Já escrevi nesse espaço sobre os strange loops que caracterizam a consciência individual ou coletiva; às vezes eles são irônicos, ou até mesmo engraçados.
Acabei de ouvir de um CEO – tentando se adaptar e adaptar sua equipe ao mundo dos grupos de whatsapp – que não era necessário colocar joinhas nas mensagens que ele mandava, até porque ele não ia ficar conferindo os joinhas de quem leu ou não leu. Resultado: essa mesma mensagem foi respondida por um Diretor com um joinha.
E então, nos bastidores do Broadcast, ficamos sabendo que o Ministério da Fazenda trabalha de forma 100% sigilosa na composição de um pacote de corte de gastos. Um pacote de impacto, mas não é para ninguém ventilar nada antes da hora.
“As discussões estão sendo travadas em sigilo absoluto, com poucas pessoas envolvidas, assim como foi feito quando da reta final do arcabouço fiscal, para não ter risco de vazamento”, justificou a fonte. “O que estamos preparando de mais relevante não pode vazar”, reforçou.
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Para que não vazem os dados, válvula de escape: vazam os metadados.
Talvez a Fazenda queira provocar um efeito surpresa positivo, mas sem se comprometer oficialmente.
Enquanto isso, porém, o ritmo das decisões políticas é mais demorado do que os anseios do financismo, e não há como pedir uma pausa ao câmbio ou à curva de juros.
É preciso ganhar tempo, com um taxímetro bandeira 2 rodando contra.
Algo parecido acontece com a China no momento, e se trata de um cálculo delicado.
Quanto mais o Governo demora para fazer sua parte, maior o tamanho da conta cobrada pelos garçons do mercado e pela economia.
“Ah, mas não vamos nos sujeitar aos caprichos dos meninos mimados da Faria Lima”.
Sim, temos um ponto aqui, muito bem explicitado por Mendonça de Barros.
Mas onde exatamente começam os caprichos da Faria Lima e acabam as condições de sobrevivência?
Você adota o pragmatismo e atende ao capricho da Faria Lima, e de repente percebe que atendeu ao seu próprio capricho, e ao capricho dos seus eleitores.
Já escrevi nesse espaço sobre os strange loops que caracterizam a consciência individual ou coletiva; às vezes eles são irônicos, ou até mesmo engraçados.