A pergunta mais feita ao se estudar valuation é:
Qual seria o diferencial competitivo de determinada empresa?
Como de praxe nas perguntas frequentes, existem muitas variações para um mesmo tipo de questionamento.
Quais são as barreiras à entrada?
Quais são os prêmios pagos? Os alfas esperados? Os corações arrasados?
Porque, no fim das contas, a empresa diferenciada possui uma lista de pretendentes poucos e seletos.
À medida que se valoriza, um número menor de investidores consegue alcançá-la — ou, dito de outra forma, novos investidores conseguem alcançar pedaços cada vez menores dela.
Cumpre, portanto, garantir boa fatia antes que ela venha a se valorizar.
E como saberemos?
Como saberão os caga-regras?
Analistas e gestores trabalham com comparações.
Um “diferencial competitivo” pressupõe a capacidade de comparação com os pares, ainda que seja uma comparação contemplada do alto de um patamar superlativo.
Mas, veja, não é bem esse o caso para empresas verdadeiramente avantajadas, cujo diferencial, elevado à enésima potência, implica a unicidade.
Não lhe parece estranho que o acrônimo MANGAM pressuponha um conjunto com características semelhantes entre si e — supostamente — comparáveis?
Meta.
Amazon.
Netflix.
Google.
Apple.
Microsoft.
De parecido mesmo entre elas só há o renome.
São todas digitais, competem entre si por intersecções, ok, eu admito. Mas suas diferenças se destacam naturalmente, pois são únicas. Não é como o dérbi entre Bradesco e Itaú.
Isso posto, sugiro inverter a pergunta.
Qual seria a empresa sem diferencial competitivo?
Zero diferencial, porque não precisa dele.
Diferenciam-se os iguais.
Já os diferentes não se comparam.
Os diferentes só cabem juntos em acrônimos de léxico pobre, cujos caracteres são convenientemente emprestados da primeira letra de cada nome.