“No dia em que você puder dizer tudo o que pensa,
os descendentes dos seus descendentes já terão envelhecido.
Estamos na idade do segredo e do medo, você deve ter dois semblantes,
mostrar um para a multidão e outro para si mesmo.”
— Amin Maalouf
A Empiricus é publicamente reconhecida por falar exatamente o que pensa.
Em um mundo no qual os influenciadores digitais escolhem apenas seus melhores momentos para mostrar no Instagram, ser quem você é e falar o que você pensa são atitudes que escapam completamente à trivialidade.
Surpresos pelo fato de realmente existirmos como seres comuns, que fazem coisas comuns, nossos fãs nos encontram nos aeroportos, padarias e academias. Educadamente, pedem licença para saber o que estamos matutando naquele momento.
Tenho medo desta palavra: fãs.
Nunca entendemos os leitores da Empiricus como fãs, e muito menos como seguidores. No dia em que isso mudar, então teremos encontrado o nosso último dia.
Ouço alguém, lá fora, fazer uma oferta irrecusável: “Me traga 100 mil seguidores e eu te assino, na hora, um cheque de R$ 10 milhões”.
CAC na ponta da língua, trocando cifras por almas virgens, e almas cansadas por mais cifras.
Os 439.406 assinantes que acompanham o nosso trabalho não são fãs, não são seguidores e, definitivamente, não são CACs. São pessoas de verdade, que simplesmente compartilham duas características conosco:
(i) Mais do que ganhar dinheiro, elas gostam de pensar sobre o dinheiro e sobre todas as suas demais implicações, nos variados palcos da vida.
(ii) Elas também ficam confortáveis ao mostrar quem são e falar o que pensam, e não se sentem intimidadas por fazer algo que outros não fazem, desde que julguem que aquilo é o correto a se fazer.
Há quem as chame de rebeldes, o que faz com que sejamos nós os rebeldes também.
Não seria um contrassenso, já que nosso trabalho, como analistas, é justamente o trabalho de interpretar a rebeldia dos ativos financeiros.
Desde que nasceram gauches, esses ativos teimam em negociar a preços muito diferentes de seus valores justos.
E, quando surgem as pandemias e as guerras, eles escolhem apenas seus piores momentos para mostrar na tela de cotações.
Essa é a hora de comprar.
Quem ama o bonito, feio lhe parece.