Bom dia, pessoal. Lá fora, os mercados asiáticos encerraram o dia predominantemente em alta nesta segunda-feira (7), seguindo algumas movimentações positivas dos mercados globais na última sexta-feira (4). Os mercados europeus acompanham o tom asiático, entregando altas nesta manhã, assim como fazem timidamente os futuros americanos. Teremos hoje dados de produção industrial na Europa e números de crédito ao consumidor nos EUA. Por lá, depois do payroll da semana passada, teremos nesta semana as eleições de meio de mandato (midterms) e a inflação oficial. O Brasil continua seguindo seu próprio compasso, observando o pós-eleição. A ver… |
00:25 — Para retirar a picanha basta ir ao supermercado? |
Por aqui, três são os temas principais para os próximos dias. O primeiro deles é a inflação de outubro, a ser divulgada na quinta-feira. A expectativa é de que os preços voltem a avançar depois de três meses de deflação, ainda que o acumulado de 12 meses continue em tendência de queda — os investidores observarão de perto a inflação de serviços e como ela está se comportando. O segundo ponto de atenção será a temporada de resultados, com os números dos bancos sendo divulgados nos próximos dias. Sabemos que o setor bancário é relevante no Ibovespa, sendo consequentemente relevante para os investidores. Por fim, acompanhamos também a equipe de transição, que hoje contará com a presença do presidente-eleito, Lula. As tratativas para a PEC de transição são importantes. Parte das promessas de campanha até poderão ser contempladas no ano que vem, mas algumas devem ficar apenas para 2024. Para honrar o Bolsa Família de R$ 600 e os R$ 150 para crianças de até seis anos, um gasto de R$ 70 bilhões em 2023 será necessário. Outros pontos também devem cobrar seu preço. Ventila-se que o valor necessário deva ser de R$ 160 a R$ 200 bilhões. Dessa forma, a sinalização de responsabilidade fiscal e a criação de uma nova âncora serão demandadas pelos investidores locais e globais. |
00:21 — E as eleições nos EUA? |
A semana nos EUA será bem movimentada, com as eleições de meio de mandato, os últimos dados de inflação (mês de outubro) e a continuidade dos resultados do terceiro trimestre. Os mais importantes são os dois primeiros. A começar com a eleição que acontecerá na terça-feira (8) e determinará o controle do Congresso pelos próximos dois anos, com os republicanos sendo os favoritos para vencer na Câmara dos Deputados e as pesquisas sugerindo uma disputa acirrada no Senado. Se os republicanos conseguirem as duas casas legislativas, teremos dois anos de apagão político nos EUA, com a Casa Branca com muito menos poder relativo. Além das eleições, na quinta-feira teremos o índice de preços ao consumidor de outubro, com a estimativa de alta de 0,7% no mês, para esticar o ganho anual do índice principal para 8,0%. O núcleo do dado, que exclui os componentes de alimentos e energia, deve subir 0,5% em outubro e 6,6% em relação ao ano anterior. Eventuais surpresas para cima podem gerar um humor negativo sobre os ativos. |
02:07 — As iniciativas de Musk |
Com pouco mais de uma semana desde que Elon Musk fechou sua aquisição do Twitter por US$ 44 bilhões, cerca de metade da força de trabalho da empresa, algo como 3.700 pessoas, foi demitida. Um verdadeiro caos. Agora, uma ação coletiva foi movida contra o Twitter por não dar aos funcionários aviso suficiente sobre demissões e violar as leis de proteção ao trabalhador. No entanto, o advogado que abriu o processo disse que Musk está fazendo um esforço para cumprir o acordado, mas seria ingenuidade pensar que demitir tanta gente não geraria ruído. Toda a turbulência está assustando os anunciantes na plataforma, que pausaram os anúncios no Twitter nos últimos dias. Até Musk reconheceu o êxodo de anunciantes. Outros pontos de atenção têm sido as suspensões de contas ou a iniciativa de cobrar por verificação na plataforma, uma nova fonte de receita (assinatura de US$ 8/mês). |
03:15 — Vai afrouxar ou não |
Afinal, a China vai afrouxar suas políticas de Covid? Na semana passada, os investidores apostaram nisso (e continuam apostando), ventilando rumores (só rumores, vale lembrar) de que Pequim estava pensando em relaxar suas precauções contra o Covid, levando o índice Hang Seng de Hong Kong à sua melhor semana em uma década. Algo como um zero Covid suave ou um zero Covid dinâmico — não importa muito o nome… Na China, o medo do vírus e as medidas contra a doença produziram “poupanças preventivas” à medida que os consumidores se seguravam consumo contra futuras perdas de rendimentos. Se as medidas forem relaxadas, de fato, poderíamos ter um impulso de consumo no país, dando suporte à economia e animando os mercados, que já estão há algum tempo frustrados com os dados econômicos chineses. |
04:02 — Aquecendo os motores com a COP27 |
Começou durante o final de semana a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, conhecida como COP27. Desta vez acontecendo Sharm El Sheikh, no Egito, as expectativas são diferentes da COP26, do ano passado, muito por conta da guerra na Ucrânia e da crise energética ao redor do mundo. Apesar das promessas ousadas em 2022 de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, a maioria dos governos está falhando miseravelmente. Cortes drásticos são necessários para que o mundo atinja a meta de limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais — as nações concordaram em atingir zero emissões líquidas até 2050 e reduzir as emissões pela metade em relação aos níveis de 2010 até 2030. Em última análise, o choque energético causado pela guerra na Ucrânia pode acelerar a transição para as energias renováveis. Há também expectativa pela participação do presidente-eleito do Brasil e sua equipe na semana que vem, quando o nome para o ministério do Meio Ambiente poderá ser anunciado. |