Imagine-se vivendo em 1960, em Liverpool, na Inglaterra. Como bom fã de rock, você é assíduo frequentador de uma das principais casas noturnas focadas no estilo, o Cavern Club.
No dia 9 de fevereiro de 1961, você está na casa noturna e vê uma banda novata entrar no palco. A música te marca profundamente, é paixão à primeira clave.
Foto do palco do Cavern Club | Reprodução/Shutterstock
Após se apaixonar pela música, você decide conhecer a banda melhor e, como você está em uma balada, nada te impede de conversar com seus membros, John Lennon, Paul McCartney, George Harrison, Stuart Sutcliffe e Pete Best.
Os shows acontecem sempre na sua cidade e os preços são acessíveis, o que te permite conversar com o grupo sobre suas histórias, inspirações e músicas. Como bom fã, você conta para todos os seus amigos sobre essa nova banda chamada The Beatles.
Dois anos se passam. Durante esse tempo você testemunha a saída de Stuart e Pete, a entrada de Ringo Starr, a assinatura do contrato deles com o empresário Brian Epstein e, finalmente, em outubro de 1962, o primeiro sucesso amplamente conhecido, o single “Love Me Do”.
Seus músicos favoritos começam a aparecer na televisão e no rádio com cada vez mais frequência. E seus amigos, que não deram atenção a sua sugestão nos últimos anos, vivem sugerindo os Beatles como se fosse novidade.
Seu amor pela banda continua, mas a facilidade de vê-los tocar ao vivo cai drasticamente. O oposto do preço dos shows, que sobe em uma velocidade ainda mais assombrosa. Até que em 1964 o single que conquistou a Inglaterra alcança os EUA com sucesso ainda mais explosivo. Com shows pelo mundo, suas chances de assistir a sua banda favorita ao vivo ficam cada vez mais remotas.
Se você teve sorte de se tornar próximo de algum deles, certamente a intimidade, profundidade e frequência das conversas vão cair. Você aproveitou bons anos com apresentações baratas e uma proximidade invejável, agora restam memórias de um passado memorável e a certeza que temos hoje, na minha opinião, de que, 60 anos depois, os Beatles continuam sendo uma das melhores bandas da história.
O mesmo pode ser dito dos grandes gestores de fundos. Muitos começam pequenos e continuam assim por alguns anos até que mostrem resultado. Com um retorno que costumava ser maior que a média da indústria, de acordo com um artigo de 2016 feito pelos executivos da Spring Mountain Capital, gestora americana com mais de US$ 700 milhões sob gestão.
Para eles, o motivo é que, à medida que os fundos aumentam de tamanho, passam a possuir posições cada vez menores em ativos menos líquidos. Justamente de onde vinham seus ganhos mais expressivos.
Outra vantagem de se aproximar de gestores quando estão no começo é a proximidade. Eles querem crescer e por isso vão dedicar mais tempo e energia aos papos com você. Uma vez que te conquistaram, cria-se um relacionamento próximo, que pode permitir no futuro uma abertura maior para conversas e pedidos especiais, como uma versão mais apimentada do fundo.
A indústria hoje tem vários gestores excepcionais com históricos longos, mas o mercado é implacável e, assim como no mundo musical, em que uma banda consagrada continuará sendo incrível, mas não mais será o hit do momento, em fundos, um gestor ganhador nos últimos dez anos pode não ser aquele de maior performance nos próximos dez.
Portanto, a busca pelos gestores que podem se tornar os melhores da próxima década é tão ou mais importante que a busca pelos melhores de hoje.
Pensando nisso decidimos inaugurar um novo conceito para nossa incubadora de fundos. Antes estes ficavam seis meses na incubadora para um acompanhamento e para criar um relacionamento mais próximo.
Agora, são elegíveis as novas estratégias e fundos que tenham no máximo dois anos de histórico (ou três no caso dos de ações). Feito esse filtro inicial, realizamos uma diligência qualitativa minuciosa e, se aprovados, os fundos são direcionados para nossa incubadora, onde podem permanecer até completarem três anos (cinco no caso dos de ações) de existência.
Aproveitamos o novo conceito e também lançamos a carteira Melhores Fundos Novas Ideias, reunindo os nove fundos sugeridos da incubadora nesse novo formato. Uma carteira com os gestores mais promissores da indústria.
A Vitreo resolveu entrar no barco e replicar a carteira em um fundo chamado FoF Melhores Fundos Novas Ideias, com taxa de 0,75% de administração, 10% de performance sobre o excesso do CDI e aplicação mínima de R$ 1.000. Facilitando muito para qualquer pessoa replicar a nossa sugestão de ter no máximo 10% do seu patrimônio nessa carteira.
Se você quiser saber quem são os candidatos a se tornarem os próximos Beatles do mercado de fundos, dá uma espiadinha na nossa última publicação na série Os Melhores Fundos de Investimento.
Um grande abraço,
Bruno Marchesano