Olá!
Caminhamos para o encerramento de outubro com a maior parte dos criptoativos registrando altas expressivas.
Com isso, o apelido “uptober” para o mês segue sendo válido. Conforme entramos em novembro, naturalmente fica a pergunta de se o bitcoin seguirá em alta e, talvez mais importante até, se as altcoins fecharão o gap para o BTC no ano.
Os retornos históricos do bitcoin nos mostram que, embora outubro tenha sido o mês indiscutivelmente de alta no período de existência da criptomoeda, novembro tem boas chances de repetir retornos positivos.
É possível, então, que vejamos o BTC seguir em alta pelos próximos meses. Há a expectativa de que o ativo consiga superar os US$ 35 mil ainda em 2023 e rumar para a faixa entre US$ 38 mil e US$ 40 mil.
Acredito que isso seja possível até o fim do ano, mas, provavelmente, teremos correções pelo caminho.
Já em relação às altcoins, o mais provável na minha visão é que elas sigam os ventos do próprio bitcoin pelos próximos meses. Assim, caso o líder do mercado siga apresentando retornos positivos, podemos ver uma altseason ser alimentada.
Por ora, espero ver altcoins mais específicas se destacando, como tem sido o caso nas últimas semanas (por exemplo: LINK e SOL, que apresentaram bons retornos).
Hoje, porém, em vez de discutir o futuro, quero falar sobre o passado e como acredito que a máxima histórica do bitcoin, em 2021, teria sido maior que os US$ 69 mil registrados, não fosse pela FTX.
Falo disso logo mais. Antes, vamos aos números da última semana.
Variações semanais (24/10/23 a 30/10/23)
- Bitcoin (BTC)
Preço: US$ 34.500 | Var. +4,27%
- Ethereum (ETH)
Preço: US$ 1.810 | Var. +2,46%
🌐 Dominância Bitcoin: 53,79% (Var. +0,67%)
* dados referentes ao fechamento em 30/10/23
Principais tópicos da semana
- SEC vs. Grayscale: o tribunal de D.C. concluiu o caso entre SEC e Grayscale, dando a vitória para a empresa de cripto. A negativa da SEC para a conversão do GBTC em ETF foi derrubada e, agora, o regulador precisará avaliar novamente o pedido;
- Bitcoin acima de US$ 30 mil: após a disparada do bitcoin rumo aos US$ 35 mil, o mercado se perguntou se esse seria um vôo de galinha. Até o momento, não parece ser, com o bitcoin tendo se mantido entre US$ 33 mil e US$ 35 mil na última semana. Ainda é possível que vejamos uma correção de curto prazo, mas a evolução do preço até o momento mostra força do ativo;
- Spot voltando a aquecer: segundo dados da Kaiko, na última semana o volume de negociação spot (à vista) de criptoativos registrou seu maior valor dos últimos 6 meses. Esse é um dado importante pois mostra que a alta recente foi alimentada pelo apetite dos investidores pelos ativos e não apenas pelo mercado de derivativos;
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Gráfico da semana
O gráfico acima traz algo que tem me inquietado desde o início do bear market de cripto: o topo de 2021 não se pareceu com um topo de verdade.
O que isso quer dizer? Resumindo: embora o bitcoin tenha atingido sua máxima histórica em torno de US$ 69 mil em novembro de 2021, esse valor deveria ter sido maior, não fosse pela atuação fraudulenta da FTX.
A imagem em si mostra o estudo realizado com base na métrica MVRV (market value to realized value). Não pretendo entrar em muitos detalhes técnicos aqui. Então, simplificando, as linhas amarela e vermelha mostram faixas de preço que o bitcoin poderia atingir no ápice de um bull market.
Note como no bull market de 2017 vimos o preço tocar várias vezes a linha amarela, até chegar na linha vermelha no pico e, então, iniciar o processo de correção.
Algo similar aconteceu na primeira pernada de alta de 2021, mas não na segunda. Quando olhamos para o MVRV Z-Score isoladamente (abaixo, em laranja), fica claro como a segunda alta de 2021 não teve o mesmo “aquecimento” dos demais picos do mercado.
Considerando a métrica on-chain em questão, o preço do bitcoin poderia “tranquilamente” ter atingido uma faixa entre US$ 82 mil e US$ 106 mil.
Além disso, considerando o drawdown típico dos bear markets de cripto na casa de 75%, se a faixa mencionada tivesse sido alcançada na máxima, o preço mais baixo do bitcoin em 2022 teria sido algo em torno de US$ 20.500 e US$ 26.500 e não os US$ 15.750 registrados.
Outras métricas on-chain corroboram essa visão, como é o caso do NUPL (lucro/prejuízo líquido não realizado). Em linhas gerais, métricas como essas mostram que o bitcoin chegou à sua máxima histórica sem ter registrado uma configuração de preço característica de um topo de bull market.
É claro que a história nem sempre se repetirá da mesma forma e tal acontecimento poderia ser legítimo, mas não parece ser bem o caso.
Isso porque, minha hipótese original começou a ser confirmada durante o julgamento de Sam Bankman-Fried, o SBF, fundador da FTX.
Especialmente no depoimento de Caroline Ellison, antiga CEO da Alameda Research (ligada à FTX), ficou claro que a empresa já era insolvente mesmo durante o bull market de 2021.
Segundo as alegações de Ellison, a FTX passou a usar já naquela época ativos de clientes de maneira indevida. Entre as formas de uso indevido, a FTX teria usado ativos como BTC para comprar “Sam Coins”, moedas ligadas diretamente a SBF (especialmente FTT, token nativo da FTX). Isso teria gerado uma pressão vendedora falsa para o bitcoin.
A outra possibilidade é a de que a entrada de capital na exchange tenha sido desviada pela FTX, também limitando a pressão compradora de BTC (”bitcoins de mentira” sendo vendidos). De uma forma ou de outra, o que parece é que a FTX suprimiu a segunda alta do bitcoin em 2021.
Provavelmente, teremos uma visão melhor dos acontecimentos conforme o julgamento de SBF se desenrolar e, ainda assim, nunca saberemos com certeza o que aconteceu entre 2021 e 2022 na FTX.
De uma forma ou de outra, me parece claro que o bitcoin poderia ter alçado voos maiores em 2021. A conclusão inevitável disso é que, na ausência de players como a FTX daqui para frente, dados os gatilhos que temos em vista para um novo bull market de cripto, ver o bitcoin ultrapassando os US$ 100 mil parece bastante factível.
No radar
Para quem acompanha o desenvolvimento de outros projetos, vale ficar de olho no lançamento da mainnet (rede principal) da Celestia, um projeto bastante aguardado no segmento de contratos inteligentes e infraestrutura.
Seu token nativo, TIA, foi distribuído via airdrop para participantes dos ecossistemas da Ethereum e da Cosmos e está sendo listado em grandes exchanges após a mainnet ir ao ar.
Um abraço,
Vinícius Bazan
P.S.: eu publico conteúdos diários sobre cripto no meu instagram (@o.viniciusbazan). Se quiser acompanhar, basta me seguir por lá!