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“Na semana passada, estive em Miami para um curto período de descanso e pude ver na prática a efervescência daquela economia […]”.

Por Fernando Ferrer

23 fev 2022, 11:35

Na semana passada, estive em Miami para um curto período de descanso e pude ver na prática a efervescência daquela economia. Embora meu relato seja anedótico, uma vez que expressa apenas a minha percepção sobre os lugares em que estive, posso dizer que a economia norte-americana segue a todo vapor.

Shoppings cheios, lojas de grife recebendo consumidores apenas com horário marcado e idas a restaurantes apenas mediante reservas deram o tom. Não por acaso, as mensagens de busca de profissionais para encorpar o quadro de funcionários estavam estampadas em quase todas as vitrines de lojas, restaurantes e bares.

Na contramão, o que se vê é uma inflação anualizada galopante de 7,5% — a maior desde 1982. Já o núcleo da inflação, que expurga os choques e busca capturar a tendência dos preços, subiu 6%. Esse contexto, aliado à forte desvalorização da nossa moeda frente à divisa americana, promoveu uma redução gigante do “affordability” do brasileiro médio. Uma viagem para os EUA se transformou em um passeio em um aquário: apenas para apreciação.

É interessante destacar algumas observações derivadas dessa experiência.

O poder da marca é implacável. Além de terem maior facilidade de repasse de preço, empresas que carregam consigo uma forte admiração por parte dos fiéis consumidores navegam bem em períodos turbulentos. As lojas da Apple e da Prada, por exemplo, estão com filas de mais de uma hora. Por falar em Apple, em sua mais recente newsletter, o professor e pensador Scott Galloway previu que a gigante de Cupertino alcançará mais de US$ 1 trilhão em faturamento até 2030 — para referência, o faturamento dos últimos 12 meses foi de US$ 378 bilhões.

Para aqueles que têm uma cesta de consumo mais dolarizada, carregar moedas fortes e ativos dolarizados via fundos, aplicações no exterior ou até nos próprios BDRs pode ser uma forma interessante de manutenção do poder de compra. Embora ainda acredite que o “carry trade” e a atratividade de nossa Bolsa frente às demais seguirão pressionando o dólar no curto prazo, é importante que, dentro da gestão de portfólio, o investidor possua uma parcela de seu patrimônio dolarizada.

Já no Brasil, embora a perspectiva para o nosso PIB não seja tão animadora para 2022, a verdade é que algumas companhias são soberanas e conseguem criar oportunidades independentemente do cenário. Carregá-las em um portfólio diversificado também deverá gerar bons frutos no longo prazo. Os resultados do 4T21 de Localiza (RENT3) e Raia Drogasil (RADL3), divulgados ontem (22) à noite, não me deixam mentir. Enquanto a primeira praticamente multiplicou por três o seu Ebitda nos últimos cinco anos, a segunda multiplicou-o por sete em dez anos.

Por aqui, tal qual as inúmeras empresas nos EUA, também estamos em busca de bons profissionais para encorpar o nosso quadro. Aqueles que cursarem o nosso  MBA em Análise de Ações e Finanças,  por exemplo, terão a oportunidade de concorrer a uma vaga para fazer parte da nossa equipe de análise. Vamos lá?

Forte abraço,
Fernando Ferrer

Sobre o autor

Fernando Ferrer

Graduado em Engenharia Mecânica pela UFRJ e com MBA em Finanças pela mesma instituição, Fernando Ferrer atua na Empiricus como analista de investimentos há 5 anos cobrindo os setores de Varejo, Saúde e Infraestrutura. Atualmente, é responsável pela série best-seller As Melhores Ações da Bolsa e faz parte da equipe que comanda o Carteira Empiricus, o portfólio multimercado que é o carro-chefe da casa.

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