Day One

Intervenção: Precisamos falar sobre (sua) previdência

“Parabéns! Você está na frente da imensa maioria da população brasileira no quesito planejamento financeiro […]”.

Por Alexandre Costa

10 jun 2022, 10:50 - atualizado em 10 jun 2022, 10:50

Investidores em reunião
Fonte: FreePick

Gostaria de falar com você que já possui uma previdência privada.

Parabéns! Você está na frente da imensa maioria da população brasileira no quesito planejamento financeiro.

Em pesquisa realizada pela Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), entre novembro e dezembro de 2021, avaliou-se que somente 12% dos entrevistados em diferentes regiões do Brasil têm ou já tiveram uma previdência privada.

Mas talvez você tenha um fundo de previdência de ações, por exemplo, que esteja no vermelho.

Afinal, o ano de 2022 tem sido bastante atípico – e essa expressão tem ficado muito comum desde a pandemia, o que me faz pensar se o atípico já não é o “novo normal”.

Conflitos internacionais, inflação, novas ondas do coronavírus, clima de tensão e incerteza global.

Eu sei, está difícil.

Não te culpo por se desesperar. Ver parte de seus investimentos caindo 30%, 40% e ter vontade de sacar todos os dias. Estamos no mesmo barco.

Preciso te lembrar, entretanto, que algumas decisões tomadas por impulso não podem ser desfeitas.

Uma delas tem relação com a previdência.

Os últimos dados da Anbima do fechamento de maio indicam que, no mês, todas as classes de fundos de investimento terminaram com captação líquida negativa (ou seja, mais resgates do que aplicações), com exceção dos FIPs.

No ano, em fundos de previdência multimercados e de ações, houve movimentação em mais de R$ 23 bilhões no saldo aplicado, com a maior parte indo para fundos de previdência de renda fixa.

O mais relevante é que, no geral, houve uma saída de R$ 5 bilhões em fundos de previdência. São pessoas resgatando de suas aposentadorias.

Será mesmo que todos eles estão se aposentando agora e resgatando para pagarem seus custos mensais?

Ou será que é um receio generalizado do momento atual de mercado?

O segundo ponto é justamente o mais preocupante: muitos investidores saem por medo.

Destroem seus planos, seu futuro, sua aposentadoria… por impulso.

Resgatam seu PGBL com tabela regressiva em menos de 2 anos de contribuição (pagando 35% de IR sobre todo o valor) no primeiro sinal de desvalorização no curto prazo – este que é um investimento com foco justamente no longo prazo.

Se esse é o seu caso, você muito provavelmente está cometendo um erro.

Além de ter entregado um caminhão de dinheiro em impostos para o governo, você reduziu o seu patrimônio consideravelmente e provavelmente está perdendo a chance de uma possível retomada do mercado daqui pra frente.

A assimetria dos investimentos – em que a perda máxima é limitada a 100% e o potencial de ganhos é infinito – é o principal fator que trabalha a favor do investidor, aliado aos juros compostos.

É claro que esse será um caminho cheio de pedras, mas, com um calçado resistente e um equipamento adequado, chegaremos lá.

Os fundos de previdência são um jogo de longuíssimo prazo.

E se eles permitem o IR mais baixo de toda a indústria – 10% na tabela regressiva –, também impõe o mais alto diante de uma decisão ruim, como você deve ter reparado.

Felizmente, é uma minoria que tem cometido esse erro gravíssimo. Talvez você esteja entre os 88% que ainda não têm previdência.

Se me permite, falo com você agora.

Olha, você está deixando um baita dinheiro na mesa.

Você pode não conhecer muito bem os benefícios da previdência e pode achar que estaria se arriscando em algo que não entende. E está tudo bem.

Afinal mais da metade das pessoas entrevistadas em 2021, na mesma pesquisa anterior da FenaPrevi, também sequer conhecia sobre o assunto:

Fonte: FenaPrevi, nov-dez de 2021

E nós da equipe Os Melhores Fundos de Investimento estamos aqui justamente para mudar isso.

Quero te dizer que o fato de você não ter uma previdência faz com que você esteja arriscando todos os dias o seu futuro e o de sua família.

Ou você acredita que a previdência social (INSS) será o suficiente para uma aposentadoria tranquila?

Ainda que você contribuísse com o teto durante toda a vida (o que é raro), nos valores de 2022 você receberia no máximo R$ 7.087,22 ao mês.

Parece suficiente?

Lembre-se de colocar na conta os gastos adicionais com saúde, transporte, alimentação e outras questões particulares a uma idade mais avançada. É natural, e amplamente esperado, que nosso custo de vida aumente.

Além disso, à medida que construímos nosso patrimônio, buscamos sempre melhorar a nossa qualidade de vida, seja com alimentação e lazeres mais caros, ou a própria moradia em um lugar melhor, o que também tende a encarecer esse custo.

Se ainda assim você pensa que a previdência não é para você, quero te contar um segredo.

A previdência é para todo mundo. Sem exceção.

Não importa seu momento de vida, sua idade, seu patrimônio.

Talvez ela seja o instrumento de construção de riqueza e planejamento financeiro mais democrático (e útil) que existe.

E por que acredito que isso seja um segredo?

Bem, é a única explicação coerente para a grande maioria dos brasileiros ainda não ter o investimento mais importante após a reserva de emergência.

Recentemente, separei seis desculpas que já escutei de pessoas próximas e clientes ao longo da minha vida profissional sobre ainda não terem uma previdência.

Talvez você se identifique com alguma delas:

1. “Até sobra algum dinheiro no fim do mês, mas não consigo dedicar à previdência.”

Existem opções em que já é possível começar a partir de R$ 100. É preciso definir uma meta e ser religioso quanto a ela. Não tem “fica para o mês que vem”. Deve ser um “pagamento” obrigatório, para si mesmo, seu “eu do futuro”. Um investimento na própria tranquilidade (e liberdade) lá na frente, para que seja possível descansar aos 60 e não ser obrigado a trabalhar aos 80 (a não ser que seja um desejo).

2. “Já ouvi falar disso, mas não me aprofundei e não tenho tempo para estudar e procurar um fundo adequado ao meu perfil.”

Sem problemas, a análise e o acompanhamento dos fundos e gestores ficam por nossa conta. Esse pequeno tempo gasto para preparar o solo para o futuro será um tempo livre infinitamente maior lá na frente.

3. “Então… é que já estou próximo de me aposentar, então para mim não faz sentido.”

Esse é um engano comum. A previdência é também uma excelente ferramenta de planejamento sucessório.

Em um momento de luto, ela pode trazer conforto para que os familiares possam passar por essa situação difícil. Como a previdência não passa por inventário e vai direto (e em tempo hábil) para o beneficiário escolhido ao contratar o plano, ela se torna um porto seguro.

Vale lembrar também que, em alguns estados, não incide o ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação), especialmente o VGBL – o mais indicado para esse objetivo –, o que confere um valor adicional para a família.

4. “Sou muito novo para já pensar nisso agora. Posso deixar mais para frente.”

O fato de ser jovem é excelente! Com o tempo a favor, o potencial de ganhos é ainda maior, pois o efeito dos juros compostos é exponencial.

É uma ótima estratégia para os novos papais, inclusive, colocarem um dinheiro todos os meses para o seu recém-nascido, seja para a faculdade no futuro ou para uma renda extra em um momento em que ele estará se preparando para a vida.

5. “Previdência é para um prazo muito longo, não é? Não quero me comprometer com um único fundo por tanto tempo.”

Sem problemas! Uma das belezas da previdência é justamente a portabilidade, ou seja, a possibilidade de trocar de fundo sem precisar resgatar o dinheiro (o que faria com que o investidor pagasse IR e perdesse o tempo de contribuição).

Por exemplo, demonstramos no início do ano em nossa atualização do relatório sobre os 150 piores fundos dos bancões que a gigantesca maioria deles perde para o CDI — o mínimo que um fundo conservador deveria superar —, com mais de R$ 450 bilhões de patrimônio dos investidores nesses fundos, cerca de 45% do total investido em previdência.

Assim, com o benefício da portabilidade, todos esses investidores podem simplesmente sair desses fundos! Não há compromisso e o máximo que acontecerá é o gerente ficar chateado.

Aliás, quero deixar o relatório completo aqui de presente pra você, assim você pode ver se está nessa furada e sair o quanto antes dela.

6. “Eu não faço declaração completa, então não serve para mim.”

Espera aí… quem disse que precisa fazer a declaração completa, todos os anos, para ter uma previdência?

Essa é uma confusão comum, na verdade, relacionada ao benefício fiscal oferecido pelo PGBL, que permite o abatimento de até 12% da renda tributável anual, ou seja, adiando o pagamento do Imposto de Renda sobre esse valor hoje para pagar somente no futuro.

De fato, é necessário fazer a declaração completa para usar esse benefício, mas é aí que está o segredo: mesmo que você ainda não faça, talvez adicionar o PGBL na conta das deduções seja justamente o que te torne elegível à declaração completa, pois terá uma restituição maior do que na simplificada. É mais dinheiro no bolso hoje (e na previdência, bem guardado para a aposentadoria).

Aliás, essa para mim é a maior mamata do mercado financeiro. Troca-se um IR de 27,5% hoje para um de 10% daqui a 10 anos, na tabela regressiva (e sem come-cotas). O efeito dos juros compostos aqui é surreal.

O gráfico abaixo mostra bem como a união desses benefícios potencializa os fundos de previdência, especialmente no caso do PGBL regressivo:

Uma das grandes perguntas que também recebemos é qual é a melhor forma de usar a previdência na aposentadoria.

Basicamente, você pode manter o seu dinheiro lá, rendendo, e resgatando quando quiser usar — lembrando da carência de 60 dias entre cada resgate.

Ou você pode converter em renda e a seguradora se compromete a pagar uma renda mensal para você de forma vitalícia (ou até um prazo que você determinou).

Também é algo caso a caso, mas acredito que para a maioria das pessoas o mais interessante seja organizar seus próprios resgates – é o que pretendo fazer quando estiver na melhor idade.

Essas são algumas das perguntas mais frequentes que nós da equipe Os Melhores Fundos de Investimento recebemos dos nossos assinantes.

Nosso trabalho é justamente te ajudar nessa jornada, construindo hoje a sua liberdade de amanhã.

Conte conosco.

Um abraço,

Sobre o autor

Alexandre Costa

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