Quando você percebe que está diversificando, de verdade, sua carteira?
Eis alguns indícios:
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Ao manter certa exposição em commodities quando os preços das commodities começam a se ajustar para baixo.
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Ao continuar com um pedacinho de moeda forte enquanto o real se recupera.
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Ao preservar determinadas apostas em casos de reabertura mesmo com novas ondas motivadas pela variante delta.
Manter, continuar, preservar — esses são os verbos respeitosamente cultivados pelos diversificadores.
Ao contrário do que sugere o senso comum, investidores genuinamente adeptos da diversificação não nadam contra a corrente. Eles também não nadam a favor da corrente. Apenas nadam. Mas eles sempre nadam de sunga ou de maiô, nunca pelados.
Parece trivial constatar que os diversificadores sejam agnósticos e agregadores, mas a verdade é que a diversificação, em sua forma prática, tem assumido contornos cada vez mais convictos e direcionais.
O investidor finge que está diversificando, enquanto está apenas especulando sob uma bandeira nobre.
Heurística útil para identificar se a diversificação é de corpo e alma: quais ativos da sua carteira estão aí para ganhar nos próximos seis meses?
Por definição, a resposta do diversificador não pode ser: “100% dos ativos”.
Num mix já magicamente favorável, na melhor das hipóteses, o dono de uma carteira genuinamente diversificada vai sonhar com algo como 80% dos ativos subindo e 20% caindo.
Inclusive, bons resultados podem ser obtidos com 50% da carteira subindo e 50% caindo, desde que as altas sejam de cauda longa e as baixas de cauda curta.
Tome cuidado com carteiras e fundos que vão extraordinariamente bem quando o mercado está mal, pois são os mesmos que tendem a ir extraordinariamente mal quando o mercado está bem.
Em determinados casos, a rentabilidade passada fornece insights úteis sobre a rentabilidade futura.
Tipicamente, escolher um quarto ou quinto colocado do ranking anual — os vencedores que ficam sem medalhas olímpicas — pode ser mais prudente e lucrativo do que ir direto para o primeiro lugar.
Diversificar não é o caminho para a perfeição. Ao contrário, diversificar significa mirar o resultado imperfeito, o resultado que — apesar de ter errado em certa medida — acabou dando certo.
Diversificar é deixar algum dinheiro na mesa, em troca de ter sempre uma mesa onde se possa servir o pão de cada dia.