Em seu áudio matutino, no canal do Telegram “Ideias Antifrágeis”, Felipe Miranda sempre lembra, quando o mercado está positivo, a frase que ouvia do seu pai:
“Bolsa para cima, o Brasil é feliz”.
Não sei você, mas meu humor tem uma correlação direta com a performance da minha carteira.
Minhas posições são todas de longo prazo, até por questões regulatórias envolvendo profissionais que trabalham com research.
Assim mesmo, a marcação a mercado positiva acalma a ansiedade e melhora o sono dos investidores, mesmo daqueles, como eu, que não estão pensando em realizar lucro no curto prazo.
A melhora nas cotações dos ativos de risco brasileiros tem sido rápida e, para muitos, inesperada.
O movimento se iniciou nas taxas de juros futuros, que começaram a ceder no início de março.
Depois observamos o fortalecimento do Real contra o Dólar, que parece ter encontrado um novo patamar abaixo dos 5 reais.
Abril trouxe o movimento de alta nas ações, elevando o Ibovespa para acima dos 100 mil pontos, após um primeiro trimestre de quedas.
Mais recentemente, foi a vez de as ações de segunda e até terceira linha andarem, com o SMLL11 (índice de Small Caps) subindo mais de 13% em maio.
Impressiona não só a velocidade como a intensidade da mudança no ânimo do mercado.
A Verde Asset, por exemplo, conhecida por sua postura cética em relação a ativos de risco brasileiros, inverteu o sinal de sua exposição a ações domésticas. A redução anunciada em março foi revertida já em maio.
Por falar na Verde, o episódio do Market Makers com a participação de seu economista-chefe, Daniel Leichsenring, é um bom exemplo da transformação positiva na expectativa do mercado para os próximos meses.
Evidentemente há riscos pela frente, tanto no lado doméstico, como especialmente no lado internacional. Assim mesmo, a iminência do início de um ciclo de afrouxamento monetário abre oportunidades interessantes de investimento aos que estiverem bem posicionados.
Na prática, pelo menos na condução da economia, não se verifica grandes prejuízos na atuação do atual governo. Pelo contrário, a atuação do Ministro da Economia, Fernando Haddad, tem sido, até agora, uma surpresa positiva para a maioria dos participantes de mercado.
Assim como o movimento da superfície de um lago, ideias propagam-se em círculos concêntricos. A mudança importante nas expectativas da Faria Lima ainda tardam para ecoar no resto do País, ainda bastante influenciado pelo enfrentamento político polarizado.
De fato, Lula não tem se esforçado para dissipar a desconfiança dos que não votaram nele. Pelo contrário, episódios como a recente visita do ditador venezuelano Nicolás Maduro somente contribuem para aumentar sua rejeição.
Isso tudo gera ruído, mas a Faria Lima parece ter finalmente captado o sinal.
Dentro deste cenário mais construtivo, nossos analistas vêm ajustando as carteiras, adicionando mais risco e retorno esperado aos portfólios dos assinantes.
Afinal de contas, com a Bolsa para cima, o Brasil é mais feliz.
Deixo você agora com os destaques da semana.
Boa leitura e um abraço.