Esta semana tivemos o privilégio de receber um dos principais personagens da história econômica brasileira, o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan.
O ministro Malan foi o convidado especial do jantar oferecido pela Vitreo Wealth, nossa unidade que atende clientes com patrimônio financeiro de R$ 5 milhões ou mais.
Foi uma oportunidade única para ouvir uma visão sobre o cenário atual de quem efetivamente protagonizou momentos relevantes do nosso país.
O currículo do nosso convidado é impressionante. Depois de ter chefiado, com êxito, a renegociação da nossa dívida externa, Pedro Malan foi presidente do Banco Central durante a implementação do Plano Real, no governo Itamar Franco. Com a eleição de Fernando Henrique Cardoso, Malan assumiu a pasta da Fazenda, que chefiou durante os oito anos até entregá-la ao seu sucessor, Antonio Palocci, indicado por Lula.
Durante sua fala, o ministro tratou dos desafios atuais da economia global. O tema principal, como seria de se esperar, girou em torno da alta taxa de inflação nas economias desenvolvidas e o esforço (tardio) das autoridades monetárias para estabilizar os preços. Para complicar, o ministro também lembrou que o controle da inflação se tornou ainda mais complexo por conta da guerra na Ucrânia e dos novos lockdowns na China por conta da política de Covid-zero do país.
Ainda na esfera internacional, o ministro nos alertou para a diferença entre risco e incerteza. Enquanto o risco é quantificável a partir de padrões e estatísticas, estamos sempre vulneráveis à incerteza, com eventos cujo surgimento não pode ser antecipado.
No começo da pandemia discutiu-se muito sobre o que seria o novo normal. Segundo o ministro, essa discussão tinha um foco equivocado, já que pressupunha o atingimento de uma estabilidade após a crise sanitária. Não há como definir um novo normal dado o grau de incerteza que atualmente enfrentamos a partir da desorganização da ordem mundial.
Interessante notar que o Brasil ocupou uma parte relativamente pequena da fala do ministro, que destacou a necessidade de visão estratégica e o compromisso com a moderniza&ccedl;ão que deveriam nortear a atuação de quem vier a chefiar o Executivo de 2023 em diante.
Malan encerrou lembrando que, apesar de também tardiamente, nosso banco central iniciou seu processo de aperto monetário antes dos seus pares internacionais, estando assim próximo à sua conclusão.
A relativa despreocupação com o Brasil demonstra que, ao contrário do que normalmente acontece, os principais focos de atenção hoje vêm de fora. A apreciação do real neste ano, bem com a outperformance da Bolsa brasileira em comparação com as internacionais, é prova da relativa calma no cenário doméstico. Claro que há riscos por aqui, mas parece haver mais incerteza lá fora.
Vale a pena notar que, ao contrário do que acontece nos Estados Unidos, toda a estrutura a termo de juros no Brasil está pagando gordos juros reais. Apesar de ambos os países rodarem atualmente a taxas de inflação muito parecidas, a nossa taxa básica de juros deve passar dos 13% ao ano — o seu equivalente nos Estados Unidos ainda está abaixo de 1% ao ano.
As atuais ofertas de renda fixa aqui no Brasil se apresentam com uma passagem tranquila para este 2022 tão repleto de incertezas.
Finalizando, gostaria de lembrar aos que, como eu, aproveitam as vantagens fiscais dos fundos de previdência que esses veículos apresentam estratégias eficientes de aplicações em renda fixa.
Pessoalmente, tenho concentrado minha carteira de previdência no FoF SuperPrevidência Conservador, fazendo a portabilidade de estratégias mais arriscadas.
Deixo você agora com os destaques da semana.
Boa leitura e um abraço.