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Preço da gasolina aumenta nesta terça (9), em meio a liquidez reduzida no Brasil devido ao feriado estadual em SP

A partir de hoje, o preço da gasolina nas distribuidoras aumentou 7,11%, para R$ 3,01 por litro – primeira alta em 11 meses e o primeiro sob a nova CEO da Petrobras.

Por Matheus Spiess

09 jul 2024, 08:57 - atualizado em 09 jul 2024, 08:57

Fonte: Pixabay

Bom dia, pessoal. Nesta semana, os dados de inflação dos EUA estão no centro das atenções da agenda econômica global, sendo um dos eventos mais aguardados pelos investidores.

Em paralelo, o testemunho de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, no Senado dos Estados Unidos é altamente esperado. Powell discutirá o relatório semestral de política monetária, um momento crucial que pode confirmar ou ajustar as expectativas de um possível corte na taxa de juros em setembro, que ganharam força após a divulgação do Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE) de maio e as recentes revisões nos números de emprego.

Nesse cenário, as bolsas de valores asiáticas registraram ganhos nesta terça-feira, impulsionadas pela expectativa de uma política monetária mais flexível nos EUA, com o índice Nikkei 225 do Japão atingindo um novo recorde.

Em contrapartida, os mercados chineses tiveram um desempenho mais fraco, afetados por preocupações contínuas com uma potencial guerra comercial e pela espera dos dados de inflação ao consumidor e ao produtor.

Enquanto isso, os futuros dos mercados de ações dos EUA estão em alta, e os mercados europeus operam sem uma direção clara nesta manhã, refletindo um clima de cautela e expectativa.

A ver…

· 00:56 — O reajuste foi bem recebido

No Brasil, o índice Bovespa registrou alta na última segunda-feira, impulsionado especialmente pelo anúncio da Petrobras sobre os reajustes nos preços da gasolina e do gás liquefeito de petróleo (GLP).

A partir de hoje, o preço da gasolina nas distribuidoras aumentou 7,11%, para R$ 3,01 por litro. O GLP teve um ajuste para R$ 34,70 por botijão de 13kg, um acréscimo de R$ 3,10. Estes reajustes marcam o primeiro aumento nos preços da gasolina em 11 meses e o primeiro sob a nova CEO, Magda Chambriard, refletindo a recente alta no preço do petróleo e a valorização do dólar.

Antes dos reajustes, a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) apontava uma defasagem de R$ 0,59 por litro no preço da gasolina praticado pela estatal. O mercado interpretou os aumentos como um sinal de maior independência da Petrobras, diminuindo a percepção de risco entre os investidores.

Com uma agenda econômica local fraca e a liquidez reduzida devido ao feriado de 9 de Julho em São Paulo, que manteve os bancos fechados nesta terça-feira, as atenções se voltaram para Brasília.

As discussões sobre a reforma tributária intensificaram-se, com a expectativa de que o primeiro projeto de regulamentação seja aprovado ainda nesta semana.

Paralelamente, debates sobre cortes de gastos estão em andamento, com o governo buscando ampliar o poder da Junta de Execução Orçamentária (JEO) para realizar uma redução de R$ 25,9 bilhões. Detalhes sobre os ajustes e metas de contenção de despesas devem ser revelados em breve.

Há preocupações com resistências internas dentro do PT durante o detalhamento dos cortes. Como manobra política, pode-se propor adiar a nomeação do novo presidente do Banco Central para outubro, uma estratégia dos petistas visando as eleições municipais, movimento que pode gerar instabilidades no mercado financeiro.

· 01:47 — Indo para o Capitólio

Nos EUA, os índices S&P 500 e Nasdaq atingiram novos recordes históricos de fechamento ontem. O S&P 500 subiu 0,1%, recuperando-se na última hora de negociação para registrar seu 35º recorde de fechamento do ano. O Nasdaq avançou 0,3%, marcando seu 25º recorde de fechamento em 2024. Ambos os índices acumularam cinco dias consecutivos de alta.

Apesar do rali contínuo, há sempre receios de uma possível correção no horizonte. Mike Wilson, estrategista-chefe do Morgan Stanley, afirmou que uma correção de 10% no mercado de ações é “altamente provável” entre agora e as eleições. Naturalmente, correções são partes normais e saudáveis do mercado e não alteram a trajetória de longo prazo.

Hoje, antes da divulgação dos dados de inflação da semana, os olhos se voltam para o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que apresentará o Relatório Semestral de Política Monetária no Senado dos EUA.

Paralelamente, as histórias eleitorais continuam. O presidente Joe Biden está tentando conter as disputas internas dentro do partido democrata sobre sua campanha presidencial, afirmando que está decidido a permanecer na corrida.

Hoje, ele se reúne com a bancada democrata da Câmara para tentar reduzir o número de deputados que pedem que ele desista da disputa.

No lado republicano, Donald Trump deve anunciar ainda nesta semana sua escolha para vice-presidente na corrida à Casa Branca.

· 02:35 — Devolvendo os ganhos

Nas últimas 48 horas, o mercado de petróleo registrou um declínio, influenciado principalmente pelas expectativas de um cessar-fogo em Gaza e pelos efeitos limitados do furacão Beryl. Os preços do Brent caíram para menos de US$ 86 por barril.

Estamos acompanhando de perto as negociações que buscam resolver o conflito na Faixa de Gaza, especialmente com o surgimento de um novo confronto no Líbano contra o Hezbollah, que torna um cessar-fogo em Gaza mais provável. Além disso, a passagem do furacão Beryl não afetou significativamente a produção de petróleo no Golfo do México, contrariando preocupações iniciais.

O furacão Beryl atingiu a costa do Texas, próximo a Houston, na segunda-feira, com ventos sustentados de 120 km/h e movendo-se a uma velocidade de 16 km/h em direção ao noroeste. Ele chegou à região de Matagorda como um furacão de categoria 1, sendo a primeira tempestade da temporada de furacões do Atlântico a atingir os Estados Unidos.

Beryl causou inundações em várias partes do Texas, levando os moradores das áreas costeiras a protegerem suas casas e as autoridades a emitirem ordens de evacuação para as cidades litorâneas. Um alerta de tornado também foi emitido, afetando mais de 7 milhões de pessoas.

Apesar dessas condições adversas, a produção de petróleo na região não sofreu danos significativos.

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· 03:29 — Salada na África do Sul

Após semanas de intenso impasse político devido ao resultado das eleições, a África do Sul finalmente chegou a um acordo para a formação de um governo de coalizão.

Essa solução, embora necessária, gerou um enfraquecimento do rand frente ao dólar devido às incertezas sobre a funcionalidade do novo governo, que incluirá ministros do Congresso Nacional Africano (ANC), da centrista Aliança Democrática (DA) e de outros partidos. A composição do governo em si ficou uma verdadeira salada.

Foram atribuídos 32 cargos a sete partidos diferentes. O ANC, que mantém a maioria dos assentos, ficou com 20 vagas e preservou ministérios-chave, incluindo Finanças, Relações Exteriores (essencial para continuar sua agenda pró-Palestina e no caso do Tribunal Internacional de Justiça), Comércio e Defesa.

A DA, que inicialmente exigia 11 vagas, recebeu apenas seis, entre elas ministérios importantes como Educação e Infraestrutura, além de ter seu líder, John Steenhuisen, nomeado Ministro da Agricultura. O restante dos cargos foi distribuído entre partidos menores.

Ao formar o primeiro governo de coalizão nacional desde a década de 1990, os dois maiores partidos políticos da África do Sul alcançaram o que muitos consideravam impossível. Superaram duas décadas de animosidade e concordaram em trabalhar juntos pelo bem da nação, juntamente com um círculo de grupos menores aliados. Esse é um bom sinal, sem dúvida, mas resta ver como essa coalizão funcionará na prática.

· 04:11 — O reformista sem espaço para fazer reformas

No final de semana, o Irã realizou o segundo turno de suas eleições, e, para a surpresa de muitos, incluindo este que vos escreve, o reformista Masoud Pezeshkian foi eleito presidente.

No entanto, o alcance das mudanças que Pezeshkian poderá implementar na política da República Islâmica dependerá significativamente do Líder Supremo, o Aiatolá Ali Khamenei, que detém a autoridade máxima no país.

O novo presidente assume o cargo em um momento em que os governantes tradicionais enfrentam ampla impopularidade e necessitam urgentemente de uma trégua frente à dissidência interna.

Pezeshkian representa uma ruptura marcante com seu antecessor ultraconservador, Ebrahim Raisi. Ele é o primeiro não-clérigo a ser eleito presidente desde Mahmoud Ahmadinejad, compartilhando com este último um apelo às classes médias.

Pezeshkian prometeu trabalhar pela remoção das sanções, buscar um acordo nuclear reavivado com o Ocidente e oferecer algum alívio aos iranianos que se sentem oprimidos pela inflação crescente e pelas rigorosas leis de vestuário, especialmente aquelas que afetam as mulheres.

A grande questão é até que ponto ele poderá contar com o apoio de Khamenei para implementar essas promessas.

· 05:02 — Aproveitando a temporada de resultados

Nos EUA, os maiores bancos do país darão início à temporada de resultados do segundo trimestre nesta sexta-feira, com Citigroup, JPMorgan e Wells Fargo divulgando seus números. O mercado estará atento às tendências no crédito ao consumidor e ao desempenho de Wall Street nas transações do período.
Há uma preocupação particular em relação…

Sobre o autor

Matheus Spiess

Estudou finanças na University of Regina, no Canadá, tendo concluído lá parte de sua graduação em economia. Pós-graduado em finanças pelo Insper. Trabalhou em duas das maiores casas de análise de investimento do Brasil, além de ter feito parte da equipe de modelagem financeira de uma boutique voltada para fusões e aquisições. Trabalha hoje no time de analistas da Empiricus, sendo responsável, entre outras coisas, por análises macroeconômicas e políticas, além de cobrir estratégias de alocação. É analista com certificação CNPI.