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Buracos na estrada

“É, meu caro amigo investidor, nossa vida não está fácil neste […]”.

Por Caio Mesquita

25 abr 2022, 08:38

É, meu caro amigo investidor, nossa vida não está fácil neste 2022.

Ao fechar o ano passado, já imaginávamos que estaríamos entrando num ano desafiador, com juros aumentando nos Estados Unidos e eleições presidenciais por aqui.

Assim como nos preparamos para dirigir em uma estrada de terra precária e esburacada, esperávamos enfrentar uma viagem difícil.

Para nosso desagrado, houve chuva forte no caminho. A terra virou lama e o que já era complicado piorou.

Enquanto escrevo esta newsletter, na manhã de uma emenda de feriado, uma breve visita ao sites do noticiário financeiro mostra bem o tom da trilha que vem nos acompanhando.

O grande tema lá fora, e aqui também, centra-se na inflação recorde das últimas quatro décadas e no necessário aperto monetário que deve ser executado para controlá-la.

A cada pronunciamento de um diretor do Fed indicando preocupação com a alta temperatura da economia e reforçando a perspectiva de acelerar o aumento dos juros, o mercado reage proporcionalmente.

Como consequência, tivemos uma das maiores correções na história no mercado de bonds americano, com as taxas dos Treasuries de 10 anos simplesmente dobrando desde o início do ano.

O ajuste contra a inflação, que por si só já seria doloroso, terminou enfrentando um desafio adicional com o outro assunto do momento, a guerra provocada pela invasão da Ucrânia pelos russos.

Difícil imaginar dois países com mais influência nos mercados internacionais de commodities, com ambos figurando entre os maiores produtores mundiais de matérias-primas e alimentos.

Petróleo, gás e cereais batem recorde de preços, aquecendo ainda mais a espiral inflacionária, colocando pressão no Fed e nos mercados.

Voltando aos sites financeiros, verificamos que mais um drama acontece, com o qual devemos nos preocupar.

A política chinesa de Covid zero represou o problema, deixando a população do país mais vulnerável ao vírus. Novas ondas de contaminação estão provocando lockdowns com implicações importantes para a logística de produtos industriais chineses. As consequentes restrições na oferta contribuem para preocupações ainda maiores quanto à inflação.

 

Uma sexta complicada no site da Bloomberg

Não há razão para pânico, contudo.

Como sabemos, informações públicas são prontamente incorporadas nos preços. Assim, o noticiário pesado já está refletido no mercado.

O risco fica por conta de um cenário ainda pior, com uma inflação mais resistente obrigando um aperto monetário mais forte do que o previsto agora. Conheço gente muito boa de mercado que trabalha com esse cenário, prevendo uma correção forte nos índices de ações americanas.

No Brasil, depois de um primeiro trimestre positivo, entramos num abril já em tom eleitoral.

Para deixar as coisas ainda mais “animadas”, o feriado de Tiradentes reviveu a crise entre os Poderes, com o presidente perdoando a pena que o deputado Daniel Silveira recebeu do STF.

Por outro lado, enquanto o mundo enfrenta seus problemas econômicos e políticos, a revolução cripto continua.

É bem verdade que o preço das criptomoedas vem sofrendo neste ano, também vítima do fluxo negativo provocado pela alta nas taxas de juros.

A tese disruptiva das criptos continua intacta, porém. A descentralização das transações e dos processos permitida pelo blockchain está transformando a maneira como nos relacionamos e fazemos negócios.

Como estamos só no início dessa revolução, as oportunidades de investimentos são extremamente atraentes.

Na semana que vem, te convido a participar da Semana Cripto organizada pela Empiricus, quando a nossa equipe de research de cripto analisará as últimas tendências envolvendo moedas e tokens digitais e suas aplicações.

Você não pode perder.

Deixo você agora com os destaques da semana.

Boa leitura e um abraço,

Caio

Sobre o autor

Caio Mesquita

CEO da Empiricus