Day One

Marcas da independência: Vitreo agora é Empiricus Investimentos

“Em dois dias, comemoramos 200 anos da independência brasileira […]”.

Por Felipe Miranda

05 set 2022, 08:11 - atualizado em 05 set 2022, 08:12

Bem Vindo à Empiricus Investimentos
Fonte: Empiricus Investimentos

“Eles, pelo contrário, eram todos embotados e 
parecidos entre si, como carneiros de um rebanho”

Fiódor  Dostoiévsky
 
“Like a river flows
Surely to the sea
Darling, so it goes
Some things are meant to be”

Elvis Presley

 
Em dois dias, comemoramos 200 anos da independência brasileira. 
 
Ok, ok, você tem razão. Não foi assim “aqueeela” independência. Rompemos formalmente com a coroa para continuar com um Imperador português. Nada de revolução, grande ruptura, guilhotina. Ficou pra gente uma dívida em libras esterlinas, por termos, sei lá, cometido algum pecado não devidamente tipificado. Bom, tudo mais ou menos daquele nosso jeitão. Uma mudança sem grandes transformações políticas ou sociais, naquela complacência macunaímica de sempre.
 
Surgia um estado-nação ainda sem valores identitários muito claros, preservando velhas instituições, formais e informais, valorizando os mesmos amigos do rei de sempre (sim, as corporações ainda estão aí capturando o Estado para si), em busca de algo que podia distinguir-lhe do restante do mundo, além da mera visão do paraíso a ser gozado pelo explorador estrangeiro, cuja “mãe Europa” havia lhe sido interditada por falta de perspectiva.
 
Com suas nuances e idiossincrasias, houve avanços, claro. Além da preservação integral do território diante de ebulições regionais, era como se aquilo fosse a representação pragmática e concreta dos valores do Iluminismo chegando por aqui. A independência, a liberdade e, quase tangencialmente, o liberalismo, com suas forças do livre mercado e da valorização do indivíduo, sendo exaltados. Em alguma medida, esses ideais viriam a se expressar formalmente na Constituição de 1824. 
 
Como propôs Eduardo Giannetti em “Trópicos Utópicos”, ou mesmo naquela pergunta ao Caetano no Roda Viva, talvez o Brasil tenha algo a oferecer ao mundo: há uma riqueza possivelmente única na combinação desta “vitalidade iorubá” com herança da civilização ocidental europeia que nos distingue do resto. Ele voltou a reforçar essa nossa diferenciação em lindo discurso na Academia Brasileira de Letras há poucos dias. Giannetti, pra mim, sempre foi imortal.
 
Que o bicentenário da independência nos sirva apenas de reflexão: queremos ser independentes de quê? De quem? E como?
 
A liberdade individual e as questões identitárias estão na gênese da nossa Empresa. Sextus Empiricus escreveu “Contra os professores”, uma defesa da sua própria caracterização, cético contra um rebanho de crenças, valores e vestimentas idênticas, ditadas por terceiros cagadores de regra, que servem apenas para formar um grupo e afastar-lhe da verdade. Melhor errar com todo mundo do que estar certo sozinho.
 
A Empiricus tem sua identidade muito bem definida. Ela é única, verdadeira, distinta do resto. Veja: não é melhor, nem pior. Apenas é, à sua maneira. Podemos olhar em volta. Não há nada parecido. Sinceramente, acho que nunca haverá.
 
Acreditamos em algumas coisas fundamentais.
 
A primeira delas é que o verdadeiro valor dos investimentos para as pessoas físicas deriva de uma boa ideia. E, óbvio, boas ideias não surgem do nada. O mercado é um ambiente pelo qual circula muito dinheiro. Ele atrai as melhores pessoas, a melhor tecnologia e os melhores processos. É um verdadeiro campeonato de Fórmula 1. Você só vai conseguir ter boas ideias de investimento a partir de muita pesquisa, que envolve uma equipe grande, técnica, focada e bem remunerada. Escala importa. O resto é mais ou menos replicável. Agora, identificar uma boa oportunidade de investimento e transmiti-la adequadamente para o investidor… ah, isso é único, porque, em grande medida, envolve conhecimento tácito, por definição não transmissível e não formalizável. Por exemplo, o Luis Stuhlberger só é tão brilhante e diferenciado porque não há como cloná-lo. Existe algo único ali. O resto é commodity. E, como você sabe, commodity negocia a múltiplo baixo, tem pouco valor.
 
Uma segunda coisa importante é que valorizamos, de fato, o indivíduo e a liberdade de cada um. Tratamos o investidor pessoa física como adultos, entendendo que, respeitado seu perfil de risco e suas necessidades, ele pode muito mais do que os PICs, os CDBs dos bancões, os fundos aguados, a eterna prisão em ativos conservadores, excessivamente ortodoxos e dentro da caixa. Em um ambiente muito competitivo, é evidente que retornos acima da média não virão dessas alternativas. Temos o privilégio de ler o jornal de amanhã olhando para os EUA. Os grandes retornos por lá estão hoje no private equity, nos ilíquidos, nos alternativos.  Por que não podemos, com o devido trabalho educacional, levar ao investidor pessoa física produtos tão bons quanto aqueles anteriormente restritos aos institucionais? Que mercado é esse que atribui essa superioridade moral e intelectual dos últimos sobre os primeiros? Numa atitude ensimesmada, é como se ele falasse: os melhores produtos pertencem só a nós mesmos! Para o leigo, não.  Aquela velha história: aos inimigos, a lei!
 
Uma terceira questão relevante se refere aos custos de transação. Vamos pensar num sujeito de renda mensal de R$ 7,5 mil. Para os padrões brasileiros, é alto, certo? Acima da média. Não estamos falando dos almoços no Trattoria Fasano. Pensa na média nacional. Esse cara consegue poupar quanto por mês? Mil reais? Se tiver filho, azedou. Mas vamos com mil. Faz a TED e paga R$ 10. Dai outros R$ 10 de custódia. Mas uma corretagem de R$ 20. Largou de -4%! É uma aberração. No longo prazo, faz uma diferença enorme. Não era à toa que John Bogle insistia tanto em minimizar os custos de suas operações e seus investimentos. Não dá mais pra pagar 2 com 20 em fundos de investimentos. Corretagem, emolumento, custódia. E o pior: as taxas de estruturação e distribuição, aquelas não vistas pelo investidor, são as maiores, aviltantes. O que os olhos não veem o bolso sente igual. Não adianta não pagar R$ 10 da TED porque você insiste em fazer por PIX, mas aceita, de maneira velada e não-transparente, pagar 8% de fee sem ver num COE do seu agente autônomo favorito.
 
Isso nos leva ao quarto ponto: só acreditamos em modelos alinhados ao cliente. Não se trata de algo pessoal. Pessoas respondem a incentivos. Ensinamento básico do livro-texto de Economia e pilar clássico do sistema capitalista. Sem uma estrutura de incentivos adequada, nada feito. A verdade é que, ao melhor estilo Goebbels, há anos está sendo repetida uma mentira sobre uma suposta evolução do modelo de distribuição de produtos financeiros. O discurso “do bem” é que havia o malvado gerente do banco, que só podia vender os produtos daquela instituição. Ele tinha metas a cumprir por produtos (no passado; isso já mudou e as metas costumam ser por captação agregada nos bancos) e, para cumpri-las, saía enfiando produto ruim no cliente. Não era culpa dele, coitado. O sujeito tinha bocas a alimentar e boletos pra pagar. Então, veio a “grande disrupção” com o modelo de agente autônomo. A partir da plataforma aberta, o distribuidor (vendedor) poderia oferecer também produtos de outras instituições. Ok, isso é legal. Mas, conforme nos ensina Persio Arida, nem todo embate dialético em economia é definido por superação positiva. Ou seja, nem sempre ganha o melhor modelo. 
 
Vendo de perto como essa coisa funciona, cheguei à conclusão de que a estrutura de incentivo dada ao gerente do banco era superior à feita hoje para os agentes autônomos. Fundamento: o gerente recebia um salário razoável, trabalhava numa instituição renomada, tinha alguma segurança e estabilidade. Se ele bate suas metas, ganha um pouco a mais no semestre ou no ano, mas não passa fome caso contrário. O agente autônomo ganha salário ou pró-labore de fome e o grosso da sua remuneração vem da capacidade de distribuição dos produtos financeiros. Ou seja, ele ganha muito mal caso venda pouco ou venda produtos de margem baixa pra ele. E ganha muito bem caso empurre produtos de taxa gorda. É a diferença entre a miséria e a riqueza do camarada. Não por coincidência, em alguns escritórios de agentes autônomos, as reuniões semanais não são de cenário macro ou microeconômico, que poderiam resultar em bons produtos para os clientes; mas, sim, orientadas pelo ROA (retorno sobre o ativo, ou taxa cobrada do cliente). É o ROA — e não outra coisa — que define o “cardápio do dia”. Verdades inconvenientes.
 
Hoje, dia 5 de setembro de 2022, é um marco na nossa história. Conseguimos formalmente juntar cada um desses quatro pontos. 
 
A Vitreo passa a se chamar Empiricus Investimentos, com grandes vantagens e benefícios ao investidor, numa plataforma absolutamente única e voltada ao real interesse da pessoa física. Vai ficar claro a seguir.
 
Há 13 anos, fundamos a Empiricus Research. Foi a criação não apenas de uma empresa, mas de toda uma indústria voltada a orientação de investidores pessoas físicas. A crítica era consensual: “não tem espaço para um research voltado para pessoas físicas no Brasil.” Com muita sorte e trabalho, chegamos a mais de 400 mil famílias como clientes.
 
Bom, depois seria impossível fazer isso com qualidade. Temos mais de 30 analistas, uma equipe muito técnica e com alguns dos melhores resultados da indústria em longo prazo. Tudo publicado e comprovado. 
 
Então, tivemos a ideia de acoplar a esse Research também a execução dessas boas sugestões de investimento, de forma simples, acessível, barata e com a melhor tecnologia possível, num modelo aliando ao cliente, sem a figura do agente autônomo, a real desintermediação da cadeia. Também ali as críticas foram de toda a sorte, num modelo hoje copiado (ou que tenta ser copiado) à risca por boa parte daqueles que criticaram lá atrás — e tudo bem. A verdade é filha do tempo.
 
Pensamos na ideia da “Empiricus Gestora” e na “Empiricus DTVM” e as batizamos de Vitreo, em referência à transparência, porque não poderíamos aceitar os produtos ruins e as taxas caras cobradas dos clientes, num discurso falso do bem.
 
Ainda que a rosa tenha o mesmo cheiro caso receba outro nome, não há como escapar de si mesmo. Como um rio que corre para o mar, o nome da Vitreo haveria mesmo de ser Empiricus Investimentos, tal como ela passa a se chamar hoje, num grande encontro consigo mesmo.
 
Colhemos assim todos os benefícios de uma marca única, com brand equity reconhecido e ressonância nos investidores. 
 
Não é apenas um efeito cosmético. Como não deixaria de ser, o movimento envolve também benefícios diretos, imediatos e tangíveis ao investidor.
 
A partir do research da Empiricus, que segue 100% independente, técnico, provocador (no sentido de que provoca as melhores ideias), com escala e o maior acesso institucional possível (sim, isso importa!), podemos voltar ao ponto 1 dos nossos pilares fundamentais: o investidor terá acesso às melhores recomendações do mercado. Isso gera valor. E o cliente da plataforma Empiricus Investimentos (ex-Vitreo) terá vantagens únicas a esse respeito. Se você ainda não é cliente, fica aqui o convite.
 
É também por meio da plataforma que podemos trazer produtos diferenciados, às vezes exóticos, ilíquidos, alternativos, para o investidor. Essas ideias diferenciadas e fora da caixa pertencem à natureza constitutiva da Empiricus, transbordada para a execução também. Temos fundos alternativos e temáticos exclusivos na Empiricus Investimentos, além de sermos a única DTVM a distribuir precatórios, algo com uma rentabilidade muito convidativa e que tem recebido grande interesse e apetite dos investidores, todos muito satisfeitos com o produto (nesta semana, já vem algo novo ai e vale aproveitar). Queremos trazer outras novidades nessa direção.
 
Penetramos ainda mais na concepção de baixos custos de transação. A Empiricus Investimentos é única ao não-cobrar corretagem, ter o modelo de cash back sem conflito, garantindo recomendações isentas e maior rentabilidade final para o investidor, ter fundos com taxas de administração e performance inferiores à média do mercado.
 
Tudo isso num modelo alinhado ao cliente, com a devida estrutura de incentivos. Não há gerente de banco nem agente autônomo aqui. Quem fala com o investidor é um especialista, um analista ou alguém capaz de produzir carteiras de investimento a partir de uma visão técnica. Um modelo de CLT para essas pessoas, que não ganham a partir de um ROA maior ou menor, como se faz por aí. Confesso estar surpreso com a estupenda qualidade da equipe de assessoria montada pela Gabriela Lopes e pelo Caio Maia, em tão pouco tempo. Se você tem mais de R$ 300 mil para investir e gostaria de ter um assessor de investimento entre os melhores de mercado olhando individualmente para sua carteira, cadastre-se neste link. Tenho certeza de que você vai se surpreender como eu.
 
Não ter a figura do agente autônomo ou do gerente do banco no processo é absolutamente transformacional. Primeiro porque isso é a real desintermediação do sistema. Se a corretora não tem que dividir sua receita com o agente autônomo, ela não precisa cobrar tanto do cliente, porque fica tudo pra ela. Melhor pro cliente, que paga menos e lucra mais. Não subestime o quanto você paga taxas sem ver para as instituições financeiras, seus gerentes e seus AAIs. Além disso, você não pode colocar alguém que ganha comissão mediante o ROA de cada produto para falar com o cliente. É evidente que ele vai estar conflitado no sentido de empurrar o produto de maior ROA — não é uma questão pessoal; todos nós, sentados naquela cadeira, faríamos rigorosamente a mesma coisa. O vendedor de carro de luxo vai sempre dizer que aquele automóvel é perfeito pra você. É a estrutura de incentivo que importa. E por isso a estrutura é diferente na Empiricus Investimentos.
 
Já escrevi algumas vezes que um homem não pode fugir de si mesmo. Empresas também não podem. No fim do dia, é a mesma coisa. Estamos mudando porque somos os mesmos. Mick Jagger é cavaleiro da coroa britânica, mas continua o mesmo roqueiro de sempre (além de ter um belo Family office). Como exemplo de obediência aos próprios ancestrais, a partir de amanhã o Day One muda de cara e passa a ser Mercado em 5 Minutos. Era nossa primeira newsletter. Ela está de volta, mais quente do que nunca.
 
Seja muito bem-vindo à Empiricus Investimentos. Este link explica cada detalhe da mudança de marca. Não há qualquer prejuízo, empecilho ou necessidade adicional para os atuais clientes da Vitreo. Ela apenas mudou de nome e ficou melhor, com uma série de vantagens e benefícios pra você.

Sobre o autor

Felipe Miranda

CIO e estrategista-chefe da Empiricus, é ex-professor da FGV e autor da newsletter Day One, atualmente recebida por cerca de 1 milhão de leitores.