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Semana de forte calor aqui em São Paulo, e em todo o sudeste brasileiro.
O outono se aproxima, mas a temperatura nos trópicos não dá bola para essas convenções de climas temperados.
Para piorar, as águas de março têm sido tímidas, sem a frequência e a intensidade necessárias para refrescar a canícula intensa.
Enquanto a temperatura exterior no Brasil ferve, o vermelho das telas das cotações por aqui enganam, já que não acalentam nossas almas e nossos bolsos.
Por sinal, não é de hoje que a Bolsa brasileira decepciona os teimosos que insistem na solução nacional para suas carteiras.
Em sua Day One desta semana, o Felipe especula sobre os motivos da aparente incoerência na relação risco/retorno dos ativos brasileiros, país sui generis onde o prêmio de risco da renda variável tem sinal negativo.
O texto é muito bom e leitura obrigatória a qualquer investidor de bolsa no Brasil.
Nele, o Felipe lembra que nos 15 anos de existência da Empiricus, período suficiente para fornecer uma amostra significativa, o Ibovespa tomou uma lavada do CDI.
Mesmo descontando a preponderância de Petro e Vale no índice, há algo realmente estranho na fraca performance das ações brasileiras.
Puxando a calculadora do Banco Central, verifica-se que o vexame é ainda maior, com o índice brasileiro de ações perdendo até da Poupança, que por sinal é isenta de impostos.
Apesar desse lamentável histórico, e até porque o brasileiro não desiste nunca, esperamos que 2024 traga ventos quentes para nossas carteiras, impulsionado pelo prosseguimento do ciclo de cortes de juros promovido pelo Banco Central.
O começo do ano, todavia, não está sendo animador aos que investem por aqui:
Atraídos com as perspectivas para as ações americanas de tecnologia, especialmente as beneficiadas com o advento da inteligência artificial, investidores estrangeiros têm batido em retirada, levando embora bilhões da B3 desde o início do ano.
Somente nos 11 primeiros dias de março, investidores estrangeiros sacaram mais de R$ 5 bilhões da nossa, aumentando o rombo acumulado em 2024 para cerca de R$ 23 bilhões enviados para fora.
Note que o fluxo negativo não é um privilégio brasileiro, já que os mercados emergentes de maneira geral vêm sofrendo com o desinteresse de investidores, dadas as baixas perspectivas de crescimento em suas empresas, especialmente se comparadas às gigantes de tecnologia americanas.
Nas zonas temperadas do hemisfério norte, com suas estações bem demarcadas, o fim do inverno vem sendo acompanhado por um bom desempenho das bolsas por lá.
O bom humor vai além das sete magníficas americanas, com bolsas na Europa e no Japão registrando recordes por razões diferentes. Enquanto na Europa, a animação fica por conta do iminente corte nas taxas de juros, no Japão o otimismo fica por conta dos sinais do fim do longo período de deflação.
Por fim, o clima esquentou de vez nas criptomoedas, com o Bitcoin liderando com uma alta formidável de mais de 60% neste ano.
Animados com o fluxo institucional vindo dos ETFs de Bitcoin e com a aproximação do halving da moeda digital, que cortará pela metade sua oferta primária, investidores empurraram a cotação da mais importante criptomoeda para acima dos 73 mil dólares, marcando seu recorde histórico.
A alta impressiona ainda mais se lembrarmos que os juros ainda seguem elevados nos Estados Unidos, com o mercado esperando o primeiro corte do FED para junho somente.
Depois do inverno de 2022 e parte de 2023, o verão chegou com tudo no universo cripto.
Para acompanhar melhor esse fascinante mercado, convido a assistir a conversa entre o Valter Rebello, head de cripto da Empiricus, e o Roberto Altenhofen, que vai ao ar nesta segunda-feira, às 19h.
Agora deixo você com os destaques da semana.
Boa leitura e um abraço,