Bom dia, pessoal. Lá fora, a maioria das ações asiáticas caiu nesta quarta-feira (5), com os mercados chineses sob pressão de dados econômicos fracos e rumores de uma nova guerra comercial com os EUA, enquanto a antecipação de mais indicativos de próximos passos do Federal Reserve dos EUA também manteve o apetite por risco baixo. Adicionalmente, os investidores digerem o lançamento de pesquisas privadas sobre a atividade de serviços da região. A atividade de serviços no Japão permaneceu em território de expansão no mês, enquanto o ritmo desacelerou. O mesmo pode ser dito sobre a atividade de serviços e o índice de gerentes de compras na China.
Os mercados europeus caem nesta manhã, assim como os futuros dos EUA, onde os investidores voltam do feriado hoje. Além das preocupações com a economia chinesa em desaceleração, os investidores também estão nervosos antes da divulgação das atas da reunião de junho do Federal Reserve. Espera-se que os documentos lancem mais luz sobre os planos do Fed para aumentos das taxas de juros neste ano, depois que o banco central sinalizou pelo menos mais dois aumentos durante sua reunião de junho. Os índices de serviço são os destaques do dia na Alemanha, zona do euro e nos EUA. No Brasil, devemos refletir principalmente sobre o ambiente político em Brasília.
A ver…
· 00:57 — No Limbo Legislativo
Por aqui, voltamos a sentir calor político e os investidores estão um pouco traumatizados por isso por conta do período entre o segundo semestre de 2021 e o primeiro trimestre de 2023. Vemos uma certa dificuldade do presidente da Câmara, Arthur Lira, de avançar com a discussão do Carf (devolve a vantagem à Receita em caso de empate, com o voto de qualidade), que já criou um impasse de mais de duas semanas. Temos até o dia 14 para resolver as pautas econômicas, mas sem que haja uma desobstrução de gargalos com a aprovação do texto do Carf, a coisa fica mais complicada. Podemos ter até um adiantamento da reforma tributária caso não haja consenso, apesar do desejo do governo de manter a ordem previamente esperada.
A reforma tributária tem gerado controvérsias, especialmente em relação ao relator do projeto, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP), que enfrenta críticas de alguns opositores, incluindo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), um dos líderes do movimento que pede revisão da proposta. Ainda é incerto se a reforma conseguirá obter os 308 votos necessários, porém algumas alterações, como o período de transição do novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) em substituição ao ICMS e ao ISS, a repartição do Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR) e as atribuições do Conselho Federativo, podem contribuir para um possível apoio. Essa incerteza resulta em maior pressão sobre a curva de juros e gera volatilidade no mercado de ações.
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· 01:49 — Voltando do feriado
Nos EUA, os investidores voltam hoje do feriado do Dia da Independência. No retorno, contamos com as revisões nos pedidos de bens duráveis e, principalmente, as atas da reunião do Federal Reserve de junho, que deverá cobrir a discussão na qual os membros mais contracionistas do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) podem ter feito um acordo para ter pausado temporariamente a alta dos juros na última reunião para voltar a elevá-los na próxima. O documento também pode nos dizer mais sobre o estado da economia americana (haverá uma recessão?).
Enquanto isso, por quase um ano, desde julho passado, o gráfico que traça as taxas de juros dos títulos do Tesouro dos EUA de diferentes vencimentos tem uma inclinação invertida. Isso significa que os rendimentos da dívida de prazo mais longo são menores do que os títulos de prazo mais curto (as taxas de longo prazo são normalmente mais altas porque geralmente há mais inflação e incerteza); por outro lado, pode ser um sinal de que os investidores esperam taxas de juros mais altas ou risco econômico no curto prazo e, portanto, exigem mais compensação.
Uma curva de rendimento invertida precedeu todas as recessões nos EUA desde a década de 1950. Uma inversão tão grande quanto a atual não acontecia desde as décadas de 1970 e 1980, outro período de inflação alta e aumento das taxas de juros que viu várias recessões. De acordo com o Dow Jones Market Data, as inversões dos rendimentos de 2 e 10 anos precederam as recessões em apenas sete meses ou até dois anos, portanto, uma queda pode ocorrer nos EUA em breve — o modelo do Fed de NY apresenta uma probabilidade de 71% de recessão nos próximos 12 meses.
· 02:58 — Sem separação para Xi Jinping
O presidente chinês Xi Jinping apelou às nações para rejeitarem a dissociação e o corte das cadeias de suprimentos, um dia após a imposição de restrições às exportações de metais cruciais para a fabricação de chips, como resposta às limitações ocidentais. A China, como a segunda maior economia do mundo, busca colaborar com outros países para evitar novas barreiras e a separação das cadeias de suprimentos.
No entanto, o país enfrenta desafios como o nacionalismo econômico e a tendência à desglobalização. Xi enfatiza a importância de promover a cooperação mutuamente benéfica e compartilhar de forma mais justa os benefícios do desenvolvimento global. Essa mensagem contrasta com a decisão do governo chinês de impor controles de exportação sobre o gálio, o germânio e seus compostos químicos na segunda-feira.
· 03:29 — Um mês quente no Texas…
No presente mês, de volta aos Estados Unidos, eventos climáticos extremos, como ondas de calor intensas no Texas e em outros estados do sul, poluição decorrente de incêndios florestais no norte e tempestades severas ao longo da costa leste, têm gerado mais conflitos econômicos. Essa situação não proporciona a estabilidade necessária para evitar a possibilidade de uma recessão.
No início da semana, mais de 90 milhões de pessoas, principalmente ao longo da costa leste, estavam ameaçadas, à medida que tempestades do domingo se deslocavam para o leste. Além disso, cerca de 40 milhões de pessoas em sete estados do sul estavam sob alerta de ondas de calor na segunda-feira, com a onda de calor implacável que continua a se espalhar pelo Texas. Como resultado, pelo menos um terço da população dos EUA enfrenta atualmente eventos climáticos extremos, que são custosos em termos financeiros.
Em 2022, esses eventos já custaram aos Estados Unidos cerca de US$ 165 bilhões, sendo que o custo total ainda é amplamente desconhecido. As ondas de calor, em particular, costumam causar um impacto negativo na economia. No Texas, a produtividade já sofre uma perda anual de aproximadamente US$ 30 bilhões devido ao clima quente, e estima-se que esse número aumentará para cerca de US$ 110 bilhões anualmente até 2050, equivalente a 2,5% da economia texana.
· 04:26 — Um dia quente no mundo!
Na segunda-feira, as temperaturas globais alcançaram um novo recorde, destacando os perigos das crescentes emissões de carbono provenientes da queima de combustíveis fósseis. A média global ficou em 17°C (63°F), ligeiramente acima do recorde anterior de 16,9°C registrado em agosto de 2016. O calor intenso deste verão já colocou milhões de pessoas em risco ao redor do mundo.
A China está enfrentando uma onda de calor escaldante, com recordes de temperatura em Pequim. Na Índia, o calor extremo no mês passado foi associado a mortes em algumas das regiões mais pobres do país. Além disso, o Reino Unido acaba de vivenciar o junho mais quente já registrado. Esses eventos ressaltam o progresso global lento na redução das emissões e suas consequências significativas.