Peço licença à importante carta da Petrobras (#vaifaltardiesel), mas a grande notícia do dia, para mim, é o resultado da oferta de Eletrobras.
Meses atrás, ninguém acreditava na privatização da empresa. Aconteceu, com louvor.
A despeito do calendário apertado e das inúmeras forças políticas em jogo, ELET fará uma oferta bem-sucedida, dotada de vários superlativos.
Com volume estimado em até R$ 35 bi, é a segunda maior operação deste ano no mundo (perde apenas para a coreana LG Energy).
A demanda superou a oferta em 3x a 4x, culminando no rateio que gera um valioso sentimento de escassez para o pregão de estreia.
Antes e durante o período de reservas, recomendamos a participação na oferta, com ou sem o uso do FGTS.
Mas essa história não acaba aqui.
A privatização é um primeiro passo na nova história da companhia, assim como aconteceu com Vale e Embraer.
Não acho que se trata de um investimento para virar milionário da noite para o dia, mas sim de uma história para carregar ao longo dos próximos cinco anos, pelo menos.
Pelos meus cálculos, somando proventos e ganho de capital, talvez renda algo como 15% ao ano, pelos próximos cinco anos, em média, multiplicando seu capital investido por dois.
Seria um excelente retorno.
Adoro a perspectiva de ganhar dinheiro, mas a principal lição da oferta de Eletrobras não tem só a ver com grana.
Tem a ver com o seguinte: coisas boas acontecem mesmo quando o mundo está numa pior.
Desafiando os clusters de volatilidade de Mandelbrot, algumas sementes lançadas ao acaso em terreno salino acabam se transformando em árvores frondosas.
O desafio está em reconhecer essa possibilidade.
Quando as coisas começam a dar errado, quando começa a faltar diesel, achamos que o mundo vai acabar, e que nada de bom pode acontecer na face da Terra.
Ficamos amargos, rancorosos, e perdemos algumas belas oportunidades de lucros.