We were born
Born in the fifties
Born
Born in the fifties
Born
Born in the fifties
Born
Born in the fifties
My mother cried
When president Kennedy died
She said it was the communists
But I knew better
“Born in the 50’s”
Gordon Summer, The Police
Nessa segunda-feira, dia 3 de junho, terminais Bloomberg do mundo inteiro declararam, com a breve matéria abaixo, que a formidável fortuna de Warren Buffett havia desaparecido:
Nesse dia, as ações da Berkshire Hathaway, assim como as outras 40 empresas listadas em Nova York, tiveram suas negociações suspensas e seus trades cancelados, como resultado de uma falha na atualização do software operacional da Bolsa de lá.
Cerca de uma dúzia de negociações das ações da classe A da Berkshire foram realizadas a $185,10, uma queda de 99,97% em relação ao preço anterior. Todos esses negócios foram revertidos.
O incidente, o terceiro a afetar os mercados dos EUA na última semana, levantou preocupações sobre a estabilidade e confiabilidade dos sistemas computadorizados que governam as operações do mercado de ações.
Durante cerca de 45 minutos de incerteza, a NYSE foi forçada a interromper as negociações e corrigir as informações erroneamente exibidas, como a queda de 99% nos valores de algumas empresas.
Com as operações canceladas, a vida segue e Warren Buffett continua sendo um dos homens mais ricos do mundo. No harm, no foul, como dizem os americanos.
Problemas sistêmicos fazem parte do cotidiano dos mercados de capitais desde a introdução dos sistema de negociação. A etiqueta amarela da matéria nos traz o verdadeiro alerta.
A Bloomberg, a exemplo de inúmeros produtores de conteúdo pelo mundo afora, já incorporou a inteligência artificial nas suas publicações. Na segunda-feira, deixaram o “robô-estagiário” solto e a matéria foi ao ar, sem o filtro do bom senso humano.
Acontece que há muitos outros robôs à espera, monitorando tudo que é publicado, para automaticamente reagir e agir. Diante de um possível curto-circuito cibernético, ficou claro o risco de uma espiral maluca descontrolar os mercados.
O caminho já está desenhado. Sistemas de negociação defeituosos emitem sinais errados que, por sua vez, são reordenados por publicadores de inteligência artificial que automaticamente disparam negociações em alta frequência.
…
Dirigindo esta semana aqui para a Empiricus, coloquei o primeiro álbum do The Police para tocar no carro. Outlandos d’Amour é uma obra prima do rock. Com apenas guitarra, baixo e bateria, o disco é a mais pura demonstração do talento desses, então, jovens músicos.
Em suas obras subsequentes, a banda introduziria instrumentos eletrônicos em sua música.
O seu quinto e derradeiro álbum de estúdio, Synchronicity, é belíssimo. Com seus intrincados arranjos sintetizados, o álbum mais vendido da banda é recheado com maravilhosas texturas sonoras.
Reconhecendo a qualidade do Synchronicity, sigo colocando Outlandos d’Amour no posto de obra-prima do The Police.
Curiosamente, enquanto ouvia Sting cantar “Born in the 50’s”, oitava música do Outlandos, recebo uma mensagem da minha filha pedindo que eu assinasse a versão 4o do ChatGPT, atendendo uma solicitação de sua escola.
Parece que o mundo acelerou depois da pausa forçada da pandemia.
Nascido nos anos sessenta, não consigo disfarçar meu estranhamento com esse mundo que dispensa a humanidade.