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Lágrimas e sorrisos

“Na última corrida eleitoral americana, a pré-candidata Elizabeth Warren usou a expressão  […]”.

Por Caio Mesquita

21 maio 2022, 10:05 - atualizado em 10 jun 2022, 17:47

Na última corrida eleitoral americana, a pré-candidata Elizabeth Warren usou a expressão “billionaire tears” (“lágrimas de bilionário”) para angariar votos daqueles insatisfeitos com a concentração de riqueza e renda nos Estados Unidos.

Apesar de seu apelo fácil, afinal, parentes e parças de bilionários não representam parte significativa do eleitorado, o slogan falhou em angariar mais apoio para a senadora de Massachusetts, que terminou sendo derrotada nas primárias democratas por Joe Biden.

Na tempestade perfeita que vem devastando os mercados (inflação americana + guerra na Europa + lockdown na China), chegou finalmente a hora de os bilionários derramarem as lágrimas pedidas por Warren.

Segundo uma matéria publicada pela jornalista Natália Flach no Valor Econômico, os homens mais ricos do mundo tiveram este ano perdas patrimoniais agregadas de mais de US$ 100 bilhões por conta da forte correção nos preços das ações, especialmente daquelas ligadas ao setor de tecnologia.

Alguns podem contra-argumentar, todavia, que não há razão para choro. Como os bilionários não realizaram seus prejuízos, já que não houve vendas significativas de suas posições, não teria havido de fato uma perda patrimonial efetiva.

Trata-se obviamente de um argumento frágil. Afinal, os top 10 da lista da Forbes só chegaram lá por conta da mesma marcação a mercado, já que nenhum deles realizou o ganho financeiro efetivamente, na forma de vendas de suas bilionárias participações em troca de dinheiro. 

De qualquer forma, o assunto puxa uma interessante discussão sobre a diferença entre valor e preço, e de como somos afetados em nossa vida financeira pela variação de ambos.

Até que ponto o derretimento do preço de uma ação reflete realmente a deterioração no valor da empresa?

Quando olhamos a tela de cotações ou abrimos nosso aplicativo para verificar nossas posições, imediatamente ajustamos nossa autopercepção de riqueza baseada no último preço em que nossos ativos foram negociados.

Os ativos negociados nos chamados “mercados públicos”, como ações e títulos, são obrigatoriamente marcados a mercado sempre de acordo com a sua negociação mais recente. Analogamente, os fundos de investimentos também têm o preço de suas cotas ajustado na proporção do acerto a mercado dos ativos que carregam em suas carteiras. 

Os ativos privados, ou seja, aqueles negociados fora de Bolsa ou de qualquer outro mercado organizado, não sofrem o mesmo tipo de ajuste.  

Exemplificando.  

Quando um apartamento idêntico ao seu, no mesmo condomínio e com estado de conservação similar, é vendido a um valor abaixo do que o esperado, não necessariamente fazemos o mesmo tipo de ajuste automático. Eventualmente a necessidade do vendedor em se desfazer do imóvel pode justificar um desconto que não obrigatoriamente implique uma desvalorização de apartamentos similares. 

Se, por um lado, a falta de marcação a mercado de certa forma isola os ativos privados da volatilidade dos mercados públicos, por outro, contribui para uma maior rigidez nos preços ofertados. O resultado é uma piora na liquidez.

Consequentemente, os mercados privados terminam “travando” em momentos de menor demanda, pois vendedores se recusam a ajustar os preços pedidos à nova realidade de mercado.

O mercado imobiliário segue essa lógica. Via de regra, os preços resistem a cair mesmo com o mercado em baixa. Por outro lado, quando a demanda esboça uma reação, os vendedores são rápidos em ajustar o preço para cima.

Por conta dessa dinâmica peculiar, ganhar dinheiro com imóveis apresenta-se especialmente desafiador.

Os especialistas afirmam que um bom negócio com imóveis acontece na compra, ou seja, pagar caro por uma propriedade seria o principal obstáculo para auferir bons retornos.

Certa vez, ouvi de um ex-sócio americano com muita experiência e êxito em investimentos imobiliários que a boa compra acontecia em momentos oportunos e que essas oportunidades normalmente aconteciam em um dos três “Ds”.

Deathdivorce and debt (morte, divórcio e dívida) seriam esses três Ds que contribuem para se comprar um imóvel a preços atraentes.

São sempre situações de estresse que forçam o vendedor a aceitar um preço baixo por seu ativo.

A realidade é implacável. 

O sofrimento de uns torna-se a alegria de outros.

Cabe a nós escolher o melhor lado.

Deixo você agora com os destaques da semana.

Boa leitura e um abraço, 

P.S.: Dos três “Ds”, situações com dívida (debt) acorrem com mais frequência, invariavelmente decorrentes de problemas financeiros do antigo proprietário. Frequentemente a resolução passa por uma venda forçada por meio de leilão. 

Leilões apresentam oportunidades únicas de comprar imóveis a preços incomparáveis. Há, porém, riscos e detalhes a serem analisados e tratados.

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Sobre o autor

Caio Mesquita

CEO da Empiricus