Caro leitor,
No último domingo, tivemos a grande final da liga profissional de futebol americano, o Super Bowl LVI.
Na disputa para saber quem seria o melhor time da temporada, quem levou a melhor foi o Los Angeles Rams, que venceu o Cincinnati Bengals nos minutos finais por 23 a 20, conquistando pela segunda vez o campeonato mais popular na terra do Tio Sam.
Para ter uma ideia da dimensão do negócio, a audiência média (considerando tanto TV como serviço de streaming) foi de 112,3 milhões de espectadores, ficando atrás apenas da final de 2015, quando ultrapassou a marca de 114 milhões — a vitória do New England Patriots sobre o Seattle Seahawks é, até hoje, o evento mais assistido da história da TV americana.
Não à toa, as empresas veem no jogo uma oportunidade única de colocar as suas marcas em evidência, buscando espaços de propaganda para divulgar seus produtos e serviços.
Mas isso não é nem um pouco barato: para obter 30 segundos de tempo de TV neste ano, os anunciantes teriam que estar dispostos a pagar a bagatela de US$ 6,5 milhões, um recorde. Como comparação, o mesmo tempo para publicidade em horário nobre com abrangência nacional custa em média US$ 115 mil, de acordo com dados da Nielsen Media Research.
Ou seja, aqueles que decidiram abrir a carteira para se expor a milhares de potenciais consumidores têm que estar muito convictos de que os produtos e serviços mostrados são relevantes para seus negócios. Nesse quesito, a indústria automobilística chamou atenção.
Dos sete modelos anunciados no domingo, seis eram de veículos elétricos. Apesar do domínio de marcas conhecidas, como GM, Toyota e Kia, até mesmo a startup Polestar aproveitou a onda para apresentar seu novo modelo Polestar 2 ao grande público.
E não estamos falando de produções simples, apenas mostrando o veículo e suas especificidades. A BMW contratou nada mais, nada menos do que as estrelas globais Arnold Schwarzenegger e Salma Hayek para divulgar o seu modelo iX.
Apesar desses gastos enormes com publicidade, a participação desses modelos ainda é pequena em relação ao mercado total. Segundo a consultoria Canalys, em 2021 apenas 9% do total de veículos de passageiros no mundo inteiro eram elétricos.
Só que é possível ver o interesse cada vez maior dos usuários por esse tipo de veículo. No ano passado, foram vendidos 6,5 milhões de veículos elétricos e híbridos, um crescimento de 109% na comparação com 2020. Já o mercado global de carros de passeio apresentou um aumento de apenas 4% em relação ao ano anterior.
Analisando por regiões, entretanto, os Estados Unidos ainda estão muito distantes dos mercados chinês e europeu. Enquanto no gigante asiático foram vendidos 3,2 milhões de veículos elétricos no ano passado e na Europa, 2,3 milhões, as vendas nos EUA foram de somente 535 mil unidades — ou 4% dos novos carros vendidos em 2021.
A Tesla, do bilionário Elon Musk, segue sendo a principal empresa do segmento, representando cerca de 60% das vendas nos EUA e com uma participação de 14% no mercado global. Em segundo lugar vem a alemã Volkswagen, com um market share de 12%.
Só que a dinâmica atual dos mercados, em que vem aumentando semana após semana a expectativa para a taxa de juros americana, vem punindo principalmente essas empresas de alto crescimento como a Tesla — não à toa, as ações da companhia se desvalorizam cerca de 25% desde suas máximas, e ainda assim estão sendo negociadas por um múltiplo Preço/Lucro muito acima do mercado.
Por outro lado, as empresas centenárias do setor ainda precisam adaptar as suas linhas de produção e cadeias de suprimentos para conseguirem entregar as promessas de terem a grande parte (se não a totalidade) de seus negócios provenientes de veículos elétricos. Mesmo que algumas dessas companhias estejam muito baratas no mercado em termos de múltiplo, o ponto aqui é saber quanto tempo demorarão para conseguir entregar resultados satisfatórios para seus acionistas.
Neste caso, acho que seja válido apostar no desenvolvimento desse mercado de maneira diversificada, reduzindo o potencial de ganho, mas também diminuindo drasticamente o risco. Uma forma é por meio do Global X Lithium & Battery Tech ETF (NYSE: LIT), no qual o investidor terá acesso a mais de 40 empresas que atuam no setor, desde a mineração e o refino de lítio até a produção da bateria, primordial para que essa tecnologia seja cada vez mais acessível.
Para apostas mais ousadas, sugiro conhecer a nossa série MoneyRider. Lá temos a carteira MoneyBets, que tem 20% do portfólio investido no segmento de energia — com foco nas novas tecnologias para a geração e armazenamento de energias renováveis.
Ainda que demore um pouco para que isso pegue no tranco aqui no Brasil, você não precisa esperar para posicionar o seu portfólio para essa tecnologia, que tem ficado cada vez mais convencional mundo afora.
Um abraço,
Enzo Pacheco