O noticiário político atinge em cheio a semana de resultados das empresas.
Por um lado, as manchetes sobre a PEC dos Precatórios e o novo Bolsa Família fazem o vento soprar contra a Bolsa. Por outro, temos alguns resultados espetaculares das companhias que compõem as diversas carteiras recomendadas da casa.
Qual será a vencedora desse duelo? A maré político-eleitoral ou a capacidade de execução das empresas?
O Mercado Livre, presente na Carteira Empiricus, soltou um belo resultado na última quarta-feira. Mesmo com a (esperada) desaceleração do crescimento de GMV, a companhia entregou uma receita que cresceu 103% ano contra ano. A beleza desse negócio, olhando à frente, deixou de ser somente sua execução no comércio eletrônico per se.
Agora, a empresa intensifica a monetização da sua base de milhões de usuários por meio do Mercado Pago (adquirência), do Mercado Crédito (empréstimos), do Mercado Envios (logística), e tem mais por vir… O Mercado Livre já oferece diversas opções de investimentos para os clientes que têm conta na sua carteira digital.
No dia seguinte à publicação dos resultados, o papel da gigante subiu 15%. Merecido.
O Iguatemi, que soltou seu resultado ontem depois do fechamento do mercado, mostrou que aqui tem reabertura, sim, com as vendas somadas dos seus lojistas crescendo 354% em relação ao segundo trimestre do ano passado. Tudo bem, a base comparativa não é muito difícil, mas que as coisas estão voltando ao normal para a companhia, estão.
O BTG Pactual, figurinha carimbada nas carteiras aqui da casa, entregou uma receita 25% acima da expectativa e atingiu um retorno sobre o capital do acionista de 21,6%. Importante notar que esse patamar de retorno é ouro entre os bancos tradicionais — além do BTG, somente o Santander Brasil (outra figurinha carimbada) atingiu algo similar no segundo trimestre.
A divulgação de BPAC foi agora de manhã, e minha expectativa é de uma reação positiva do papel.
Há algumas semanas, Howard Marks soltou seu aguardado memorando periódico. O tema da vez foi justamente o duelo entre cenário e entrega. “Thinking About Macro” é o título da carta, e nela o investidor americano prega que o microeconômico triunfa, enfim, sobre o macro — mais cedo ou mais tarde. Eu tendo a concordar; afinal, não é para gerar alfa que trabalho todos os dias?
A Carteira Empiricus sobe 5% no ano, patamar raro entre os fundos multimercados do país neste 2021 (te convido a conferir os resultados dos demais e tirar sua conclusão).
E, no meio do caminho, teve muito, mas muito vento macroeconômico contra. Como o escopo da carteira é global, os precatórios são apenas um dos problemas. Lembremos que teve intervenção chinesa, variante delta e sabe-se lá o que mais vai acontecer neste mundão. Estaremos aqui trabalhando para fazer o micro triunfar, sempre.
Tem mais resultados por vir nesta semana. A agenda dos analistas está cheia; eu que o diga.
Aguardo ansiosamente, inclusive, as divulgações das empresas da nova carteira ESG, que ficará dentro do Palavra do Estrategista (aguarde novidades amanhã). Para citar alguns nomes, nesta semana temos os resultados de Raia Drogasil e Natura. Em breve mais detalhes desse novo portfólio, que carinhosamente chamo de “Oportunidades ESG”.
Enfim, de volta à nossa batalha filosófica.
O prospecto desta temporada é de mais um round do fundamento triunfando sobre o macroeconômico. Acompanharemos de perto, sempre mantendo você atualizado — ou atualizada.
Um abraço,
Larissa