimento e não no valor total acumulado. Portanto, é preciso se atentar nessas duas questões.

Exemplo de tributação progressiva

Para facilitar o entendimento, vamos considerar um exemplo. Imagine que você faz uma aplicação e passados 35 anos você opta por receber R$ 3 mil reais por mês.

De acordo com a tabela progressiva atual, esse valor se enquadra na alíquota de 15%. Assim sendo, você precisa aplicar a alíquota ao valor que estará resgatando:

  • R$ 3.000 * 15% = R$ 450,00

Encontrado o valor da alíquota, será necessário então subtrair o valor da parcela a deduzir:

  • R$ 450 – R$ 354,80 = R$ 95,20

Agora basta subtrair o valor que será descontado do valor que você está recebendo do benefício:

  • R$ 3.000 – R$ 95,20 = R$ 2.904,80

Nesse exemplo que demos, o valor que será recebido líquido após o pagamento do imposto de renda será R$ 2.904,80.

No entanto, se o valor do benefício sobe para R$ 5 mil, ao invés de descontar uma alíquota de 15% será descontada uma alíquota de 27,5%.

Tributação em PGBL e VGBL

Há uma grande diferença no regime de tributação PGBL e VGBL independentemente se a escolha for de tributação decrescente ou crescente.

Se a opção for pelo regime PGBL o Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) é mais flexível, sendo que ele poderá ser pago mês a mês ou na hora do resgate.

Quem decide é o próprio investidor. Entretanto, o imposto incidirá sobre o valor total acumulado, considerando os depósitos e rendimento.

Em vista disso, o PGBL é o plano mais indicado para os contribuintes que declaram o Imposto de Renda de forma completa, pois ele pode ser usado para abater o IR.

Já no caso do VGBL, o IRPF só é pago no momento em que você recebe o total aplicado junto com os seus rendimentos, não havendo a possibilidade de pagá-lo mensalmente.

Entretanto, a grande vantagem desse tipo de investimento é que o tributo só incidirá sobre o valor do rendimento da aplicação. Isso quer dizer que os valores aplicados ficam de fora dessa conta.

Além disso, esse é um tipo de aplicação mais usada para quem faz a declaração do IR de forma simplificada, uma vez que ele não pode ser abatido do Imposto de Renda.

Quais as diferenças entre o regime progressivo e progressivo?

Conforme antecipamos, a principal diferença entre um regime e outro está na maneira como será a tributação. Enquanto no regime regressivo ela cai com o tempo, no regime progressivo ela é paga de acordo com o montante recebido.

Nesse sentido, uma tributação pode ser mais vantajosa que outra em alguns casos específicos. Se a intenção é a retirada rápida de valores ou fazer resgates de valores baixos futuramente, o regime progressivo é melhor.

Por exemplo, se você resgatar até R$ 1.903,99 mensalmente, ficará isento de pagar a alíquota. Nesse caso, a tabela progressiva é mais vantajosa. Até mesmo valores inferiores a R$ 3 mil, a tabela progressiva ainda oferece mais vantagens.

Por outro lado, quando a intenção é manter o valor acumulado por um longo período e depois resgatar o valor total para aplicá-lo em algum investimento de renda fixa para se beneficiar dos juros, a escolha da tabela regressiva pode ser mais vantajosa.

Quando a tributação progressiva é vantajosa?

A tributação progressiva é mais vantajosa quando o regime escolhido é o VGBL sendo que o tributo só é cobrado sobre o valor dos rendimentos.

Nesse caso, se o montante dos rendimentos for baixo, você poderá até mesmo ficar isento do pagamento do imposto de renda.

Além disso, o cálculo progressivo também é mais benéfico para resgates de curto prazo, uma vez que a tabela regressiva cobra uma alíquota que chega a até 35% para retiradas de até dois anos.

Por isso, como há possibilidades de mudar do regime progressivo para o regressivo, o mais indicado é optar pelo regime progressivo em um primeiro momento.

Pois, caso aconteça algum imprevisto a tributação será menor no curto prazo. Posteriormente é só migrar para a tabela regressiva para pagar menos imposto lá na frente.

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A escolha do plano de acordo com os objetivos

No momento de escolher entre a tributação progressiva ou regressiva é necessário avaliar quais são os seus objetivos. Pois, é isso que determinará qual regime é o melhor para o seu caso.

Se sua intenção é usar o valor em um prazo menor para fazer uma viagem, trocar o carro ou até mesmo comprar uma casa em menos de dez anos, o regime progressivo será o melhor para o momento.

Além disso, conforme vimos, é importante levar em consideração também o plano escolhido e a forma como você declara o Imposto de Renda.

Se a sua ideia, no entanto, é poupar para um resgate bem longo só na sua aposentadoria, a tabela regressiva é mais interessante. Nesse sentido, tudo depende dos objetivos que você determinar.

É de referir que uma tributação terá um peso maior sobre valores mais elevados, ao passo que a outra terá um peso maior para saques em um prazo mais curto de tempo.

Há de se considerar que se a sua intenção é construir uma reserva de emergência ou outro objetivo menor, a aplicação em CDB ou até mesmo no Tesouro Selic é mais indicada do que optar por um plano de previdência.

Foi possível entender o que é a tributação progressiva e como ela impacta na escolha dos seus investimentos? Se sim, compartilhe esse conteúdo e contribua para melhorar o conhecimento de mais pessoas.

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