Eu não sei o quanto você está acompanhando as discussões de fronteira na Cosmologia. Eu mesmo estou mais distante do tema do que gostaria. Passo muito longe de ser sequer um iniciante nisso, mas tenho achado esse papo de um possível novo paradigma sobre a história do Universo um barato.
Desde que o telescópio Hubble foi substituído pelo James Webb, nos dando acesso a imagens também em infravermelho, toda aquela conversa do Big Bang, ao menos tal como nos foi apresentada na escola, parece estar com os dias contados. O novo telescópio nos mostra uma idade bem diferente para a formação das estrelas, e também pode nos iluminar sobre a hipótese de vida em outros planetas.
Esse tema, junto a vários outros, foi abordado pelo astrofísico Marcelo Gleiser em conversa com o Rodolfo, na série de encontros para celebrar os 14 anos da Empiricus. Com a transparência insuperável de sempre, confesso uma dose de orgulho com o evento. Por duas razões principais.
Primeiro porque uma empresa chegar aos 14 anos de vida no Brasil lhe confere a característica de evento raro. Empreender neste país é um ato heróico. E veja: não falo isso só em tom elogioso. Um herói costuma ser um babaca, alguém com “dad issues” marcantes, com frequência órfão, incapaz de medir riscos adequadamente e desesperado, quase obcecado, por atender a um chamamento interno muitas vezes irracional. Aliás, boa parte dos heróis morre no final do filme. O arquétipo do herói é bem diferente, até antagônico em algum sentido, ao do sábio. Luke tem aquele rostinho angelical de bebê, surpreso em descobrir o pai malvadão. Yoda está de casaco aberto, pronto para receber as novidades do mundo com acolhimento. As orelhas são grandes, diferente da boca pequena, pois precisamos muito mais ouvir do que falar. As unhas são longas e o cajado está ali para sempre ajudar nas dificuldades de locomoção impostas pela idade – o diabo é sábio porque é velho.
E o segundo motivo de orgulho passa por um autorreconhecimento de que, provavelmente, só a Empiricus na Faria Lima vai levar a seus clientes uma conversa com o Marcelo Gleiser. Você pode ver o Tom Brady, a Michele Obama ou a Anitta por aí. Veja: nada contra eles; aliás, ao contrário. Acho essa turma incrível. Em nenhum momento pressuponho uma superioridade de um convidado ou de um evento sobre o outro tipo, mas é só que a preocupação com epistemologia e honestidade intelectual não é exatamente uma coisa popular no mercado financeiro, talvez até por isso não se entenda Taleb com profundidade, porque sua maior contribuição não é na adequação dos modelos financeiros, mas, sim, na metodologia da ciência jovem aplicada a finanças.
Não é todo mundo que se interessa por metodologia científica ou temas como Cosmologia. Muita gente acha isso distante do dia a dia, pois boa capacidade de abstração não é algo tão trivial. Aquela coisa meio Raul Seixas, que adoro citar: “dois problemas se misturam: a verdade do Universo e a prestação que vai vencer”. Com tanto boleto chegando, é mais fácil se ocupar mesmo com o segundo.
Mas o fato é que essa discussão toda tem as consequências mais profundas, imediatas e até financeiras. Ao criar a SpaceX, Elon Musk está preocupado em nos tornarmos uma espécie multiplanetária – é evidente sua relação com a Cosmologia e também com a vida em outros planetas. Sabe-se lá se levaremos ao esgotamento de recursos na Terra, se a mudança climática vai tornar as coisas aqui inviáveis, se um grande meteoro pode nos atingir em alguns milhões de anos, entre tantas outras coisas que podem acontecer. Ao criar a Neuralink, ele antagoniza com Larry Page, que também se empenha em inteligência artificial com uma visão menos preocupada com a civilização, Musk pretende proteger a humanidade de uma eventual insurgência dos robôs. Na Tesla, o carro elétrico também é uma imperiosa necessidade para superarmos o motor a combustão e o uso de hidrocarbonetos.
Claro que tudo isso também pode ser uma egotrip de quem se acha um herói de história em quadrinho com claríssimas questões edípicas. Mas, em termos práticos, a esta altura parece um tanto clara a intenção legítima de salvar a humanidade, numa gestão de riscos meio amalucada para evitar um cenário distópico de fazer inveja a Isaac Asimov. No fundo, se você for pensar, está tudo lá, em Fundação, a espécie de referência original a uma dinastia interplanetária.
Impossível não pensar na nossa própria fundação, 14 anos atrás. Entre sangue, suor, lágrimas, muito trabalho, uma boa dose de sorte e uma coleção de erros, foi uma caminhada e tanto. Criamos a maior casa de análise de investimentos da América Latina e estabelecemos toda uma indústria de research no Brasil. Que seja de meu conhecimento, não há no mundo outro research com essa proporção de clientes sobre o total de investidores pessoas físicas do respectivo país. Também pautamos a indústria na direção do transbordamento de empresas de conteúdo para plataformas transacionais, por meio da Vitreo, rebatizada Empiricus Investimentos para refletir sua alma e origem. Fomos adquiridos pelo Banco BTG Pactual, o grande vencedor da dinâmica de financial deepening, por reunir a melhor cultura corporativa do Brasil, as melhores pessoas, os melhores processos e a melhor tecnologia do setor.
Repito: não foi uma caminhada indolor, tampouco apenas resultado do mérito. Por várias e várias vezes, o acaso, se é que ele existe, interferiu em nosso favor. Claro também que houve outros momentos em que a Providência atuou contrariamente, algumas percebidas e outras imperceptíveis, sepultadas no cemitério da passividade e do silêncio das oportunidades perdidas e não-identificadas. Eu, pessoalmente, errei, errei e errei, por mais que tentasse obstinadamente acertar. Ainda segue assim, numa quase insuportável convivência com a dúvida sobre a capacidade de realizar uma única coisa sequer na minha vida.
Seja como for, posso olhar para os meus filhos com alguma altivez, orgulhoso do que construímos e, mais do que isso, do que vem pela frente.
No momento em que escrevo, estou me desligando completamente das funções executivas desempenhadas na Empiricus Investimentos. Passo a focar no meu (ao menos suposto) círculo de competências, 100% dedicado à análise, à pesquisa e às decisões de investimento. Não que eu tivesse me ausentado completamente, mas as ocupações regulatórias, tecnológicas, orçamentárias e cotidianas em geral de uma corretora são extenuantes. O dia tem 24 horas para todas as pessoas. E nos 300 anos de Adam Smith, não há como nos esquecer de que a divisão do trabalho e a especialização são grandes geradores de valor, responsáveis pela riqueza das nações – e também dos investidores em Bolsa.
Estamos convencidos de que a dedicação exclusiva e focada à análise gerará resultado financeiro para quem mais importa: nosso cliente! Aliás, quem acompanha de perto nosso trabalho já deve ter notado isso, a julgar pelas recomendações mais recentes, todas acertadas (de novo, a Deusa Fortuna acabou ajudando, amém!).
Este é um momento de celebração pelo nosso aniversário e é estimulante retornar a mim mesmo neste momento. Talvez seja coincidência ou sincronicidade, não sei. Mas estamos comprometidos com um novo ciclo pujante, vendo os lucros apurados pelas nossas carteiras recomendadas no mês de novembro como um possível início de uma guinada dos mercados e dos ativos de risco.
Além dessa mudança no organograma, estamos comemorando nossos 14 anos com uma série de diálogos. Uma delas foi essa com Marcelo Gleiser, do começo deste texto. Também já tivemos Marcos Troyjo e Tony Volpon; outras surpresas estão a caminho, com provável participação de ex-presidente da República e tudo mais.
Momentos extraordinários requerem medidas extraordinárias. Aproveitamos a ocasião mais do que especial para inaugurar uma nova frente: o Projeto Renda, para ajudar todos os brasileiros a construir uma nova e efetiva fonte de rendimentos, com o objetivo de, no longo prazo, estabelecer uma espécie de novo salário para as famílias que nos acompanham.
Algumas coisas foram fundamentais para isso. Percebi que temos uma porção grande de conteúdo sistematizada, do mais simples ao mais avançado, passando por MBAs certificados, para construção e aumento de patrimônio. Mas não tínhamos até hoje algo dedicado a aqueles que querem focar em renda, ou seja, desejam construir um tipo de impressora de dinheiro, ligada 24 horas por dia, para garantir um pinga-pinga mensal, o “faz me rir” para ajudar no pagamento dos boletos, na viagem de final de ano, na possibilidade de parar de trabalhar ou diminuir o ritmo, ou até mesmo se aposentar, na famosa pegada “viver de renda”.
Também notei uma série de pessoas, supostos especialistas, falando e escrevendo sobre estratégias de renda sem a devida profundidade técnica e responsabilidade no tema. O resultado é que muita bobagem acaba sendo disseminada sobre o assunto. Falarei mais sobre isso na segunda-feira.
Por isso, estamos todos debruçados sobre a missão de dar uma pequena contribuição no sentido de transformar o Brasil numa nação de poupadores, a partir das melhores e mais efetivas estratégias de renda. Construir uma máquina de tornar o dinheiro uma ferramenta para trabalhar para você, construindo uma espécie de novo salário, não necessariamente pelo dinheiro em si, mas como um instrumento em prol de mais tranquilidade, mais liberdade, realização dos sonhos pessoais, antecipação da sua aposentadoria ou qualquer outra coisa de sua vontade. O dinheiro não resolve todos os problemas, mas resolve todos os problemas de dinheiro – e isso já é muita coisa.
Pra mim, o maior benefício da grana é permitir a realização das vontades e necessidades daqueles que mais amo. Essa parada não tem preço, ou tem, sei lá.
Já que começamos por uma pegada cosmológica, encerro voltando ao tema, mais especificamente ao filme Interestelar. Talvez Christopher Nolan esteja certo: o amor é a arma para quebrar a configuração do espaço-tempo. Ou talvez valha mesmo a sabedoria popular: se o dinheiro não entra pela porta, o amor voa pela janela.
Na dúvida, venha para o Projeto Renda, mesmo que você ame só o seu bolso.