O crisol é um recipiente, geralmente de argila ou porcelana, usado para diversas reações químicas em altas temperaturas. Por vários séculos, o crisol foi usado por ourives e alquimistas para a purificação de metais, como o ouro.
Por isso, esse substantivo também é, metaforicamente, sinônimo de processo de apuração, experimentação e purificação.
Podemos afirmar, por exemplo, que a realidade é o crisol do sonhador, a inflação é o crisol dos poupadores e a disciplina fiscal é o crisol dos governantes.
Todos temos nossos crisóis. O mercado financeiro também os tem.
Os juros altos são o crisol dos ativos de risco.
O alto custo de capital coloca à prova a capacidade das empresas de se financiarem, crescerem a capacidade produtiva e ainda entregarem retorno aos seus acionistas acima do custo de oportunidade de investimento.
Recentemente, a inflação, crisol de economias emergentes, tem também imposto uma prova de fogo às autoridades monetárias dos países desenvolvidos.
Aos investidores, o crisol é a volatilidade.
Quer seja para cima ou para baixo, a flutuação dos preços gera inquietação, inflama os ímpetos e leva a decisões de caráter puramente emocional, prejudicando, muitas vezes, a rentabilidade do portfólio no longo prazo.
Na série Os Melhores Fundos de Investimento também temos os nossos crisóis.
Aos fundos que acabaram de surgir, o crisol é a incubadora.
Até que completem cerca de três anos, acompanhamos de perto o desenvolvimento do processo de investimento, formação da equipe, crescimento de patrimônio sob gestão, assim como diversos fatores qualitativos. Ao final do triênio, o fundo passa a ser recomendação oficial da série e, possivelmente, passa a integrar (ainda que com um pequeno percentual) alguma carteira dos FoFs da Vitreo. Do contrário, continuamos observando de fora.
No outro extremo, existe o banco de reservas.
A ideia é simples. Quando ocorrem mudanças significativas em quaisquer métricas que coloquem em xeque alguma das nossas análises qualitativa ou quantitativa, trazemos o fundo para esse crisol.
Nesse processo, intensificamos nossas análises e discussões sobre o fundo e refletimos diligentemente sobre nosso próprio processo interno de avaliação. Após o tempo apropriado de observação (que pode variar conforme o caso) tomamos a decisão de confirmar a nossa indicação anterior ou retiramos oficialmente a recomendação prévia.
Na próxima terça-feira, no relatório da série Melhores Fundos, vamos falar do nosso “banco de reservas”, o crisol dos fundos que recomendamos da série.
Fica aqui o convite para saber o nosso veredito.
Um abraço.