“Este é o ano de XXX!”.
Pode parametrizar como quiser – o problema não estará no parâmetro em si, mas sim na arquitetura da proposição.
Sim, tem apelo midiático, e parece prático demais colocar todas as suas fichas na classe de ativos queridinha do momento.
Na prática, porém, como diz meu amigo Felipe Miranda, “este trade é muito óbvio para dar certo”.
Vamos voltar um pouco no tempo.
Durante boa parte de 2023, não havia decisão mais óbvia do que sentar em cima da renda fixa.
E nós mesmos concordamos com isso.
No entanto, sempre fizemos questão de frisar que renda fixa e renda variável não são classes mutuamente excludentes. É perfeitamente possível ganhar dinheiro tendo um pé em cada canoa.
Não tem essa de “a renda fixa morreu” ou “bolsa é só pra quem gosta de sofrer”.
Como evidência, estamos encerrando 2023 com um IFIX de +12%, um CDI de +13% e uma alta de 20% para o IBOV.
Todas as principais séries da Empiricus estão conseguindo bater seus benchmarks no ano, graças à ausência de dogmas de partida.
Voltando de novo no tempo, é fácil lembrar que 2023 era o ano para ficar comprado em petróleo e vendido em bitcoin.
Pois bem, o bitcoin sobe +160% year to date, enquanto o petróleo cai -14%.
Conforme pontuou o Matheus no M5M, “o bitcoin foi declarado morto em 474 ocasiões ao longo de sua história, inclusive sete vezes em 2023, um ano notavelmente positivo até agora”.
Quando enterramos uma pessoa viva, ela abre o caixão e vai até nossas casas, na calada da noite, para se vingar.
Mas não tenha medo: aqui na Empiricus, não vamos enterrar ninguém, nem vamos eleger um vencedor absoluto.
Nesta iminência de 2024, desconfie das frases de efeito, das manchetes prenunciando um destino escolhido para o ano que vai nascer.
O vencedor de 2024 tem que ser você, o investidor, e não um parâmetro “XXX”.
Vencer nem sempre significa tomar todos os riscos que vêm perigosamente lastreados ao topo do pódio.
Vencer pode ser simplesmente terminar o ano melhor do que começou.