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Abrindo a boca

Em um mundo cada vez mais polarizado, o avanço tecnológico surge como o único consenso para o futuro.

Por Caio Mesquita

23 set 2024, 10:11 - atualizado em 23 set 2024, 10:11

Jacaré abrindo a boca

Imagem: iStock/nikpal

Nesta semana o jacaré abriu a boca.

De um lado, o FED mostrou convicção no fim do ciclo inflacionário, cortando a taxa dos Fed Funds em 50 pontos base.

Por aqui, nosso banco central, em fase de transição, respondeu em linha com as expectativas do mercado – embora frustrando alguns –, elevando em 25 pontos base a taxa Selic.

Consequentemente, o diferencial nas taxas de juros abriu, e as sinalizações das duas autoridades monetárias apontam para uma boca de jacaré escancarada, projetando acima de 8 pontos percentuais de diferença.

O início do ciclo de afrouxamento monetário americano fecha o livro das repercussões econômicas da pandemia, cujas intervenções públicas, tanto fiscais como monetárias, levaram a índices inflacionários inéditos nas últimas décadas.

A expectativa – e a torcida – do mercado é que um bem-sucedido soft-landing acomode gentilmente a economia americana, assim evitando uma recessão e trazendo a inflação de volta aos níveis desejados.

Por aqui, pegamos a contramão monetária, subindo os juros por conta de expectativas descoradas e um governo que não consegue, ou não quer, controlar os seus gastos.

A combinação dos cenários divergentes abre uma árvore de possibilidades.

Com juros caindo lá fora, a indicação canônica seria incrementar o risco nas carteiras, comprando ações e bonds. 

Com as bolsas americanas batendo recordes e com as taxas dos bonds já comprimidas por conta da antecipação do ciclo de cortes, a decisão de aumentar investimentos no mercado americano neste momento está longe de ser trivial. Somadas a isso, ainda temos as instabilidades naturais com a aproximação da eleição presidencial por lá.

Por aqui, o horizonte também apresenta nebulosidade, com o mercado testando as convicções do futuro presidente do banco central e preocupado com a falta de compromisso fiscal do governo federal.

Em um mundo cada vez mais polarizado, com agentes políticos tentando encontrar alguma racionalidade dentro da cacofonia retórica das redes sociais, o avanço tecnológico surge como o único consenso para o futuro.

Big techs, inteligência artificial, data centers e, claro, criptomoedas e blockchain têm oferecido perspectivas sólidas de crescimento independentemente do ritmo do confronto político-ideológico.

Ademais, à margem do atual emaranhado macroeconômico, as criptomoedas beneficiam-se diretamente da redução do custo de dinheiro e de sua crescente institucionalização.

Não é novidade o potencial de valorização das moedas digitais. A recomendação de compra de bitcoins da Empiricus, iniciada em 2017, talvez tenha sido o maior acerto da casa, tendo acumulado uma valorização formidável de 20 vezes o investimento. Em dólar!

Fomos a primeira casa de análise a cobrir e recomendar criptomoedas, já que o tema era desprezado por investidores institucionais. Sete anos depois, o interesse pela classe cresceu e se consolidou.

Nesta semana, a BlackRock, a maior gestora de recursos do mundo, divulgou um relatório analisando outra característica notável do Bitcoin como investimento, defendendo enfaticamente o Bitcoin como um agente de diversificação de risco dentro dos portfólios dos investidores dada sua natureza descorrelacionada com os ativos de risco tradicionais. 

O universo de cripto vai muito além de sua principal moeda, todavia. Recentemente temos observado uma nova classe de moedas digitais com vastas aplicações na economia real.

Ativos do Mundo Real, ou Real World Assets (RWA) passam por tokenização em blockchain, o que permite que ativos físicos, como imóveis e produtos, sejam negociados digitalmente de maneira mais ágil e econômica.

Ao tokenizar um imóvel, por exemplo, não é necessário recorrer a cartórios ou corretores, economizando tempo e custos com documentação. Além disso, os investidores podem comprar “frações” de um ativo de alto valor, facilitando sua venda.

Esse processo também beneficia pequenas e médias empresas. Em vez de recorrer a empréstimos bancários, que são burocráticos e custosos, elas podem tokenizar sua produção e obter crédito de forma mais rápida e acessível por meio desse ecossistema tokenizado.

O próprio Roberto Campos Neto reconhece que custo baixo e eficiência levarão ao inexorável crescimento da tokenização nas transações e operações financeiras, transformando os tokens RWA em uma indústria trilionária.

O Valter Rebelo, nosso head de digital assets, tem se dedicado a entender e analisar os tokens RWA. Fique atento às nossas séries de criptomoedas para as recomendações nesses promissores ativos digitais.

Sobre o autor

Caio Mesquita

CEO da Empiricus

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