A confiança do consumidor americano caiu em junho para o seu menor patamar da série histórica, que se iniciou em 1952. De acordo com os indicadores da Universidade de Michigan, a leitura foi de 50,2 pontos para o mês, contra 58,4 pontos em maio e expectativa de 58,5 pontos.
Hoje (15), teremos mais uma vez a “super quarta”, quando serão anunciadas as decisões do Fomc e do nosso Banco Central acerca de suas políticas monetárias. A expectativa do mercado é de uma elevação de 0,5 ponto percentual nos EUA e no Brasil. Avaliar o tom dos comunicados será importante para entender os próximos passos dos banqueiros centrais.
Quase mil empresas ocidentais já se comprometeram a reduzir ou acabar com as suas operações na Rússia. De acordo com pesquisas, o prejuízo dessa movimentação, que inclui companhias dos mais variados segmentos, se aproxima dos US$ 60 bilhões.
A falta de semicondutores segue embaralhando a indústria automobilística global. Apenas no Brasil, foram contabilizadas mais de 16 paralisações pela falta desses produtos neste ano e mais de 150 mil veículos já deixaram de ser produzidos.
A Petrobras segue alvo dos acenos populistas. Não bastasse a sucessiva troca de presidentes, toda semana sua política de preços é posta à prova. Recentemente, sobrou até para o programa de desinvestimentos do Polo Bahia Terra, cuja negociação foi suspensa em função de decisão do Tribunal de Justiça do RJ.
Ah, e não podemos esquecer da eleição presidencial no final deste ano, que aponta para ser tão ou mais polarizada do que a ocorrida em 2018.
Não quero te desanimar com essa introdução, mas fato é que o ambiente macro segue bastante desafiador e, para atravessar esse momento, o investidor deve rever sua alocação de recursos.
Do mesmo modo que o juro baixo fez com que os investidores alocassem seus recursos em empresas de tecnologia de alto crescimento, com valor na perpetuidade, teses de investimento disruptivas e pouca renda fixa, o momento atual exige um posicionamento diferente: busca por empresas baratas sob a ótica de valuation, shorts táticos em empresas caras, bastante renda fixa, fundos imobiliários bons pagadores de proventos e proteções.
Com isso, o investidor amortece eventuais perdas causadas pelo mau humor do mercado e segue exposto aos ventos microeconômicos, que seguem a todo vapor.
Para citar alguns exemplos, nos últimos meses, tivemos a reestruturação societária de Iguatemi; a fusão entre a BR Malls e a Aliansce Sonae, que cria um gigante com 69 shoppings, está em andamento; bem como a fusão entre Unidas e Localiza. A privatização da Eletrobras, que colecionava uma série de céticos, aconteceu; os desinvestimentos da Petrobras estão em andamento apesar dos percalços; a Eneva comprou a Focus Energia, marcando sua entrada no segmento solar; a Echoenergia foi adquirida pela Equatorial. No mercado financeiro, a XP adquiriu a Modal, enquanto no varejo alimentar, o Grupo Big foi adquirido pelo Carrefour.
Aceite que o cenário mudou, ajuste o seu portfólio e não abandone o barco. O seu “Eu” do futuro agradecerá.
Forte abraço,