Vesting: entenda como funciona esse tipo de contrato societário

Incentivar os colaboradores e sócios para que eles estejam alinhados ao mesmo propósito da empresa é um desafio, mas o vesting pode ser uma boa solução.

Afinal, o vesting é um processo no qual o uma pessoa pode adquirir o direito de exercer a compra das ações da empresa após um período determinado de tempo.

O que é Vesting?

O vesting empresarial é um termo utilizado no mercado financeiro, que refere-se a um processo pelo qual um empregado ou sócio ganha direito a benefícios de um plano de incentivo de longo prazo, que geralmente inclui opções de ações ou participação acionária, ou seja, torna-se sócio da empresa.

A ideia central é reter talentos na organização, oferecendo-lhes uma recompensa financeira que só é totalmente acessível após um período de tempo predeterminado ou após certas metas ou condições serem atingidas.

No contexto de opções de ações, por exemplo, um funcionário pode receber o direito de comprar ações da empresa a um preço fixo e com isso ter uma renda variável. No entanto, sob as regras do vesting, esse direito é adquirido gradualmente.

Isso significa que o funcionário talvez não possa exercer todas as suas opções de ação imediatamente, mas sim em parcelas ao longo de vários anos.

Comumente, um plano de vesting pode ter um período de carência (“cliff“), onde nenhum benefício é adquirido antes de um ano de serviço, seguido de um período mensal ou anual.

Esse processo serve como uma ferramenta estratégica para as companhias, pois alinha os interesses dos funcionários com os da organização.

Como funciona o Vesting?

O processo começa com a estruturação de um plano que estabelece as regras e condições sob as quais os benefícios serão concedidos.

Este plano detalha o cronograma, a quantidade de ações ou opções envolvidas, o preço de exercício para opções de ações e as condições específicas que podem acelerar o processo.

Muitos planos incluem um período inicial conhecido como cláusula cliff. Durante o cliff, que frequentemente dura um ano, o empregado não adquire nenhum direito sobre as ações.

Após esse período, o processo ocorre de maneira gradual. Por exemplo, um empregado pode adquirir 25% das opções após o primeiro ano de serviço, com o restante amadurecendo em parcelas subsequentes ao longo do tempo.

Quando as opções se tornam vested, ou seja, quando o direito sobre elas amadurece, o empregado pode exercê-las, comprando-as pelo preço de exercício previamente acordado, que é geralmente mais baixo do que o valor de mercado no momento.

Esse processo também pode estar condicionado ao cumprimento de metas de desempenho ou à ocorrência de eventos significativos, como uma oferta pública inicial ou a venda da organização.

Se um empregado deixa a empresa antes que todas as suas opções estejam vested, ele normalmente perde o direito às opções.

Quais são os tipos de Vesting?

Existem vários tipos que são praticados no mercado. No entanto, os mais conhecidos são o temporal, por performance, híbrido e com opção de compra antecipada.

Temporal

Este é o tipo mais comum, onde ocorre a aquisição progressiva de direitos, ou seja, os direitos sobre as opções de ações ou participações acionárias são adquiridos gradualmente ao longo de um período de vesting. Por exemplo, um plano pode estipular que 20% das opções se tornam vested a cada ano, ao longo de cinco anos.

Por performance

Esse modelo de contrato está atrelado ao atingimento de metas específicas de desempenho, seja individualmente, da equipe ou da empresa como um todo. Por exemplo, um funcionário pode receber ações adicionais se a companhia atingir um certo nível de receita ou lucro.

Híbrido

Alguns planos combinam elementos baseados no tempo e em desempenho. Por exemplo, um funcionário pode ter uma parte de suas opções vested com o tempo, enquanto outra parte pode depender do atingimento de metas de desempenho.

Com opção de compra antecipada

Em algumas situações, os colaboradores podem ter a opção de comprar ações antes de elas estarem totalmente vested. Isso pode ser vantajoso, pois permite que o funcionário inicie o período de detenção para ganhos de capital a longo prazo mais cedo.

Quais as vantagens e desvantagens do Vesting?

Para a empresa, essa é uma ferramenta estratégica de retenção de talentos, incentivando os funcionários a permanecerem na organização por mais tempo para receberem o benefício completo de suas opções de ações ou participações acionárias.

Para os funcionários, há a perspectiva de participação no crescimento financeiro da organização, o que pode resultar em uma recompensa substancial a longo prazo.

No entanto, este também apresenta desvantagens. Para os empregados, há o risco de não se beneficiarem caso deixem a companhia antes de suas opções estarem totalmente vested, o que pode ser visto como uma limitação à mobilidade de carreira.

Além disso, o valor das opções de ações está intrinsecamente ligado ao desempenho da companhia, o que pode ser volátil e incerto.

Para as empresas, implementar um plano pode ser complexo e oneroso, exigindo administração cuidadosa e potencialmente levando a questões de moral se os funcionários se sentirem presos ao processo em vez de motivados por ele.

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