Day One

Familiarizados com a escuridão

“Cerca de 15% de toda a riqueza global foi apagada dos livros desde o início do drawdown corrente […]”.

Por Rodolfo Amstalden

12 maio 2022, 12:38 - atualizado em 12 maio 2022, 12:38

“I have been one acquainted with the night.
I have walked out in rain — and back in rain.
I have outwalked the furthest city light.”
– Robert Frost

Cerca de 15% de toda a riqueza global foi apagada dos livros desde o início do drawdown corrente. 

O que está acontecendo com os mercados globais?

Nada muito diferente do que aconteceu em históricos análogos (20% de riqueza subtraída no vale de 2008), quando os juros subiram e os níveis de dívida explodiram.

Os macroeconomistas chamam isso de “espiral de endividamento”.

Os traders mais educados chamam de lama ou de barro.

De um jeito ou de outro, você consegue sentir o cheiro da expressão, e ele não é muito agradável.

O primeiro efeito, imediato, de um aumento dos juros é o encarecimento do carrego associado aos níveis originais de alavancagem.

Via de regra, as dívidas passam a rodar sob um taxímetro mais caro.

Isso inclui a dívida do governo, que pode optar por pagá-la veladamente, através de mais inflação, e inclui as dívidas do setor privado, cujo passivo é amplificado pela inflação.

Como a gestão de risco do pior devedor marginal era baseada em um custo de endividamento muito menor, ele é obrigado a vender quaisquer ativos que ainda tenha (a qualquer preço), apenas para manter sua cabeça fora d ‘água.

Isso basta para continuar respirando por um tempo, mas chega a hora em que os ativos em estoque foram todos desovados, perderam liquidez e/ou viraram pó. Não existe outra alternativa a não ser jogar a toalha: falência.

É desse ponto em diante que começam as chamadas de margem e as moratórias em série.

O leitor fiel da Empiricus já viu essa história acontecer antes, fim do mundo, fim do Brasil.

Somos experimentados em crises, familiarizados com a escuridão.

A perícia no trato do absurdo não nos impede de sofrer, e nem poderia. Somos todos humanos, e qualquer percentual negativo na marcação a mercado dói muito no bolso.

Contudo, a correta interpretação do contexto previne o desespero.

Amparados nos preceitos antifrágeis, tentamos extrair experiências úteis a partir de um mercado disfuncional, preparando o terreno para a recuperação, que sempre há de chegar.

É nesse espírito respeitoso e construtivo que estamos anunciando novidades, vantajosas tanto para os leitores da Empiricus quanto para os investidores da Vitreo (futura Empiricus Investimentos).

Na primeira de várias dessas novidades, passaremos a oferecer quatro níveis distintos de atendimento especializado aos clientes da Vitreo: Gold, Platinum, Reserva e World Class.

Cada um desses níveis se traduz em benefícios amplos e crescentes, tal como traduzidos na imagem abaixo:

Embora tenhamos uma enorme preocupação em atingir e cultivar excelência tecnológica, entendemos que a tecnologia não deve ocorrer em detrimento do contato humano, mas sim como uma combinação inteligente entre chips e cérebros.

Os quatro níveis de atendimento chegam para preencher qualquer lacuna que possa haver nesse sentido e para promover uma aproximação empática nestes tempos difíceis de economia global.

Como eu disse, a Empiricus já vivenciou muitas crises financeiras e, em todas elas, optamos por estar mais próximos dos nossos leitores, tratando abertamente do track record, dos desafios de interpretação do mercado e das oportunidades financeiras enterradas debaixo dos mais profundos drawdowns.

Também desta vez, estamos dobrando a aposta na proximidade.

No Day One de segunda-feira, 16 de maio, o Felipe vai trazer mais uma importante ideia nesse sentido.

Sobre o autor

Rodolfo Amstalden

Sócio-fundador da Empiricus, é bacharel em Economia pela FEA-USP, em Jornalismo pela Cásper Líbero e mestre em Finanças pela FGV-EESP. É autor da newsletter Viva de Renda.

Baixe grátis nosso App

Acesse a Empiricus de onde estiver. Na palma da mão e também na sua casa.

Baixe grátis e conheça nossas novidades.