Bom dia, pessoal. Lá fora, as ações globais dão continuidade ao bom início de semana na Ásia nesta segunda-feira, embora os índices de referência da Turquia e da Tailândia tenham caído devido a surpresas eleitorais em seus respectivos partidos no poder no fim de semana. Em paralelo, os preços do petróleo se recuperaram na margem após as perdas recentes. Esta semana, grandes dados econômicos são esperados do Japão e da China — o gigante asiático tem apresentado sinais de desaceleração.
Os mercados europeus e os futuros americanos estão em alta nesta manhã. Especificamente nos EUA, a alta ocorre após dados de sentimento do consumidor mais fracos do que o esperado na sexta-feira, que apontaram para uma desaceleração do crescimento à medida que a maior economia do mundo luta com altas taxas de juros e inflação persistente. O Brasil está se distanciando do humor internacional com um certo otimismo com as devoluções de prêmios nos vértices mais longos da curva de juros.
A ver…
· 00:47 — Ainda há espaço para mais altas
Por aqui, o mercado está atento ao arcabouço fiscal. O relator do texto, o deputado Cláudio Cajado (PP), entregará hoje seu parecer aos líderes da Câmara para que seja oficialmente apresentado amanhã. Até aqui, os investidores estão otimistas em relação a uma maior rigidez no controle de gastos, sendo que o texto final deve prever gatilhos para o contingenciamento de verbas no Orçamento. Se for o caso, podemos ter mais quedas dos juros longos, o que seria muito positivo para as ações.
No âmbito das notícias corporativas, a Petrobras divulgou um fato relevante no domingo, confirmando que está em discussão a possibilidade de alterar sua política de preços para combustíveis. Claro, as informações são de que quaisquer mudanças serão precedidas por estudos técnicos e seguirão práticas de governança e procedimentos internos aplicáveis, mas sempre há um estresse quando voltamos a discutir a substituição da Política de Paridade Internacional (PPI).
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· 01:32 — A semana é cheia, mas o teto da dívida ainda demanda toda a atenção
Nos EUA, os investidores continuam preocupados com o impasse em relação ao teto da dívida pública nos EUA, mantendo uma postura defensiva devido ao risco de um possível default inédito. Durante o final de semana, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, afirmou que houve progresso nas negociações com os republicanos.
Enquanto isso, membros do Fed, como Raphael Bostic, também estão falando ao mercado. Adicionalmente, a temporada de resultados do primeiro trimestre continua, com os varejistas liderando a divulgação de relatórios.
Na terça-feira, a Home Depot divulgará seus resultados, seguida por uma quarta-feira movimentada com relatórios da Cisco, Take-Two Interactive, Target e Walmart. Na quinta-feira, teremos Alibaba e Ross. Finalmente, a Deere encerra a semana na sexta.
O destaque econômico da semana será os dados de vendas no varejo do Census Bureau para abril na terça-feira. Espera-se que os gastos do consumidor aumentem 0,7% em relação ao mês anterior, revertendo a queda de 0,6% registrada em março.
· 02:19 — Resoluções da Inflaweek
Nesta manhã, os preços no atacado da Alemanha caíram em deflação no mês de abril. Esta é a primeira deflação na comparação anual desde 2020, refletindo os preços da energia. A inflação sueca de preços ao consumidor também ficou abaixo do esperado. Os dados ilustram um pouco da desaceleração inflacionária que temos comentado.
Nos EUA, por exemplo, tivemos o índice de preços ao consumidor na semana passada, que veio melhor do que o esperado, animando os mercados. A crença é de que o pior da inflação ficou para trás. Contudo, ainda vai demorar um bom tempo até a inflação cair para 2% ao ano.
Ou seja, não devemos ver corte de juros antes da reunião de dezembro. Caso o Fed corte os juros mais cedo, muito provavelmente será por causa de recessão ou problema com banco; isto é, notícias bem ruins.
· 03:02 — O Conselho do Ártico
Na semana passada, a Noruega assumiu a liderança do Conselho do Ártico, que é o principal fórum de cooperação intergovernamental na região. Embora a transição tenha sido silenciosa, as consequências são significativas, uma vez que a Noruega assume a liderança após a Rússia. À medida que a região do Ártico se torna um palco político relevante, como já conversamos, gerenciar a cooperação entre as nações árticas, como Canadá e EUA, é uma prioridade importante.
O Conselho do Ártico foi criado nos anos 90 para promover a cooperação em questões como desenvolvimento sustentável, proteção ambiental e resgate e salvamento, mas não aborda questões de segurança. O conselho é composto por oito nações que circulam o Ártico (Canadá, Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega, Rússia, Suécia e Estados Unidos), bem como representantes dos povos indígenas da região e estados observadores, como a China.
Antes da invasão da Ucrânia, o Conselho era um exemplo notável de cooperação pós-Guerra Fria. Mesmo após a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014, ele continuou sendo um espaço único para amigos e adversários encontrarem um terreno comum. No entanto, após a invasão russa, as nações do Ártico suspenderam a cooperação com a Rússia, o que deixou um terço dos 130 projetos do conselho em espera. Isolar a Rússia poderia afetar a viabilidade do Conselho.
· 04:06 — Mantendo-se no poder
Na Turquia, a eleição presidencial terá um segundo turno em duas semanas, no dia 28 de maio. Essa notícia resultou em enfraquecimento da lira turca no cenário internacional, levando o banco central a intervir para evitar uma queda ainda maior da moeda. No entanto, as perspectivas ainda favorecem a reeleição do atual presidente Recep Tayyip Erdogan, que governou o país com mão de ferro por 20 anos, primeiro como primeiro-ministro e depois como presidente.
Apesar de haver um candidato da oposição que disputa com Erdogan, ele ainda não tem os votos necessários para uma vitória definitiva. Isso sugere que a reeleição do presidente é o resultado mais provável. A manutenção do governo atual significa que as relações com a Rússia, que se intensificaram nos últimos anos, devem continuar. A Turquia tem sido um parceiro estratégico importante para a Rússia na região, e a continuidade dessa relação é considerada fragiliza a OTAN.