
Imagem: iStock/ graffoto8
A Bybit sofreu o maior hack da história do mercado de criptomoedas, na sexta-feira (25), com cerca de 403 mil ETH drenados, o que equivale a aproximadamente US$ 1,4 bilhões de dólares.
O ataque foi obra do Lazarus Group, um grupo de hackers da Coreia do Norte conhecido por golpes no Axie Infinity, Atomic Wallet, Sony Pictures, entre outros.
O volume de saques foi recorde, com mais de 350 mil retiradas processadas em 9 horas. Para mitigar os danos, a Bybit lançou um programa de recompensa de US$140 milhões para quem conseguir recuperar os fundos roubados. Além disso, recebeu apoio de concorrentes como Binance, Bitget e MEXC, que ofereceram empréstimos emergenciais.
Apesar da gravidade do caso, a Bybit gerenciou bem a crise e não parece estar à beira do colapso como aconteceu com a FTX (que quebrou por fraude, e não por hack). A equipe foi transparente no Twitter, publicou seu proof-of-reserve auditado pela Hacken e garantiu que 100% das reservas de ETH foram restauradas.
O mais interessante desse episódio foi a união da indústria cripto. Mesmo concorrentes ajudaram a Bybit a manter suas operações e a honrar os saques dos clientes. Claro, a credibilidade da exchange foi afetada, e esse tipo de evento sempre assusta, mas, às vezes, um passo para trás é necessário para dar dois para frente.
No fim das contas, a segurança das exchanges ficou em xeque, mas o impacto no mercado foi menor do que em crises anteriores, o que mostra uma maturidade crescente do setor.
Calendário macroeconômico da semana:
📌 Índice de Confiança do Consumidor (Terça-feira, 25)
Uma espécie de termômetro do humor dos consumidores. Se os dados vierem acima do esperado, indica que as pessoas estão mais otimistas com a economia e dispostas a gastar.
📌 Vendas de Casas Novas (Quarta-feira, 26)
Um aumento nas vendas pode ser um sinal de que a população tem dinheiro no bolso e está confiante para gastar em bens de alto valor, como imóveis.
📌 PIB dos EUA, do 4º trimestre de 2024 (Quinta-feira, 27)
O dado mais amplo sobre a economia americana. Mostra se o país cresceu ou encolheu no último trimestre do ano passado, importante para os investidores e formuladores de política econômica.
📌 Inflação Núcleo PCE dos EUA de janeiro (Sexta-feira, 28)
Mede a variação dos preços de bens e serviços consumidos nos EUA, excluindo os setores de alimentos e energia, que costumam ser mais voláteis. É uma métrica importante, pois permite que o Fed avalie com mais precisão a inflação real dos EUA. Esse indicador pode influenciar decisões futuras sobre juros.
Por fim, e não menos importante, na quinta-feira (27), após o fechamento do mercado, teremos a divulgação dos resultados da Nvidia (NVDC34). Como as criptomoedas estão fortemente conectadas ao setor de tecnologia, o desempenho da Nvidia serve como um termômetro essencial para a indústria, podendo impactar diretamente o mercado cripto.
Variações semanais (17/02/25 a 24/02/25)
- ₿ Bitcoin (BTC): US$ 94.489 | Var. -1,68%
- ♦ Ethereum (ETH): US$ 2.663 | Var. -2,88%
- 🟠 Dominância Bitcoin: 61,55% | Var. +1,35%
- 🌐 Valor total do mercado cripto: US$ 3,04t | Var. -3,18%
- 💵 Valor de mercado de stablecoins: US$ 226,361b | Var. +0,36%
- 📊 Valor total travado (TVL) em DeFi: US$ 107,675b | Var. -0,97%
* dados referentes ao fechamento em 24/02/25
Tópicos da semana
- A Arkham Exchange oferecerá negociação à vista para usuários em 17 estados dos EUA a partir de 1º de março: A Arkham Exchange lançará negociação à vista de criptomoedas para usuários em 17 estados dos EUA em 1º de março. A Arkham espera desafiar a Crypto.com e a Coinbase, que detêm 85% do mercado de câmbio suportado pelo dólar americano.
- SEC rejeitou caso de execução ilegal contra Coinbase: A Coinbase chegou a um acordo com a equipe da SEC para rejeitar todos os litígios contra a empresa sem multas ou mudanças comerciais necessárias, aguardando a aprovação final da Comissão esperada para a próxima semana. A resolução vem após a decisão da empresa de lutar contra as exigências da SEC para remover certos ativos da lista em 2023. O CEO Brian Armstrong argumenta que essa rejeição valida sua posição de que a SEC estava excedendo sua autoridade legal e poderia ter prejudicado gravemente a indústria de criptomoedas dos EUA se não houvesse oposição. A Coinbase gastou cerca de US$50 milhões lutando contra a SEC.
- A Citadel Securities, gestora de $64 bilhões, planeja entrar no mercado de trading e liquidez de criptomoedas, buscando se tornar market maker em exchanges como Coinbase, Binance e Crypto.com, segundo a Bloomberg: Antes cautelosa com cripto, a empresa mudou de postura, impulsionada pela expectativa de um ambiente mais favorável sob a administração de Donald Trump, que tem priorizado a regulação do setor. Inicialmente, a operação será fora dos EUA, com ajustes dependendo das novas regras regulatórias. A Citadel já esteve envolvida na criação da EDX Markets, uma exchange cripto institucional, mas essa será sua primeira incursão direta no mercado de varejo. Caso concretizado, o movimento reforçaria a crescente adoção institucional de cripto, especialmente em um cenário de possíveis aprovações de ETFs cripto em 2025.
- Assalto de US$ 1,43 bilhão na Bybit: A ByBit sofreu recentemente o maior hack de criptomoedas da história, perdendo US$ 1,43 bilhão em Ethereum e outros ativos depois que hackers exploraram um ataque de spoofing de front-end, enganando assinantes multisig para aprovar transações maliciosas. O ataque, vinculado ao Lazarus Group da Coreia do Norte, destaca vulnerabilidades críticas na segurança de carteiras multisig e de hardware, particularmente os riscos de “assinatura cega” e interfaces comprometidas. A ByBit garantiu aos usuários que seus fundos estão seguros e lançou uma recompensa de recuperação de US$140 milhões, mas o incidente ressalta a necessidade urgente de medidas de segurança mais fortes em toda a indústria de criptomoedas.
- Michael Saylor está comprando mais $BTC: A Strategy acaba de obter um empréstimo sem juros de US$2 bilhões, dando aos credores o direito de comprar $MSTR a um preço definido no futuro (+35% de onde está hoje).
Gráficos da semana
O gráfico abaixo mostra os desbloqueios de tokens que vão acontecer nesta semana:

O impacto no preço do token geralmente começa cerca de 30 dias antes do evento de desbloqueio e os desbloqueios das equipes dos projetos tendem a ter o maior efeito no preço.
Essa é uma das semanas com menos desbloqueios que já vimos há algum tempo, porém no sábado, 1º de março, teremos o desbloqueio de US$ 1,5 bilhões em Solana (SOL).
Esse unlock/desbloqueio vai para equipes, investidores iniciais, Solana Foundation e empresas que compraram Solana (SOL) com preços descontados por meio da falência da FTX.
Solana (SOL) tem uma dinâmica única de emissão de tokens: como a FTX foi uma das primeiras investidoras do projeto, tinha direito a uma parte da inflação futura dos tokens.
Com a falência da FTX, esse direito foi leiloado, e os principais compradores foram Pantera Capital e Galaxy Digital, que adquiriram os tokens a um valor bem abaixo do mercado (cerca de US$64 por SOL).
Teremos dump no mercado?
São US$1,5 bilhão em SOL sendo liberados, mas isso não significa que vão despejar tudo de uma vez e na verdade não significa nem que esses grandes players vão vender. Considerando que um ETF de Solana pode ser aprovado no futuro, esses players experientes podem optar por segurar os tokens para buscar lucros ainda maiores. Mas também precisamos acompanhar!
Por fim, vale salientar que escrevo aqui no Crypto Insights como convidado do time da Empiricus Research, uma vez que faço parte do time da Empiricus Gestão. Mas é sempre um prazer escrever aqui para vocês e agradeço novamente pelo convite.
Saiba mais sobre nossos fundos de criptoativos:
[Empiricus Criptomoedas] [Empiricus Coin Cripto]
[Empiricus Digital Crypto] [Empiricus Essential Crypto]
Aviso obrigatório: Este conteúdo é apenas informativo e tem como objetivo compartilhar insights e análises sobre o mercado. Não constitui recomendação de investimento, e qualquer decisão financeira deve ser feita com base em sua própria análise e, preferencialmente, com o apoio de profissionais qualificados.